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Ilha Ormuz, no Irã: a deslumbrante Disneylândia dos geólogos

Ilha Ormuz, no Irã: a deslumbrante Disneylândia dos geólogos

Situada a apenas 8 km da costa iraniana, a Ilha Ormuz — ou “ilha do arco-íris” — é um fenômeno geológico surpreendente. Com riachos de ocre vibrante, praias carmim e cavernas de sal multicoloridas, configura-se como um verdadeiro laboratório natural para geólogos — e um espetáculo visual que parece saído de um sonho. Suas camadas de minerais como hematita, argila e xisto, escavadas e moldadas ao longo de séculos, garantem um panorama único, digno de ser descrito como “a Disneylândia dos apaixonados pela terra”.

Imagem de Ilha Ormuz, Irã
A ilha arco-íris. Imagem, https://www.theglobetrottingdetective.com.

A deslumbrante Disneylândia dos geólogos

O antigo porto de Ormuz ocupa uma posição estratégica no sul do Irã, bem no coração do Golfo Pérsico. Por ali passa boa parte do petróleo exportado pelo Oriente Médio.

Falésia e o mar. Imagem,

Mas a ilha guarda outra riqueza. Segundo a BBC, “a ilha do arco-íris que poucos viajantes conhecem tem riachos tingidos de ocre, praias em tons de carmesim e cavernas de sal encantadoras. A Ilha Ormuz é a Disneylândia de um geólogo”.

A ilha fica quase grudada na costa.

Fica a apenas 8 km da costa iraniana. Vista do alto, Ormuz parece uma cúpula de sal cintilante em forma de lágrima. Suas rochas vulcânicas, ricas em xisto, argila e ferro, brilham em tons de vermelho, amarelo e laranja. O solo abriga mais de 70 minerais. Cada centímetro dos seus 42 quilômetros quadrados conta um pedaço da história geológica da Terra.

A formação da ilha de Ormuz

A origem de Ormuz remonta a centenas de milhões de anos. Naquele tempo, mares rasos cobriam a região e deixaram para trás espessas camadas de sal ao longo das margens do Golfo Pérsico.

Imagem,https://www.theglobetrottingdetective.com.

Com o passar do tempo, essas camadas se comprimiram e se misturaram a sedimentos vulcânicos ricos em minerais. O resultado foi a formação de uma massa de terra única, com solo colorido e geologia fascinante.

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Nos últimos 500 milhões de anos

Ao longo dos últimos 500 milhões de anos, camadas de sal ficaram soterradas sob sedimentos vulcânicos mais recentes. Como o sal é menos denso, ele subiu lentamente por rachaduras nas rochas até alcançar a superfície. Assim nasceram as impressionantes cúpulas de sal que hoje moldam a paisagem da Ilha Ormuz.

A ilha do arco-íris

A geologia da ilha criou riachos ocres, praias em tons de carmesim e cavernas de sal de rara beleza. Essa explosão de cores fez Ormuz ganhar o apelido de “ilha do arco-íris”.

A praia Kherz. Imagem, https://www.chadelimadapersia.com/.

Uma montanha comestível

Ormuz abriga o que muitos chamam de a única montanha comestível do mundo. Foi o que contou Misbaah Mansuri, autor da reportagem original: “Me incentivaram a experimentar o solo vermelho da montanha chamada gelack”.

Paradise Art Center. Imagem, https://www.chadelimadapersia.com.

A coloração intensa vem da hematita, um óxido de ferro ligado às rochas vulcânicas da ilha. Além do uso industrial, esse mineral tem valor na culinária local. Entra como tempero, com sabor terroso, ideal para caris e perfeito com o pão típico da ilha — o tomshi, que em persa significa “um punhado de alguma coisa”.

O típico café da manha de Ormuz, com o pão salpicado de pó da montanha. Imagem, https://www.theglobetrottingdetective.com/.

Ilha de Ormuz e os sabores e arquitetura moldados pela terra

“A terra vermelha é usada como molho”, explicou Maryam Peykani. “Chamam esse molho de soorakh. Ele é espalhado sobre o pão achatado pouco antes de sair do forno.”

Além da culinária, a terra de Ormuz aparece em pinturas, tinturaria, cerâmica e até cosméticos.

A ilha também chama atenção por sua arquitetura. Um dos destaques é o projeto da ZAV Architects, que criou construções urbanas pensadas para empoderar a população local sem agredir a paisagem. Segundo o site pro.cosentino.com/pt, o projeto reúne cúpulas de vários tamanhos, erguidas com a técnica de super-adobe, desenvolvida por Nader Khalili. Os materiais são simples: taipa, areia e mãos da própria comunidade.

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Imagem, https://pro.cosentino.com/pt.

A gama de cores usadas resulta em uma topografia de arco-íris que se mistura com a paisagem surrealista da ilha.

Tudo é colorido na ilha, até o interior das casas. Imagem,https://pro.cosentino.com/pt.

De Organa a Ormuz

O Irã tem raízes antigas. No passado, os gregos chamavam a ilha de Organa. Durante o período islâmico, o nome mudou para Jarun.

O nome atual, Ormuz, veio de uma importante cidade portuária no continente, a cerca de 60 km dali. Essa cidade foi capital de um pequeno principado que dominava os dois lados do estreito.

A caverna arco-íris é outra atração de Ormuz. Imagem, https://www.notasgeo.com.br/.

Segundo o site www.chadelimadapersia.com, construíram uma nova cidade na ponta norte da ilha de Jarun. Para diferenciá-la da cidade continental, batizaram o novo assentamento de Nova Ormuz. Com o tempo, o nome se espalhou e passou a designar toda a ilha.

Na mesma região, outra joia do Índico merece destaque: o arquipélago de Socotra. Os portugueses também passaram por lá no século 16. Conhecido como as “Galápagos do Índico”, Socotra é um santuário de biodiversidade e beleza única.

Os portugueses a conquistaram em 1507

Em 1507, Afonso de Albuquerque — segundo governador da Índia e figura lendária da história portuguesa, conhecido como o César do Oriente” — capturou a ilha. A partir daí, Ormuz passou a fazer parte do Império Português.

O Forte de Nossa Senhora da Conceição. Imagem, https://www.chadelimadapersia.com/.

Mais de um século depois, em 1622, uma aliança entre persas e ingleses retomou o controle da ilha.

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Um dos vestígios mais marcantes desse período é o Forte de Nossa Senhora da Conceição. Construído em pedra vermelha na ponta norte, o castelo é uma das últimas relíquias da presença portuguesa no Golfo Pérsico.

Sudoeste da ilha de Ormuz

No sudoeste da ilha fica o Vale do Arco-Íris — uma paisagem de tirar o fôlego. O solo multicolorido e as montanhas em tons vibrantes de vermelho, roxo, amarelo, ocre e azul criam um cenário quase surreal.

Assim é Ormuz: geologia viva, história milenar e uma beleza que parece de outro planeta. Vale uma visita, não?

O vale arco-íris. Imagem, https://apochi.com/.

Quando ir?

Segundo o site Apochi, o verão em Ormuz é escaldante — quente demais até para os próprios moradores. Nessa época, as praias ficam praticamente desertas.

O melhor período para visitar a ilha é no inverno. O clima fica mais ameno, e é quando ocorre a migração de várias espécies de aves e tartarugas.

Aproveite, divirta-se… e boa viagem!

Assista ao vídeo e saiba mais sobre Ormuz

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Fontes: https://www.bbc.com/travel/article/20211020-the-rainbow-island-most-travellers-dont-know; https://www.theglobetrottingdetective.com/hormuz-island-rainbow-island-iran/; https://pro.cosentino.com/pt-br/blog/presence-in-hormuz; https://www.chadelimadapersia.com/2014/05/ilha-hormuz-o-paraiso-das-cores-no.html; https://apochi.com/attractions/qeshm/hormuz-island/.

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