Onda monstruosa, com 23,8 metros, quebra recorde no oceano austral
O notório mau tempo do Oceano Austral gerou uma onda monstruosa que os pesquisadores declararam ser a maior onda já registrada no Hemisfério Sul. Na noite de 9 de maio de 2018, uma boia meteorológica ancorada perto da Ilha Campbell, ilha subantártica desabitada da Nova Zelândia, detectou uma onda de 23,8 metros, equivalente a um prédio de oito andares.
Aconteceu durante a passagem de uma célula de baixa pressão. A medição supera o recorde anterior no Hemisfério Sul. O recorde era de 19,4 metros. E a onda, detectada em 2017. As boias, monitoradas pela MetOcean Solutions estão dando aos pesquisadores uma visão única das tempestades incríveis nesta pouco estudada região do mundo.
Antártica, fábrica de ondas que se propagam pelo planeta
O Oceano Antártico é uma bacia oceânica única. Infelizmente, é a menos estudada, apesar de ocupar 22% da área oceânica mundial”, disse em um comunicado o oceanógrafo, Tom Durrant. “As condições de vento persistentes e fortes criam condições para o crescimento de enormes ondas. O oceano antártico é a sala de máquinas para gerar ondas que se propagam pelo planeta. Surfistas na Califórnia podem esperar que a energia chegue às suas praias em cerca de uma semana!”
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O interessante dessa onda é que ela provavelmente não foi a maior. A boia funciona com energia solar e só consegue medir as condições oceânicas por 20 minutos a cada três horas.
Nesse intervalo, registra a altura, o período e a direção de cada onda e calcula as estatísticas, explica Durrant. É muito provável que ondas maiores tenham passado enquanto a boia não registrava.
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Hemisfério Sul e tempestades
Ao contrário do Hemisfério Norte, que normalmente experimenta mares extremos durante os meses de inverno, o Hemisfério Sul é um foco de formação freqüente de tempestades durante todo o ano.
O MetOcean mantém hoje sete boias em operação. Os dados ajudam a entender a física das ondas em condições extremas na região.
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Embora marque um recorde no Oceano do Sul, ele não chega perto do recorde mundial. A maior onda significativa já registrada surgiu no Atlântico Norte, em 2013, com 26 metros.
Confira a cena abaixo de um navio da Nova Zelândia navegando por mares extremamente pesados no Oceano Antártico.
Onda 70 vezes maior que o recorde do Oceano Austral
Ela teria tido 1,6 mil metros de altura. Foi gerada há 65 milhões de anos e causada pela queda de um asteróide com 14 quilômetros de diâmetro. O impacto?
Bem, foi proporcional, abriu uma cratera com nada menos que 180 quilômetros, com o centro na península de Yucatan, México. Naquela época, os vertebrados dominantes eram os dinossauros cujo declínio começou com esta hecatombe.
Onda monstruosa: o tsunami gerado pela queda do asteróide
Cientistas do Departamento de Ciências da Terra e Meio Ambiente da Universidade de Michigan, Estados Unidos, dizem que o impacto fez com que o asteróide mergulhasse cerca de 1,5 mil metros nos primeiros 10 minutos depois da colisão. Isso gerou o maior tsunami da história do planeta.
Estima-se que tenha sido 29 mil vezes maior que o maior terremoto, e consequente tsunami, que matou mais de 200 mil pessoas no Índico, em 2004. Aproveite para saber o que a ciência acha das ondas.
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Velocidade das ondas
Segundo os cientistas, nos primeiros metros o tsunami alcançou até 140 Km/h, e ainda gerou ondas ‘menores’ que percorreram parte do planeta em alta velocidade. Molly Range, principal pesquisadora do projeto, declarou
O asteroide Chicxulub causou um enorme tsunami, como nunca foi visto na história moderna
Assista ao vídeo/simulação e aprenda como se formam os tsunamis.
Fontes:https://www.sciencealert.com/monster-wave-sets-new-southern-hemisphere-height-record; https://www.mnn.com/earth-matters/climate-weather/blogs/record-breaking-monster-wave-detected-southern-ocean; https://www.bbc.com/portuguese/geral-46835281.
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