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Mar de Ross, última área marinha prístina

Mar de Ross, Antártica: 24 países e a União Européia declaram  a última área prístina dos oceanos como área marinha protegida

Em estudo que dividiu os oceanos mundiais em 232 partes, cientistas chegaram a conclusão que a  menos afetada pelo homem é  o Mar de Ross. Este estudo pontuou cada parte pelo efeito cumulativo da alteração humana. O Mar de Ross recebeu 0.1, comparando com as partes que receberam as maiores pontuações, 17,0 e 19,5 ( Mar do Norte e certas áreas de recifes equatoriais), o Mar de Ross é a última área marinha prístina do globo.

Mar de Ross, imagem de placas-de-gelo-e-pinguim
Foto: John Weller

A campanha pela transformação do Mar de Ross em MPA (Marine Protected Area) começou em 2004

Em 2004 o ambientalista e cineasta John Weller, juntou- se ao ecologista David Ainley , autor de um estudo sobre a exploração do Mar de Ross, no projeto The Last Ocean Project. O objetivo era sensibilizar a comunidade mundial para a necessidade de proteção ao último e maior,  intacto, ecosssistema marinho da Terra. O projeto rendeu um belíssimo filme, e um livro: The Last Ocean.

Assista o trailer do filme ‘The Last Ocean’ que contribuiu para a criação da área protegida

A exploração no Mar de Ross

O estudo de David Ainley demonstra que esta área sofreu pouca exploração humana. Um breve resumo mostra que a extração de recursos naturais, da plataforma continental do Mar de Ross, se resumiu à caça de focas de Weddel no “período heróico da exploração da Antártica“. Depois, entre 1950 e 1980, houve caça pela Nova Zelândia, para alimentação de cães de trenós. E foi só.

Estrelas marinhas no Mar de Ross. Foto: John Weller

Baleias- azuis foram extirpadas da área

As baleias- azuis foram extirpadas da área por volta de 1920. E não reapareceram. Seu lugar foi tomado pelas baleias Minke, caçadas entre 1970 e 1980. Após a proibição internacional, sua população se recuperou.

Nenhuma pesca industrial ocorreu no Mar de Ross até o verão de 1996-1997, quando começou a pescaria de ‘Toothfish’ ( Dissostichus mawsoni). Esta pesca tem crescido desde então. E os efeitos sobre o ecossistema recentemente se tornaram evidentes. Mesmo assim, não há provavelmente nenhuma outra área do oceano onde os detalhes de exploração podem ser tão elucidados. O estudo comprova que a plataforma continental do Mar de Ross continua a ser a menos afectada do globo. 

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Breve história do Mar de Ross

Esta parte do oceano austral leva o nome do inglês James Clark Ross. No ‘período histórico’ , em 1842, Ross comandou uma expedição que pela primeira vez penetrou este espaço marítimo, atingindo a latitude 78º9’Sul.

A nova e maior área marinha protegida do globo tem 1.55 milhões de Km2

Em 28 de Outubro de 2016, todos os países membros da Commission for the Conservation of Antarctic Marine Living Resources (CCAMLR), reunidos em Hobart, Austrália, concordaram com a proposta dos Estados Unidos e Nova Zelândia. E transformaram o Mar de Ross na maior área marinha protegida da Terra, com 1.55 milhões de Km2.

O Mar de Ross. Foto: John Weller

A nova MPA entra em vigor em 17 de dezembro, um dia para ser comemorado! A partir de então será limitada, ou  inteiramente proibidas certas atividades neste espaço. Isso para atender aos objetivos específicos de conservação, proteção de habitats, monitoramento de ecossistemas e gestão de pescas. Setenta e dois por cento da MPA será uma zona que proíbe todo tipo de pesca. Enquanto em outras seções haverá alguma colheita de peixes e krill para a investigação científica.

O mapa da nova e maior área marinha protegida do planeta.

A Antártica é a última joia do planeta. Assista um documentário na visão de um jornalista brasileiro.

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