Peixe-boi, nova espécie descoberta em Rondônia
Eles são sobreviventes. Antes de mais nada, os peixes-bois da Amazônia em suas três espécies até então conhecidas vêm sendo dizimados há séculos. É um espanto que ainda não tenham sido extintos. Antes da chegada dos europeus eram os índios que os matavam. O animal é dócil, se aproxima das pessoas sem medo. Por causa disto, eram presa fácil por sua enorme quantidade de carne. Depois da chegada dos europeus, entretanto, a situação piorou. Mais pessoas precisavam alimentos fáceis para sobreviver na nova terra. Assim, a matança aumentou. Até mesmo cartas de José de Anchieta do século 16, descrevem aspectos do animal sempre abatido como comida. Agora, em Rondônia, nova espécie de peixe-boi foi encontrada. Infelizmente, os pesquisadores encontraram fósseis da nova espécie.
A espécie é interessante, e ameaçada onde existe, inclusive nos Estados Unidos.
Sirênios, de onde nasceu o mito da sereia
Os peixes-bois, vacas-marinhas, manatins ou lamantins, constituem uma espécie de mamíferos aquáticos, os sirênios. Têm um grande corpo arredondado, são imensos, mansos, e além disso têm uma cauda peculiar. Navegadores antigos, ao cruzarem com o animal achavam-no tão estranho e fora dos padrões que nasceu o mito da sereia. Daí o nome da espécie, ‘sirênios’.
Peixe-boi, nova espécie descoberta em Rondônia
O site da https://amazonia.org. explica “Existiam, até então, três espécies de peixe-boi: Trichechus senegalensis (peixe-boi-africano), o Trichechus manatus (peixe-boi-marinho), e o Trichechus inunguis (peixe-boi-da-amazônia). Contudo, no Brasil estimativas indicam que há apenas 1.000 animais. Um estudo mostrou que existem na área do litoral piauiense apenas 16 indivíduos. Isso porque o habitat natural, especialmente o mangue, está desaparecendo.
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Vestígios do peixe-boi foram encontrados na década de 1990 por garimpeiros
“Os vestígios do peixe-boi foram encontrados na década de 1990 por garimpeiros que trabalhavam no distrito de Araras, nas proximidades de Nova Mamoré (RO).” A mesma fonte esclarece que “A região atualmente não comporta mais peixes-bois, por ser um ambiente de corredeiras e águas rápidas, não propício para a espécie. “Apesar disso, a descoberta é auspiciosa. “Apresenta mais uma peça do quebra-cabeça que pesquisadores tentam montar para conhecer o cenário amazônico de milhares de anos atrás.”
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Trabalho publicado na revista acadêmica Journal of Vertebrate Paleontology
Em primeiro lugar a descoberta tem tamanha importância que um estudo foi publicado ‘na revista Journal of Vertebrate Paleontology. Ele ‘descreve que a nova espécie que existia na bacia amazônica, mais precisamente no Rio Madeira, Rondônia.’
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos)
Os garimpeiros entregaram os fósseis a pesquisadores do Museu da Memória Rondoniense (Mero) e Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). “O da Unisinos era de um garimpeiro que trabalhou por muito tempo em Rondônia, contudo, ele voltou pro Rio Grande do Sul e levou o material. Depois que morreu, entretanto, a família doou a peça à universidade”, comenta Ednair Nascimento, diretora do Mero.”
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“Durante os estudos, entretanto, a equipe descobriu que os fósseis eram de nova espécie, porém, já extinta. O animal vivia no bioma amazônico brasileiro no período pleistoceno tardio.” Ou seja, entre entre 2.5 milhões e 11,7 mil anos atrás.
O mar é a origem dos peixes-bois
“Uma das hipóteses é que o mar é a origem do peixe-boi amazônico. “Há aproximadamente 5 milhões de anos, o Oceano Pacífico entrava na Amazônia. Contudo, com o soerguimento das Cordilheiras dos Andes muitos animais ficaram presos, como por exemplo, esses Trichechus”, explica Ednair Nascimento.”
Projeto Peixe-Boi no Brasil
O site do ICMBio explica: “Em 1980 o Governo Federal passou a se preocupar com a situação do peixe-boi marinho, uma vez que praticamente não havia dados mais recentes sobre a espécie no Brasil. Foi então que o Governo criou o Projeto Peixe-Boi vinculado ao IBDF, que depois foi extinto, passando o Projeto aos cuidados do IBAMA. O objetivo era avaliar o estado de conservação do peixe-boi no litoral brasileiro.”
Contudo, em 1990 o IBAMA percebeu a necessidade de expandir a proteção do peixe-boi para a espécie da Amazônia. Assim, criou o Centro Nacional de Conservação e Manejo de Sirênios – Centro Peixe-Boi, sediado na Ilha de Itamaracá/PE – uma unidade especializada do IBAMA, passando a executar ações também na bacia Amazônica.”
Em nossas viagens pela costa brasileira visitamos diversos centros do peixe-boi. Especialmente o que fica na ARIE e APA do Mamanguape, na Paraíba.