Polinésia francesa cria área marinha protegida
Polinésia francesa: por iniciativa dos habitantes das cinco ilhas do arquipélago francês da Polinésia Austral, Rimatara, Rurutu, Tubuai, Raivavae, e Rapa, foi entregue um projeto ao governo central do Taiti para a criação da, possivelmente, maior área marinha mundial protegida. Ela terá um milhão de quilômetros quadrados. Os cerca de 7.000 mil habitantes do arquipélago participaram do movimento. Tiveram apoio da Federation of the Polynesian Environmental Associations (FAPE), criou o projeto da nova reserva.
Isolamento ajudou a preservar ecossistemas
Devido ao isolamento, e características climáticas especiais, o arquipélago é extremamente rico em vida marinha. Só na ilha de Rapa foram contados 112 espécies de corais, além de 383 tipos de peixes. Ao longo do arquipélago existem 455 espécies de moluscos, sendo que 20% deles são endêmicos. Suas águas são habitat para três tipos de tartarugas marinhas, 10 espécies de mamíferos marinhos, 14 de tubarões, e ainda quatro tipos de raias.
Economia depende da pesca artesanal
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Cultura preservada
Mais uma vez, pelo isolamento, as ilhas do arquipélago austral francês ainda mantêm sua cultura tradicional. Raivavae é uma das poucas ilhas onde as tradicionais canoas ainda são construídas com uso de madeira de manga, e cabos feitos de fibras de coco. Os polinésios acreditam que a reserva marinha vai contribuir para a preservação de seu modo tradicional de vida, e ainda pode trazer ecoturistas o que contribuiria com a economia.
Polinésia francesa vai separar 20% de seu espaço marítimo para reservas
Em 2013 o governo central da Polinésia francesa prometeu que, até 2020, 20% de sua área marinha seria transformada em reservas marinhas, seguindo uma tendência mundial depois de inúmeros apelos de cientistas. Desde então diversos países criaram enormes áreas marinhas protegidas, entre eles a Inglaterra, Estados Unidos, França, Palau, Chile, Nova Zelândia, etc.
Infelizmente, o Brasil é um dos países que não respondeu a esse desafio. Apesar de assinar acordos internacionais, se comprometendo a fazer sua parte, não há uma agenda verde, nem planos oficiais para a criação destas reservas. Oxalá notícias como estas façam com que nossas autoridades acordem de seu sono letárgico.