Redução na quantidade de peixes na Bahia, pesquisa mostra a redução
Redução na quantidade de peixes na Bahia. Há 40 anos, pescadores capturavam peixes até 50% maiores do que os de hoje…
RIO – A redução de pescado nos mares brasileiros preocupa pesquisadores. Um grupo de cientistas da UFSC constatou que a diminuição do tamanho e da quantidade dos peixes pode ser maior do que 50% num intervalo de apenas 40 anos. De acordo com a bióloga Mariana Bender, primeira autora do trabalho (publicado na revista “Fisheries Management and Ecology”), esta é uma evidência de que o declínio continua em curso.
Quatro gerações de pescadores
Os pesquisadores entrevistaram quatro gerações de pescadores vizinhos ao Parque Municipal Marinho do Recife de Fora, em Porto Seguro, na Bahia, uma das regiões mais ricas em biodiversidade marinha. O trabalho, que também contou com a participação de Natalia Hanazaki, bióloga da UFSC, fez parte da rede de pesquisas do Projeto Coral Vivo, patrocinado pela Petrobras e pelo Arraial d’Ajuda Eco Parque.
Peixes que podem estar correndo risco de entrar em extinção
– Encontramos espécies de peixes que podem estar correndo risco de entrar em extinção e, por isso, precisam ser reavaliadas – disse Mariana. – O trabalho mostra que é fundamental resgatar informações históricas para mostrar como a condição atual está degradada.
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No total, foram 53 pescadores ouvidos. Os que tinham mais de 50 anos capturaram animais maiores comparados às gerações mais jovens. O badejo-quadrado (Mycteroperca bonaci), por exemplo, há quarenta anos era pescado com 49 quilos, e, atualmente, com 17 quilos.
Declínio do cherne
O declínio também foi observado no cherne (Hyporthodus nigritus), mero-gato (Epinephelus adscensionis), garoupa (Epinephelus morio), cioba (Lutjanus analis), dentão (Lutjanus jocu) e guaiúba (Ocyurus chrysurus).
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Pesca excessiva: o problema
A principal causa da redução do pescado, de acordo com a bióloga, é a pesca excessiva. Contra o problema, ela defende a criação de unidades marinhas de proteção:
– Os próprios pescadores reconhecem que a pesca levou ao declínio.