APA da Baleia Franca, Santa Catarina
Uma pena a ocupação desordenada no entorno da APA da Baleia Franca, efeito da especulação imobiliária. Mais uma vez repete-se o padrão das praias brasileiras: os nativos, pressionados, vendem suas posses quase sempre por miséria (conheci um que trocou a posse onde vivia por uma garrafa de cachaça, na ilha do Mel, no Paraná), perdendo acesso ao mar, e à profissão de pescador artesanal.
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Terceiro episódio da série Mar Sem Fim – Unidades de Conservação, exibida em 2014 pela TV Cultura
Características da Unidade de Conservação
Nome: Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca.
Data da criação: Setembro de 2000.
Bioma: Marinho Costeiro.
Localização: Litoral Sul de Santa Catarina.
Tipo: Uso Sustentável.
Área: 156.100, 0000 hectares, cerca de 130 quilômetros de costa, abrangendo 9 municípios, desde o Sul da Ilha de Florianópolis, até o Balneário Rincão, em Içara.
Objetivo da UC: Proteger, em águas brasileiras, a baleia franca austral.
A APA não conta com Plano de Manejo (instrumento fundamental para regular seus múltiplos usos) até hoje, apesar de seus 14 anos de criação. A Lei do Sistema Nacional de Unidade de Conservação, o SNUC exige que as unidades de conservação apresentem seu plano de manejo no máximo cinco anos após sua criação.
A falta do documento é apontado pela gestora como consequência “da falta de verbas”.
A APA da Baleia Franca nasceu por inspiração de uma ONG, o Projeto Baleia Franca que, por sua vez, foi criado por José Truda Palazzo Jr. há mais de 20 anos. Eis aí a primeira boa notícia.
A sociedade civil, quando organizada, consegue bons resultados. Obriga o Governo Federal a deixar a letargia de lado para criar mais esta Unidade de Conservação.
IMPORTANTE: na data de nossa viagem ainda era possível fazer passeios para avistagem de baleias a partir de Garopaba e Imbituba. Atualmente os passeios estão proibidos.