Morte de peixes em Noronha preocupa ambientalistas
Morte de peixes: analistas ambientais do Instituto Chico Mendes acreditam que vários fatores podem estar contribuindo para a morte dos peixes.
Nos últimos dias moradores e ambientalistas de Fernando de Noronha registraram a morte de peixes conhecidos como cangulo preto (Melichthys niger) em nível acima do normal. Os cangulos foram encontrados nas praias do Sueste e Caieira.
“Após uma chuva forte notamos a morte dos peixes”
“Todos os anos após uma chuva forte notamos a morte dos peixes. Eu acredito que eles se alimentam da salsa do mangue. Ela transbordou. Eles acabam se intoxicando”, afirmou Jonne Maciel , guia turístico que trabalha no Sueste.
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Vistoria na Praia da Caieira
O engenheiro de pesca, Léo Veras, fez uma vistoria na Praia da Caieira, próximo a casa dele. O morador contabilizou mais de 30 peixes mortos, a maioria cangulo. “Eu moro aqui há 24 anos e sou frequentador assíduos da Caieira. Nunca vi tanto cangulo preto morto, é muito estranho”, disse o engenheiro.
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Ingestão de salsa não é suficiente
Veras prefere não opinar sobre os motivos da morte dos cangulos. “Pra mim a teoria do contato com a água doce ou ingestão de salsa não são explicações suficientes. Eu prefiro não arriscar o motivo”, falou.
Os analistas ambientais do Instituto Chico Mendes, órgão responsável pelo Parque Nacional Marinho, estão estudando a situação. O primeiro a investigar foi Tadeu Oliveira, chefe do Departamento de Fiscalização do Parnamar. “Eu notei um número anormal da peixes mortos, os moradores me informaram que o fato se repete quando o mangue transborda”, contou Tadeu, que encaminhou o caso para o chefe de Pesquisa do Parque, Eduardo Macedo.
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O pesquisador do Chico Mendes acredita que vários fatores podem estar contribuindo. ”Esses dias notamos o fenômeno do aquecimento da água, o que chamamos de anomalia térmica. Este fato, somado a ocorrência da água doce e poluída, que escorre da chuva, podem ter causado a morte dos cangulos, mas esta é uma possibilidade, estamos investigando”, revelou Eduardo.
O Instituto Chico Mendes solicitou o apoio do Departamento de Vigilância em Saúde do Distrito. Na tarde desta terça (22), fiscais do Parque Nacional e profissionais da Vigilância recolheram peixes para análise. “Vamos enviar o material recolhido para o Departamento de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco, no Recife. Eu acredito que até o final desta semana devemos ter o resultado os exames e saber o motivo”, disse Fernando Magalhães, coordenador da Vigilância. ”Eu não arrisco o motivo da morte, prefiro esperar a análise”, finalizou o coordenador.
Fonte: G1 Pernambuco