Litoral Sul de São Paulo: construção de termoelétrica e gasoduto marítimo ameaçam unidades de conservação
Litoral Sul de São Paulo: Atualizado
A reportagem do jornal Diário do Litoral obteve cópia do parecer técnico da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), emitido em setembro do ano passado. Ele informa sobre a construção de uma usina termoelétrica com 180 hectares- equivalente a 180 campos de futebol- que deve ocupar áreas de amortecimento do parque estadual da Serra do Mar e outras unidades de conservação.
Litoral Sul de São Paulo: projeto feito na surdina
Estranhamente, a notícia veio à tona sem prévio aviso. O assunto “sequer foi tema da reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Condema) de Peruíbe, ocorrida na última sexta-feira (10)”.
O O projeto prevê ainda um terminal offshore de recebimento de gás natural com navios fundeados a 10 km da costa do município.
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Terminal do gasoduto ficará no entorno da Estação Ecológica Tupiniquins (Ilha Queimada Pequena)
A ONG Mongue Proteção ao Sistema Costeiro confirmou mais este projeto. Para seu presidente, Plinio Melo,
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Um grande navio ficará fundeado no entorno da Estação Ecológica Tupiniquins (Ilha Queimada Pequena) para armazenar o gás natural e fornecer suprimento de combustível à usina
Os navios trarão o gás importado que vai alimentar a usina.
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Quanto à Usina, com capacidade de 170 megawatts, diz Melo:
Essa obra trará um imenso impacto ambiental e pouca gente está sabendo. Peruíbe tem sete áreas de conservação ambiental. A Mongue vai continuar acompanhando o projeto, exigir audiências públicas, manifestação do Condema e das autoridades municipais.
Conheça os impactos de uma termoelétrica
Elas usam energia liberada pela queima de combustíveis fósseis, restos de madeira, diesel, gás natural, carvão, e qualquer material que possa ser queimado. O calor aquece uma caldeira de água gerando vapor em alta pressão, que movimenta as pás da turbina do gerador elétrico.
Problemas no horizonte: poluição do meio ambiente, mais dióxido de carbono, o que agrava o efeito estufa; possível chuva ácida na região, degradando um dos últimos pontos onde ainda se encontra Mata Atlântica nativa, e água mais quente, usada nas torres da usina, é devolvida ao mar.
Por usar combustível fóssil, a energia gerada é mais cara. Quem paga é o consumidor.
Obra no litoral Sul de São Paulo é avaliada em R$ 4 bilhões
A obra será feita pela empresa GasTrading, do Grupo Léros. O responsável, Alexandre Chiofetti, diretor-presidente da empresa, confirmou que a consultoria ambiental está concluindo o EIA-RIMA, que será submetido à Cetesb. Segundo ele, depois disso,
haverá a audiência pública para a apresentação do projeto à sociedade e aos órgãos públicos. A próxima etapa é a licença prévia
Litoral Sul de São Paulo ainda é bem preservado. Usina e terminal são ameaças
Seja pela dificuldade de acesso, ou o problema de uma economia mais atrasada, o litoral sul de São Paulo ainda é uma das joias da zona costeira. Além das unidades de conservação já citadas, é ali que fica A APA Cananéia – Iguape – Peruíbe, além do Mosaico Itatins- Juréia, com área de cerca de 80 mil hectares.
Mosaico Itatins- Juréia: uma luta de muitos anos
Esta unidade de conservação foi resultado de uma disputa nos anos 70, entre o setor imobiliário (Gomes de Almeida Fernandes), que queria retalha-la em condomínios e loteamentos, enquanto os militares preferiam construir duas usinas nucleares na Juréia. Felizmente, daquela vez ganhou o bom senso. Ali foi criada uma das mais espetaculares unidades de conservação da costa brasileira: o Mosaico Itatins- Juréia.
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MPF investiga a licença ambiental
O Ministério Público Federal investiga a licença ambiental da termelétrica. Procuradores suspeitam, porque o processo avança mais rápido que o normal, sem que a população tenha tempo para discuti-lo e conhece-lo.
Vão conseguir estragar o Litoral Sul de São Paulo?
Vai depender de cada um. Se não houver pressão da opinião pública o que era doce pode se tornar amargo. Já há abaixo assinados nas redes sociais. Não é hora de criar mais problemas para as unidades de conservação brasileiras que lutam com dificuldade para se manter.
Diga não à Usina e terminal de Peruíbe
Assine, diga não à Usina e terminal de Peruíbe.
Câmara de Peruíbe aprova a proposta de lei que proíbe a instalação de empreendimentos causadores de poluentes
A Câmara de Peruíbe aprovou proposta de lei que proíbe a instalação de empreendimentos causadores de poluentes no ar, como o projeto Verde Atlântico Energia, da GasTrading, que prevê a construção de uma usina termoelétrica e um terminal de gás natural liquefeito.
Prefeito de Peruíbe promete sancionar Lei que proíbe a termoelétrica
A votação ocorreu na primeira semana de novembro, o texto segue para análise do prefeito Luiz Maurício (PSDB), que já adiantou: vai sancionar o texto.
GasTrading reage
A GasTrading disse que, “a decisão evidencia um desvio de finalidade com a intenção de prejudicar o projeto.” A empresa ingressou na Justiça contra o Legislativo. Ela entende que a proposta é inconstitucional. A ver…Mas, mais uma vez, a união em torno da proibição do projeto valeu a pena. O primeiro round é nosso!
Fontes: Diário do Litoral; fragmaq.com.br; G1; Diário de Santos; gazetasp.com.br; CBN; atribuna.com.br.
Saiba como foi a luta pela criação do Mosaico Itatins- Juréia.