Laboratório subaquático em 3D para estudar os oceanos
A ideia de morar debaixo d’água explorando as riquezas dos oceanos brotou da mente privilegiada de Júlio Verne em 1872, salvo engano, quando lançou 20.000 Léguas Submarinas. Não à toa, o escritor francês foi considerado pioneiro em ficção científica, antecipando o submarino, máquinas voadoras e a viagem à Lua. A partir deste ponto inúmeros outros pesquisadores experimentaram a ideia de uma moradia subaquática. Talvez o primeiro deles seja Jacques Cousteau que, nos anos 60, liderou três projetos para construir “cidades” submarinas. Contudo, a despeito de muitas tentativas e promessas, até hoje existe apenas um único habitat subaquático permanente, um braço da Universidade da Flórida, o Aquarius Reef Base, uma estação de pesquisa situada a 20 metros no fundo do mar, em Florida Keys. Agora, uma empresa promete lançar um laboratório em 3D para estudar os oceanos.
Novas tecnologias ajudam a compreender a vida marinha e os oceanos
Apesar de sua extrema importância para a vida humana, até este início de século 21 conhecemos pouco mais de 5% do assoalho marinho. Entretanto, nos últimos tempos a tecnologia deu um enorme salto depois da extração de petróleo em mar profundo.
Assim, aumentaram os investimentos em novos submersíveis, e veículos autônomos, tornando as missões um pouco mais acessíveis. Hoje, já temos a Inteligência Artificial, e a técnica da construção em 3 D como aliadas dos cientistas marinhos.
Tecnologia 3D e Inteligência Artificial usadas em pesquisas submarinas
A IA está presente de várias formas. Uma delas, por exemplo, é a análise de filmes e fotos submarinas em locais predeterminados. Assim, o uso da inteligência artificial e do aprendizado de máquina aliviará o gargalo na análise pessoal de imagens subaquáticas e acelerará pesquisas importantes sobre a saúde dos oceanos.
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‘Da mesma forma, uma nova geração de robôs subaquáticos autônomos equipados com tecnologia de IA permitem o uso da IA para se aprender mais rápido sobre os oceanos’.
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A tecnologia de 3D, por outro lado, faz cópias digitais das coisas em 3D. Ela usa dados e texturas para criar modelos detalhados que parecem reais. Isso permite que as pessoas vejam e manipulem os modelos de todos os lados, tornando-os mais reais do que apenas fotos.
Criação de recifes de corais em 3D em Dubai
Para além disso, hoje os pesquisadores usam sonares, a base de ondas sonoras, para ‘verem’ debaixo d’água. Entretanto, estes mesmos dados podem ajudar a criar modelos 3D do fundo do oceano e áreas subaquáticas importantes. Esta tecnologia é eficiente para explorar o mar profundo, construir perto da costa e gerenciar recursos subaquáticos com sabedoria.
100 milhões de euros de investimentos
A Deep, uma empresa de tecnologia e exploração oceânica, está investindo £ 100 milhões no antigo Centro Nacional de Mergulho e Atividades (NDAC) em Tidenham, Gloucestershire.
O centro de mergulho funcionou em uma pedreira inundada em Tidenham, Gloucestershire. O centro era popular entre mergulhadores que podiam descer de 6 até 76 m de profundidade.
É neste local que a Deep pretende testar o Sistema Sentinel (sentinela), ‘o primeiro habitat submarino do mundo a obter certificação de terceiros’, como informa o site da empresa. ‘O DEEP não comprometerá a segurança para cumprir sua missão. Estamos desenvolvendo ferramentas, procedimentos e habilidades’.
‘Isso fará com que a exploração de nossos oceanos seja tão onipresente como a exploração terrestre é hoje. Porque pensamos que as respostas para os maiores problemas da humanidade serão encontradas na biosfera mais diversificada e inspirada do nosso planeta. Um sistema de habitats submarinos configuráveis, personalizáveis e flexíveis que permite aos seres humanos viver, trabalhar e prosperar, em qualquer lugar na plataforma continental’.
As vantagens da aplicação de 3D
Segundo o site da empresa, o sistema modular é infinitamente configurável, completamente personalizável e se adapta perfeitamente para acomodar implantações de curto prazo até semipermanentes, em qualquer lugar da plataforma continental.
O Sistema Sentinel™ pode ser configurado em escala praticamente infinita e reconfigurado entre missões, sem a necessidade de recuperação à superfície. É tão adequado para implantações menores, de seis tripulantes e de curto prazo, quanto para estações de pesquisa semipermanentes, multinacionais e com 50 tripulantes. Seus componentes podem ser configurados, reconfigurados e realocados em profundidade.
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Pronto para operar a partir de 2027
Segundo a Deep, os Sentinels terão uma vida útil de 20 anos e poderão ser reimplantados em diferentes locais ao redor do mundo para maximizar sua utilização e otimizar sua usabilidade. A empresa promete que começará a operar a partir de 2027.
A BBC esclarece que a Deep pretende desenvolver a tecnologia, que permitirá aos cientistas viver debaixo d’água em profundidades de até 200 metros por até 28 dias por vez.
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