Campanha – protesto: tornar uma ilha de lixo num país oficial
O Oceano Pacífico (mas não só ele) tem um grande problema – um amontoado de lixo que já é é maior do que todo o território francês. Para atrair atenção internacional, o grupo ambiental Plastic Oceans Foundation uniu-se ao site LadBible. Juntos criaram uma campanha para tornar uma ilha de lixo num país oficial. Matéria baseada no site Observador.pt.

Ilhas de Lixo têm fronteiras…
As Ilhas de Lixo têm fronteiras definidas. Segundo a campanha, o artigo 1º da Convenção de Montevidéu de 1933 exige quatro critérios para reconhecer um Estado: território, governo, relações com outros países e população permanente. Para os organizadores, basta criar um governo e instituições para cumprir os requisitos.
Prêmio Nobel da Paz pede cidadania ao 196º país do mundo
Al Gore, ex-candidato à presidência dos EUA e Nobel da Paz, foi o primeiro a pedir cidadania nas Ilhas de Lixo. Mais de 100 mil pessoas já assinaram a petição. A campanha levou o pedido às Nações Unidas. A meta é transformar as Ilhas de Lixo no 196º país reconhecido do planeta.
Faça como Al Gore: assine a petição
Está em nossas mãos. Podemos boicotar quem produz plástico, reciclar o que usamos e divulgar a causa. O próximo passo? Assinar a petição internacional e dar mais força ao movimento.
Mais lidos
Ilhabela em último lugar no ranking de turismo 2025Garopaba destrói vegetação de restinga na cara duraCores do Lagamar, um espectro de esperançaBandeira, passaporte, unidade monetária – que se chama escombros – e selos
O projeto conta com a ajuda dos publicitários Michael Hughes e Dalatando Almeida. Junto com o designer Mario Kerkstra, eles criaram uma bandeira, um passaporte, selos e até uma moeda oficial: os escombros.
PUBLICIDADE
As Ilhas de Lixo começaram a ser tratadas como um país. A ideia se baseia na teoria do estatuto de Estado, que defende a existência política mesmo sem reconhecimento internacional. Pelo mesmo critério, Taiwan também se enquadraria como um Estado. Ainda assim, não existe consenso sobre o que define legalmente um país segundo o direito internacional.
Estratégia para atrair atenção
Mesmo que não atinja seu objetivo final, a campanha cumpriu um papel importante: atraiu os holofotes para o problema. O plástico afeta a fauna marinha e se transforma em microplásticos. Esses fragmentos entram na cadeia alimentar e acabam em nosso prato. Estimativas indicam que, até 2050, os oceanos terão mais plástico do que peixes. A maior ilha de lixo está no Pacífico Norte, mas cientistas já encontraram outra, parecida, no Pacífico Sul.
Leia também
Orla do Rio de Janeiro recebe menos esgoto in naturaEstuário de São Vicente contaminado por cocaína e outras drogasPlásticos: perigo grave, crescente, para a saúdeÁrea do tamanho da França feita de plástico no mar
O mote da campanha é direto: “Se isso tudo parece ridículo, pense no fato de que existe uma área do tamanho da França feita só de plástico, flutuando no meio do mar.”
Publicitários brasileiros e o meio ambiente
Os publicitários brasileiros sabem que o maior ativo do País é sua biodiversidade, muitos deles trabalham em prol do meio ambiente. Assim, um dos mais icônicos resultados desta parceria é bastante conhecido: o logotipo da mais bem sucedida ONG tupiniquim: a SOS Mata Atlântica desenvolvido pela DPZ ainda nos anos 80.
Outro dos raros exemplos, é uma campanha da Young & Rubicam, cuja diretora de criação, Laura Esteves, entrou em contato conosco oferecendo ao Mar Sem Fim assinar alguns anúncios que a agência estava prestes a fazer.
Laura explicou: “Nosso papel é usar nossa capacidade como agência de propaganda para campanhas de conscientização.” Aceitei mais que depressa e não me arrependo. São peças impressionantes.
Assista ao vídeo e veja por que é importante que você participe!
Fonte principal: Observador.pt
Ilustração de abertura: Ladbible.com
Arquipélago São Pedro e São Paulo, parte pouco conhecida do Brasil