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Desmatamento da Mata Atlântica cresce no País

Desmatamento da Mata Atlântica cresce em dez Estados do País

A mata atlântica é o bioma mais rico em biodiversidade do Brasil com suas 15.700 espécies de plantas sendo que 8 mil são endêmicas. E começou a ser desmatado logo depois da chegada dos portugueses. O primeiro ciclo econômico do Brasil foi o ciclo do pau-brasil. De lá para cá sobraram cerca de 12,4% do que havia quando Cabral desembarcou na Bahia. E apesar dos esforços da mais emblemática ONG brasileira, a SOS Mata Atlântica, as notícias não são boas. Acaba de ser divulgado o Atlas dos Remanescentes da Mata Atlântica, um levantamento da ONG em parceria com o Inpe que mostra o que aconteceu entre 2019 e 2020: Desmatamento da Mata Atlântica cresce no País.

Imagem da mata atlântica
Imagem, Google.

Desmatamento da Mata Atlântica cresce no País

De acordo com o relatório 13.053 hectares de floresta nativa foram desmatados entre 2019 e 2020, o que corresponde a 18 mil campos de futebol. A mata atlântica é o bioma mais ameaçado do País e ainda persiste a ameaça do ‘ministro’ do Meio Ambiente que, em 2020, pretendeu anistiar proprietários rurais.

Luis Fernando Guedes Pinto, diretor da ONG e responsável pelo Atlas declarou à Folha de S. Paulo: “O futuro da mata atlântica passa pelo desmatamento zero, que é uma meta plausível e alcançável, e pela sua restauração imediata. Temos ciência e tecnologia para recuperar o bioma.”

A devastação por Estado.

Segundo o jornal, para Luis Fernando ‘a mata atlântica tem grande importância na conservação da biodiversidade e na absorção de gás carbônico, o que faz dela um dos biomas de maior prioridade para ser restaurada’.

O site da SOS Mata Atlântica reforça: o bioma é o lar de 72% dos brasileiros e concentra 70% do PIB nacional. Dele dependem serviços essenciais como abastecimento de água, regulação do clima, agricultura, pesca, energia elétrica e turismo.

São Paulo e Espírito Santo lideram a devastação

O jornal O Estado de S. Paulo também repercutiu as novas informações do Atlas que apontam São Paulo e Espírito Santo como os ‘campeões’ da devastação.

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São Paulo registrou aumento de 402% enquanto o Espirito Santo alcançou 462% de perda de cobertura vegetal. Segundo o jornal ‘a explicação para São Paulo seria a expansão imobiliária’.

Segundo O Estado, ‘as informações mostram crescimento da devastação em oito dos 17 Estados monitorados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Ceará, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Espirito Santo)’.

Praia de Caramborê (SP) cercada pela mata atlântica. Imagem, arquivo MSF.

O jornal informa que ‘Alagoas e Rio Grande do Norte também registraram desmatamento, mas não constavam do estudo anterior. A Paraíba não foi incluída no levantamento’.

‘No total, segundo o estudo, foram desflorestados 13.053 hectares (130 quilômetros quadrados) da Mata Atlântica no período – dado que, embora tenha o percentual geral 9% menor em relação ao levantamento de 2018-2019 (14.375 hectares), representa um crescimento de 14% em relação a 2017-2018 (11.399 hectares), quando o desflorestamento atingiu o menor valor da série histórica’.

O total de 13 mil hectares pode parecer pouco, mas para um bioma que tem apenas 12.4% de sua cobertura vegetal qualquer perda é uma grande perda.

Recuperação das áreas degradadas

Ao mesmo tempo em que trabalha para manter o que sobrou em pé a SOS Mata Atlântica também tem um programa para a recuperação das áreas degradadas.

O Estado informa que duas empresas participam do projeto, a Ypê, de produtos de limpeza, e a Nespresso, produtora de cafés.

‘A Ypê já plantou mais de 1 milhão de árvores em 20 municípios paulistas, com investimentos que somam até R$ 14 milhões’.

A região da Juréia, sul de São Paulo, cercada pela mata atlântica.

‘A Nespresso, por sua vez, investiu cerca de US$ 170 mil, plantando 70 mil árvores de 60 espécies nativas em programa de recuperação da Bacia do Rio Pardo, município de São Sebastião da Grama, no interior paulista’.

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Pedro Passos, presidente da SOS Mata Atlântica fez coro ao declarar à Folha de S. Paulo que ‘apesar da era medieval que vivemos em relação à política ambiental, estamos confiantes que poderemos virar o jogo. Esperamos entregar aos nossos netos um bioma pleno de movimento de restauração’.

De acordo com o site da ONG ‘as iniciativas de Restauração Florestal da Fundação estão entre as que mais contribuíram para reabilitar a floresta no país, com mais de 40 milhões de árvores plantadas’.

Imagem de abertura: mar sem fim

Fontes: https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,devastacao-na-mata-atlantica-aumenta-em-oito-estados-e-explode-em-sp-e-no-es,70003726865; https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2021/05/restauracao-da-mata-atlantica-e-prioridade-para-cumprir-agenda-climatica-do-pais.shtml; https://www.sosma.org.br/conheca/.

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