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Óleo no Mar do Norte excede o nível seguro

Óleo no Mar do Norte excede o nível seguro dizem ambientalistas

A extração de petróleo no mar é sempre perigosa e sujeita a derramamentos. Em maio a BBC publicou uma matéria com ampla repercussão mostrando quanto óleo vazou das plataformas do Mar do Norte ente 2017 e 2022. Segundo a BBC  a descoberta foi do grupo Uplift, que faz campanha pela transição de petróleo e gás para energia verde. A análise sugeriu que entre 2017 e 2022, 22.000 toneladas métricas de petróleo, equivalentes a 164.000 barris, foram descarregadas nas águas do Reino Unido. Os dados vieram do Offshore Petroleum Regulator for Environment and Decommissioning.

Extração de petróleo no Mar do Norte
Imagem, unearthed.greenpeace.

Derramamentos atingiram áreas protegidas

De acordo com a matéria, alguns derramamentos atingiram áreas destinadas a proteger a vida selvagem, incluindo golfinhos e orcas.

A BBC explica que as petroleiras têm permissão para algum vazamento durante o processo. Contudo, a Uplift informou que 40% dos vazamentos monitorados violaram as licenças. Para a diretora da organização, Tessa Khan, “Esta é a primeira vez que revelamos a extensão dessa poluição cumulativa. Isso é o que acontece quando você tem derramamentos constantemente. Você tem bolas de alcatrão e gotículas caindo no fundo do oceano, ameaçando a vida selvagem.”

Para contextualizar, demonstrou a BBC , o Reino Unido produz anualmente cerca de 40 a 45 milhões de toneladas de petróleo e até 40 bilhões de metros cúbicos de gás”, disse a Offshore Energies UK. Ainda assim a rede inglesa ouviu Hugo Tagholm, da Oceana. Para ele “derramamentos de óleo regulares são um grande problema para a vida marinha”.

‘Ameaça os padrões de alimentação e reprodução de muitas das espécies em Áreas Marinhas Protegidas, incluindo golfinhos, esponjas do mar profundo e corais de água fria de crescimento lento’, disse ele.

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As cinco empresas que a Uplift disse ter derramado mais petróleo entre 2017 e 2022 foram Dana, Repsol Sinopec, CNR, Shell e Apache.

Novos poços de petróleo serão abertos este ano

A preocupação dos ambientalistas se dá igualmente porque 100 novas licenças acabam de ser concedidas. Ainda recentemente mostramos que estas novas licitações já foram feitas por 76 empresas diferentes que vão explorar gás e petróleo.

Na mesma matéria a BBC comenta um novo estudo da Oceana demonstrando que as águas que cercam a Inglaterra  são “muito barulhentas, poluídas, e perturbadas para que nossa rica vida marinha prospere.”

“As atividades de petróleo e gás são um dos principais contribuintes para os impactos cumulativos nos golfinhos e podem levá-los à fome, pois suas fontes de alimento são afetadas e eles usam energia para evitar distúrbios”, explicou a ecologista marinha e autora do relatório, Dra. Fiona Gell.

Como se vê, ainda está longe o dia em que a humanidade finalmente aposentará os combustíveis fósseis. Parece até piada de mau gosto, quanto mais se fala em aquecimento global, mais poços são abertos em todas as partes do mundo.

Conflito idêntico no Brasil

Agora mesmo o Brasil terá de encarar este dilema, conforme comentamos, quando a Petrobras se prepara para iniciar a extração na Costa Norte.

Ali a Agência Nacional de Petróleo estima um potencial de 30 bilhões de barris de petróleo na Margem Equatorial – bacias Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar – com um volume recuperável (produção efetiva) de 7,5 bilhões de barris de petróleo, volume que poderá ser bem maior com as novas tecnologias desenvolvidas pela Petrobras.’

Desde já, este conflito que Lula terá que resolver atrai a atenção da mídia. Segundo a Bloomberg, ‘O conflito entre as ambições do Brasil de se tornar um administrador ambiental mais responsável e, ao mesmo tempo, aumentar as lucrativas exportações de petróleo se transformou em um teste inicial para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.’

Enquanto isso, 80 associações e grupos ambientais pedem ao governo que não permita a extração de petróleo no local dada a sensibilidade da Costa Norte, cercada por manguezais e ainda por cima com um imenso conjunto de corais na foz do Amazonas.  Nada menos que uma faixa  com 1.000 km  de extensão  por 40 km  de largura.

A decisão deve sair a qualquer momento. A ver.

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