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Hipocrisia japonesa: país caça baleias e persegue ativista

Hipocrisia japonesa: país caça baleias e persegue ativista

Às vésperas da COP30, a hipocrisia japonesa volta a aparecer. O país que há décadas desafia a moratória internacional da caça às baleias agora tenta silenciar quem defende esses animais. O alvo é Paul Watson, fundador da Sea Shepherd, conhecido mundialmente por denunciar a matança de baleias no oceano Austral.

Paul Watson
Paul Watson em imagem da Sea Shepherd Brasil.

O governo japonês enviou ao Brasil um pedido de extradição contra o ativista. A medida  soa absurda e profundamente contraditória num momento em que o planeta enfrenta o colapso da biodiversidade. Como pode um país que ainda comercializa carne contaminada de golfinhos  e mantém caçadas cruéis em Taiji ter moral para perseguir quem luta pela vida marinha?

Taiji, a ‘Baía da Vergonha’

A baía de Taiji, também conhecida como “Baía da Vergonha”, fica na cidade portuária de Taiji, no distrito de Higashimuro, na Prefeitura de Wakayama, Japão. Ela é o retrato fiel da hipocrisia japonesa.
A baía de Taiji

Cetáceos são sensitivos, isto é, sentem dor

Todos os anos, pescadores locais massacram golfinhos em um ritual macabro — uma cena insuportável para quem tem qualquer senso de compaixão, tamanha a brutalidade do ato. É preciso ser sádico ou pervertido moralmente para aceitar o que dizem ser ‘tradição’.
Repare na peça de metal enfiada na cabeça do animal para evitar que ele sangre. Sempre é bom lembrar que golfinhos são sensitivos, isto é, sentem dor.
O documentário The Cove, dirigido por Loui Psihoyos e vencedor do Oscar de Melhor Documentário em 2010, teve como cenário a baía de Taiji.
Ativista da Sea Shepherd na Baía de Taiji.

O mar tingido de vermelho pelo sangue dos golfinhos trucidados

Depois do escândalo causado pelas imagens do documentário, que mostravam o mar tingido de vermelho pelo sangue dos animais, os pescadores passaram a esconder o massacre. Isto é, ou não, prova da hipocrisia japonesa?
Baía de Taiji vermelha do sangue de golfinhos expõe a hipocrisia japonesa.
Enfiam tubos de metal nas cavidades onde arpoam os golfinhos, como mostra a imagem acima. Ou, então, escondem com cortinas os locais onde encurralam os animais antes de executá-los.
Melhor esconder a ‘verdade inconveniente’.

A caça às baleias na Antártica

Desde que a moratória da caça às baleias foi estabelecida nos anos 80, apenas três países insistem em prosseguir. O Japão está ao lado da Noruega, que mata baleias para comida de cachorros, DinamarcaIlhas Faroe – e Islândia na matança de baleias.

É por divulgar imagens como esta que o Japão agora pede a extradição de Paul Watson.

Segundo a Sea Shepherd Brasil, em plena Conferência do Clima da ONU, Paul Watson, fundador da Sea Shepherd, tornou-se novamente alvo de uma perseguição jurídica do governo japonês. A Embaixada do Japão enviou ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil um pedido oficial de extradição. Querem que o ativista seja entregue às autoridades japonesas.

A medida reacende um conflito que se arrasta há mais de quinze anos – considerado por diversos especialistas como um processo de natureza política. Desde 2010, após confrontos com a frota baleeira no Oceano Antártico, o Japão tenta enquadrar Watson como criminoso por motivos banais – uma forma de retaliação às ações diretas de proteção às baleias.

Paul Watson declarou que ‘o governo japonês está usando todo o seu poder para defender a caça ilegal às baleias e para me punir. Tudo o que conseguirão é expor ainda mais sua natureza criminosa, sua ganância desmedida e seu compromisso imoral em destruir a diversidade da vida no oceano’.

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Em 2024 Paul Watson foi preso na Groenlândia

O Japão pediu a prisão de Paul Watson há 12 anos por atacar baleeiros na Antártida. As autoridades o acusaram de causar danos e ferimentos em 2010 o que não deixa de ser mais uma prova da hipocrisia japonesa.

Em 2024, Watson perseguia o baleeiro japonês Kangei Maru, novo navio-fábrica do país. Durante uma parada para abastecer em Nuuk, Groenlândia, policiais subiram a bordo e o levaram algemado.

Segundo a Sea Shepherd Brasil, em 2012, o Japão, juntamente com a Costa Rica, conseguiu incluir o nome de Paul Watson na lista vermelha da INTERPOL. ‘A inclusão foi amplamente criticada como uso indevido do sistema internacional para fins políticos’.

Japão pede extradição do ativista e expõe sua hipocrisia

O Japão reapresentou o pedido de extradição às vésperas da COP30. A manobra tenta pressionar o Brasil e manchar sua imagem diante do ativismo ambiental. A defesa de Watson no país, conduzida por advogados da Sea Shepherd Brasil, já entrou com um habeas corpus preventivo para garantir sua liberdade e segurança.

Para este site, quem sai perdendo nessa nova disputa é o Japão. Ao tentar desmoralizar o ativista, o país revela hipocrisia e desprezo pela vida marinha — algo inaceitável num momento em que os oceanos finalmente ganham destaque nas discussões globais.

Qual a sua opinião sobre este episódio? Se você se importa com a vida marinha este é o momento de manifestar-se.

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