Água-viva incomum, Deepstaria enigmatica, só meia dúzia de pessoas já viram
Ela foi descoberta na década de 1960. E esta água-viva enigmatica só foi descrita em 1967. Quem a descobriu? Tinha que ser mais uma de suas contribuições: Jacques Cousteau, o explorador e inventor que trouxe o fundo do mar para a tela de televisão de milhares de pessoas ao redor do mundo. Cousteau a batizou como Deepstaria enigmatica em homenagem ao submersível que usava, projetado por ele, o Deepstar 4000 (conheça as fantásticas invenções de Jacques Cousteau).
Conheça a água-viva enigmatica
Os pesquisadores não sabem muito sobre o animal que se parece com um saco plástico, uma bolha, e não tem tentáculos. Esta água-viva incomum ainda é capaz de mudar de forma. Pesquisadores imaginam que ela tem o hábito de expandir seu corpo para engolir suas presas. A maioria das águas-vivas usa tentáculos para capturar presas. A Deepstaria precisa outro método. Daí a capacidade de mudar de forma. Pouco se sabe, em geral, sobre a água-viva Deepstaria, ou seus consortes de isópodes. Poucas amostras foram estudadas. A equipe do Nautilus encontrou esta dupla de águas profundas a cerca de 750 metros debaixo do mar no Pacífico Central, a meio caminho entre os Estados Unidos e a Austrália.
Dificuldades no estudo da água-viva enigmatica
Uma das águas-vivas mais misteriosas do oceano, a Deepstaria enigmatica tem sido difícil de estudar devido ao seu habitat natural nas profundezas escuras do oceano onde ela flutua ao sabor das correntes. Não se sabe o que come, como come, como se reproduz. E quão amplamente é distribuída. Não à toa, seu ‘sobrenome’ é enigmatica.
A descoberta; saiba como foi
Em novembro de 2018, uma equipe de pesquisadores que operavam remotamente o submarino de pesquisa Hercules da NOAA avistou uma D. enigmatica na costa da ilha de San Benedicto, no Oceano Pacífico. Eles haviam anexado uma câmera de sensibilidade ultra alta – uma Canon ME20F SH – em segurança dentro de uma esfera de vidro para que pudessem recuperar imagens de condições de pouca luz na zona afótica do oceano.
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Pesquisadores consideram a hipótese de que a D. enigmatica é um predador de emboscada. Para aprisionar suas presas, ela tem seu sino que é grande. Pode-se abrir até um metro de diâmetro. Ela usa toda a membrana para capturar presas que se movem para cima, fechando-o como uma sacola.
Pesquisa publicada na revista American Museum Novitates
As descobertas da equipe que filmou o animal foram publicadas na revista American Museum Novitates. Eles contam como aconteceu: “Ao abordar um espécime de D. enigmatica com uma intensidade de luz relativamente baixa (274 lúmens) e utilizar uma câmera com pouca luz, conseguimos filmar o organismo com o guarda-chuva aberto. Mas ao nos aproximarmos, ele fechou-se rapidamente – um movimento que poderia ser usado para capturar presas e também para ajudar a impulsionar a criatura através da água.”
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Assista ao vídeo, e conheça a D. enigmática mas, antes, saiba que…
O espécime capturado neste vídeo parece estar abrigando um clandestino: um isópode vivo, vermelho, suspenso dentro do sino. Não está claro se a criatura pegou uma carona de propósito para fugir de predadores mais ferozes. Ou se é algum tipo de parasita, ou até mesmo, se é o almoço da água-viva.
Fontes: https://www.sciencealert.com/rare-jellyfish-deepstaria-enigmatica-caught-on-film-rov-hercules; https://mentalfloss.com/article/600180/scientists-capture-video-deepstaria-jellyfish; https://www.cnet.com/news/watch-a-deepstaria-jellyfish-shape-shift-like-an-underwater-pac-man-ghost/.