Coca-Cola e plástico no mar: em 2016 foram 1,1 bilhão de garrafas plásticas
3.400 garrafas de plástico por segundo. Este número impressionante foi estimado pelo Greenpeace sobre a quantidade de PETs fabricadas em 2016 pela gigante Coca-Cola. A empresa divulgou que houve crescimento da produção. Com isso ela despejou no mercado 110 bilhões de garrafas, um aumento de 1 bilhão de unidades em relação ao ano anterior. Coca-cola e plástico no mar: se a empresa continuar agindo assim sobra apenas apelar aos consumidores, todos somos responsáveis.

Em 2019 a Coca-Cola foi apontada como a maior poluidora de plástico pelo segundo ano consecutivo
Matéria do site www.nypost.com, publicada em novembro de 2019: “Pelo segundo ano consecutivo a organização sem fins lucrativos Break Free From Plastic apontou a Coca-Cola como a maior produtora de resíduos plásticos. A ONG conseguiu arregimentar um enorme grupo de 72.541 voluntários em 51 países. Eles coletaram lixo plástico em setembro de 2019 e depois identificaram os resíduos. 43% do que encontraram foram marcas de consumo, informou o Guardian. A Coca-Cola foi a número um, com quase 12.000 embalagens de produtos da marca encontrados em 37 países em todo o mundo. Nestlé e Pepsico conseguiram um honroso segundo e terceiro lugares.”
Os continentes e as marcas que mais sujaram os litorais
Ainda de acordo com o www.nypost.com, “embora a Coca-Cola fosse a principal fonte de resíduos na África e na Europa; nos EUA os resíduos da Nestlé foram o maior produtor de poluição por plásticos. Solo Cup Company e Starbucks foram os nºs 2 e 3. Na Europa, a Heineken foi o terceiro maior poluidor de plásticos.”
A (pequena) reação da Coca-Cola
A empresa parece que começa a se tocar, e responde à pressão internacional. Outra fonte de notícias, o site www.promoview.com.br, em matéria de novembro de 2019 informa que “A Coca-Cola Company apresentou sua primeira amostra de garrafas produzidas com plásticos recuperados e reciclados do oceano. Foram produzidas cerca de 300 garrafas usando 25% de plástico marinho reciclado recuperado do Mediterrâneo e de praias de Portugal e da Espanha. Segundo a empresa, as amostras são as primeiras garrafas de plástico feitas com PET retirado do mar reciclado com sucesso para embalagens de alimentos e bebidas.”
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Apenas uma pequena fração destas garrafas é reciclada. Acredita-se que menos de 50% delas tiveram destinação correta, como centros de reciclagem. Na verdade, a reciclagem de plástico é um drama da nossa geração.
Petição global contra a Coca-cola e o plástico no mar: única opção dos consumidores
Os números fazem parte de uma nova campanha liderada pelo Greenpeace do Reino Unido. A ONG lançou uma petição para pressionar a Coca-Cola a se posicionar de maneira mais sustentável e responsável. A iniciativa agora se transforma numa ação global.
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A organização acusa a Coca-cola de estar sufocando os oceanos com plástico. Como é a maior fabricante de refrigerantes do mundo, a Coca-Cola precisa tomar uma atitude. O Greenpeace não acusa somente a Coca-cola, mas também a Pepsi e a Nestlé. Juntas, as três empresas seriam as que mais poluem os oceanos.
90 mil e-mails para o CEO da Coca-cola
Entre as ações já realizadas pelo Greenpeace está o envio de 90 mil e-mails para o CEO europeu da Coca-Cola. Neles, a ONG pedia que a empresa reduza sua produção (sem reciclagem) de plástico. E, também, pedia a colocação de adesivos em máquinas de bebidas alertando a responsabilidade da empresa na poluição dos oceanos, trocando a palavra Coke por choke, ‘sufocar’ em inglês.
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No Reino Unido, a Coca-Cola respondeu à pressão do Greenpeace. A empresa anunciou que teria contratado um novo escritório de assessoria de imprensa. E afirmou que aumentaria o uso de plástico reciclado em suas garrafas em 25%. A organização ambiental respondeu que isso não é suficiente.
Sendo uma companhia multibilionária e global, a Coca-Cola tem o dinheiro e os recursos necessários para criar sistemas de distribuição diferentes, usar mais plástico reciclado e encontrar soluções inovadoras para reduzir o impacto que está causando
O impacto das garrafas plásticas
Calcula-se que um milhão de garrafas plásticas são vendidas por minuto no planeta, algo em torno de 20 mil compradas a cada segundo. Dá para entender agora o tamanho do problema?
E se este consumo já não fosse suficientemente alarmante, ele deve crescer mais 20% até 2021, chegando a 583 bilhões de unidades. Os dados são da pesquisa Global Packaging Trends Report da consultoria Euromonitor International.aa
O lixo plástico no planeta
Especialistas afirmam que o impacto ambiental provocado pelo lixo plástico no planeta, sobretudo nos oceanos, deverá ser pior do que aquele causado pelas mudanças climáticas.
Plástico, uma das grandes invenções da humanidade
O plástico surgiu como uma das grandes invenções da humanidade. Leve, prático e barato, serve como embalagem para tudo. Com isso, sua produção deu saltos gigantescos ao longo das últimas décadas.
Mas é o uso do plástico para a fabricação de garrafas de água e outros tipos de bebidas que tem gerado o maior impacto sobre a natureza, além do plástico de embalagens. O estudo publicado pelo The Guardian destaca que o consumo do produto para estes fins por países asiáticos, principalmente a China, importando a cultura ocidental de “comprar água na rua”, está piorando ainda mais a situação já catastrófica.
Apesar de grande parte das garrafas serem feitas com polietileno tereftalato (PET), um polímero termoplástico, e perfeitamente passível de reciclagem, a quantidade monstruosa de unidades produzidas por segundo no planeta torna esta tarefa praticamente impossível. O que sobra desta montanha enorme de lixo plástico vai parar em aterros sanitários ou nos oceanos.
Em 2021, Coca-cola foi a maior poluidora mundial
Segundo o New York Times, ‘A gigante das bebidas, que foi nomeada a maior poluidora mundial de plásticos em 2021, aumentou seu uso de novos plásticos desde 2019 em 3%, para 3,2 milhões de toneladas, de acordo com um relatório anual divulgado este mês pela Fundação Ellen MacArthur, que uniu 500 organizações em um “compromisso global” para reduzir o desperdício de plástico.’
Para piorar, diz o NYT, ‘Os ativistas observam que a maioria dos plásticos é fabricada com combustíveis fósseis, como petróleo bruto, carvão e gases naturais.’
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Coca-cola mente, faz ‘greenwashing’
Em tradução direta significa “lavagem verde”. Contudo, o termo é utilizado para caracterizar ações que agridem o meio ambiente, mas são “maquiadas” para parecerem sustentáveis.
Em outras palavras, quando alguém diz que uma empresa pratica o greenwashing significa que ela mente ao consumidor. E a Coca-cola é apenas uma delas.
Georgia Elliott-Smith, delegada da COP 26 disse ao NYT: “A Coca-Cola gasta milhões de dólares fazendo greenwashing em sua marca, fazendo-nos acreditar que está resolvendo o problema”. Contudo, acrescentou, “nos bastidores” a empresa tinha “uma longa história de lobby para atrasar e inviabilizar regulamentações para prevenir a poluição, mantendo-nos viciados em plástico descartável.”
Fonte principal: http://conexaoplaneta.com.br/blog/onde-foram-parar-as-11-bilhao-de-garrafas-plasticas-produzidas-pela-coca-cola-no-ano-passado/.
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