❯❯ Acessar versão original

Água contaminada de Fukushima será despejada no mar

Água contaminada de Fukushima será despejada no mar

O desastre de Fukushima, março de 2011, aconteceu depois de um terremoto de grande magnitude, 9 graus na escala Richter, que gerou um tsunami de escala épica. Várias cidades costeiras da região nordeste do país sofreram inundações, incluindo Fukushima local da Central Nuclear Fukushima Daiichi, operada pela TEPCO, subsidiária da General Electric. Houve cerca de 18 mil mortes e milhares de desabrigados. Mas a tragédia ainda está longe de terminar. Água contaminada de Fukushima será despejada no mar.

tanques de água contaminada de Fukushima
Imagem, You Tube.

O que fazer com a água contaminada?

Passado o caos, os japoneses não tiveram alternativa a não ser resfriar os reatores  com água do Pacífico. E, desde 2020 há a ameaça de livrar-se da água contaminada no mar. Logo depois do acidente o Japão já despejava a água no mar. Entretanto, os protestos internos e externos obrigaram o país a cessar os despejos.

No total são 1,3 milhão de toneladas de água. A TEPCO diz que usou um sistema para purificá-la e torná-la menos prejudicial. Contudo, em 2018 um grupo de especialistas descobriu que a água continha não apenas trítio, mas igualmente outros materiais radioativos, como carbono 14, cobalto 60 e estrôncio 90, todos altamente prejudiciais aos seres vivos.

Segundo a global.chinadaily.com, ‘a TEPCO também disse que a água radioativa seria  diluída com água do mar. Contudo, estudos mostram que 1 litro de água radioativa precisa ser misturada com 254 litros de água do mar para que fique adequadamente limpa. Ou seja, levaria pelo menos 30 anos para o processo ser concluído.

Enquanto isso, países insulares do Pacífico, além da China, Coreia do Sul e Taiwan, fazem forte oposição insistindo no armazenamento de longo prazo e processamento usando a melhor tecnologia disponível. Atualmente, há cerca de mil tanques de água ao redor da usina. Entretanto, a cada dia mais 170 metros cúbicos de água residual se acumulam.

Relatório do Greenpeace

Para o Greenpeace, em relatório de 2020, ‘A recomendação do Subcomitê METI para descarregar o material  no meio ambiente claramente não foi baseada na ciência e engenharia. Mas apenas no interesse político do governo japonês e a viabilidade futura da TEPCO.

PUBLICIDADE

Apesar de toda a oposição, o governo aprovou o plano do operador da usina  para liberar suas águas residuais radioativas tratadas no mar em 2023. Segundo a AP News, “o presidente da autoridade nuclear do Japão, Toyoshi Fuketa, disse que o plano é feito de forma conservadora. Desse modo, o impacto da radiação no meio ambiente ainda pode estar abaixo do limite legal em caso de riscos imagináveis”.

Ao mesmo tempo, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mariano Grossi, está no Japão para se reunir com altos funcionários, segundo a AP.

Já a Reuters informou que a ‘Tepco planeja filtrar a água contaminada para remover isótopos nocivos além do trítio, que é difícil de remover. Em seguida, ele será diluído e liberado para liberar espaço na planta e permitir que o descomissionamento continue’.

Apesar do plano ter sofrido forte oposição dos pescadores locais, e de parte da comunidade internacional, o caminho do mar é o mais curto, e o mais barato. Portanto, mais uma vez os oceanos serão usados para o descarte da água, mesmo com o risco de trazer consequências sérias para a vida marinha.

Assista ao vídeo da Deutsche Welle e a entrevista com especialista do Greenpeace

O drama da floresta tropical do Congo

Sair da versão mobile