Hipocrisia japonesa: país caça baleias e persegue ativista
Às vésperas da COP30, a hipocrisia japonesa volta a aparecer. O país que há décadas desafia a moratória internacional da caça às baleias agora tenta silenciar quem defende esses animais. O alvo é Paul Watson, fundador da Sea Shepherd, conhecido mundialmente por denunciar a matança de baleias no oceano Austral.

O governo japonês enviou ao Brasil um pedido de extradição contra o ativista. A medida soa absurda e profundamente contraditória num momento em que o planeta enfrenta o colapso da biodiversidade. Como pode um país que ainda comercializa carne contaminada de golfinhos e mantém caçadas cruéis em Taiji ter moral para perseguir quem luta pela vida marinha?
Taiji, a ‘Baía da Vergonha’
Cetáceos são sensitivos, isto é, sentem dor
O mar tingido de vermelho pelo sangue dos golfinhos trucidados
A caça às baleias na Antártica
Desde que a moratória da caça às baleias foi estabelecida nos anos 80, apenas três países insistem em prosseguir. O Japão está ao lado da Noruega, que mata baleias para comida de cachorros, Dinamarca – Ilhas Faroe – e Islândia na matança de baleias.
Segundo a Sea Shepherd Brasil, em plena Conferência do Clima da ONU, Paul Watson, fundador da Sea Shepherd, tornou-se novamente alvo de uma perseguição jurídica do governo japonês. A Embaixada do Japão enviou ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil um pedido oficial de extradição. Querem que o ativista seja entregue às autoridades japonesas.
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Ilhabela em último lugar no ranking de turismo 2025Garopaba destrói vegetação de restinga na cara duraCores do Lagamar, um espectro de esperançaA medida reacende um conflito que se arrasta há mais de quinze anos – considerado por diversos especialistas como um processo de natureza política. Desde 2010, após confrontos com a frota baleeira no Oceano Antártico, o Japão tenta enquadrar Watson como criminoso por motivos banais – uma forma de retaliação às ações diretas de proteção às baleias.
Paul Watson declarou que ‘o governo japonês está usando todo o seu poder para defender a caça ilegal às baleias e para me punir. Tudo o que conseguirão é expor ainda mais sua natureza criminosa, sua ganância desmedida e seu compromisso imoral em destruir a diversidade da vida no oceano’.
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Em 2024 Paul Watson foi preso na Groenlândia
O Japão pediu a prisão de Paul Watson há 12 anos por atacar baleeiros na Antártida. As autoridades o acusaram de causar danos e ferimentos em 2010 o que não deixa de ser mais uma prova da hipocrisia japonesa.
Em 2024, Watson perseguia o baleeiro japonês Kangei Maru, novo navio-fábrica do país. Durante uma parada para abastecer em Nuuk, Groenlândia, policiais subiram a bordo e o levaram algemado.
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Japão pede extradição do ativista e expõe sua hipocrisia
O Japão reapresentou o pedido de extradição às vésperas da COP30. A manobra tenta pressionar o Brasil e manchar sua imagem diante do ativismo ambiental. A defesa de Watson no país, conduzida por advogados da Sea Shepherd Brasil, já entrou com um habeas corpus preventivo para garantir sua liberdade e segurança.
Para este site, quem sai perdendo nessa nova disputa é o Japão. Ao tentar desmoralizar o ativista, o país revela hipocrisia e desprezo pela vida marinha — algo inaceitável num momento em que os oceanos finalmente ganham destaque nas discussões globais.
Qual a sua opinião sobre este episódio? Se você se importa com a vida marinha este é o momento de manifestar-se.