Saiba por que os manguezais são importantes para o equilíbrio do meio ambiente
Os manguezais são as únicas espécies de árvores no mundo que toleram a água salgada. Depois dos recifes de corais, considerado o mais rico ecossistema marinho, vem o manguezal. Eles são importantes não só para a vida marinha e a qualidade da água do mar. Um sem-número de outros organismos dependem deles para seu ciclo de vida. O mangue, ou suas copas, sequestram dióxido de carbono, CO2, quatro vezes mais que que a mesma porção de floresta tropical.
Características do Mangue
No mundo existem cerca de 80 tipos, mas no Brasil são apenas três: o Mangue-branco (Laguncularia racemosa); o Mangue-vermelho (Rhizophora mangue); e o Mangue siriúba (Avicena schaueriana).
Trata-se de um ecossistema de zonas tropicais e sub-tropicais. Eles se formam em água salobra, resultado do encontro da água do mar com a de rios. É uma vegetação pneumatófora, isto é, que respira através das raízes aéreas que ficam acima das águas.
Habitat de várias espécies
Os mangues são habitat de ostras, cavalos-marinhos, quelônios, peixes-boi, alguns tipos de tubarões, moluscos, crustáceos, aves marinhas, mamíferos, répteis, anfíbios e muitos tipos de peixes.
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Onde ficam os manguezais?
As florestas de mangue crescem apenas em latitudes tropicais e subtropicais perto do equador. Os mangues não suportam temperaturas congelantes. Os manguezais estão presentes em 123 países, e cobrem uma área de 152.360 km2.
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Mais de dois terços dos manguezais do mundo são encontrados em apenas 12 países, com a Indonésia sozinha respondendo por mais de 20% da cobertura total de manguezal, ou cerca de 23.000 quilômetros quadrados.
O segundo país em extensão de mangues é o Brasil. São cerca de 20 mil Km2 desta vegetação, que se estende desde o Amapá, até Florianópolis.
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Dois hectares de mangue em Paraty provocam discórdiaO custo do desperdício mundial e o consumismoEuropa repudia o turismo de massa neste verãoO Ministério do Meio Ambiente reconhece a importância do bioma. No relatório “Panorama da Conservação dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos do Brasil“, publicado pelo MMA, está escrito que:
os manguezais, por sua vez, apresentam elevada diversidade estrutural e funcional, atuando, juntamente com os estuários, como exportadores de biomassa para os sistemas adjacentes
As raízes do mangue
Segundo a NOAA “As raízes também diminuem o movimento das águas das marés, fazendo com que os sedimentos se depositem na água construindo um fundo lamacento.”
“As florestas de mangue estabilizam a costa, reduzindo a erosão causada por tempestades, correntes, ondas e marés. O intrincado sistema radicular dos manguezais também torna essas florestas atraentes para peixes e outros organismos que procuram comida e abrigo de predadores.”
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Ameaças ao manguezal
São muitas. A extração descontrolada da vida marinha, como acontece nas RESEX (tipo de unidade de conservação do Brasil), uso da madeira para lenha e outros, aterramento para a construção de casas de veraneio, marinas, portos, etc.
E ainda fazendas marinhas, como as que criam camarão. Nestes casos, o mangue é extirpado para, em seu lugar, construírem tanques de reprodução.
Outra ameaça é a agricultura muito próxima ao manguezal. Quando chove, a água que cai ‘lava’ o chão, levando agrotóxicos para o mangue. Isso acontece em quase todo o Nordeste brasileiro, uma vez que a cana-de-açúcar está praticamente ‘grudada’ aos manguezais.
Finalmente a poluição, de forma geral, é outra causa da perda de mangues no mundo.
Reforma do Código Florestal derrubou a proteção ao manguezal
Antes da reforma do Código Florestal, o artigo 2° da Lei 4.771/65 já classificava os manguezais como áreas de preservação permanente, o que eliminava a necessidade de criar unidades de conservação específicas para sua proteção.
Entretanto, a expansão de empreendimentos de carcinicultura ao longo da costa nordestina tem gerado sucessivas denúncias encaminhadas ao poder público, incluindo o MMA.
Apesar da constatação do próprio governo, recente decisão do Ministério do Meio Ambiente retirou a proteção aos manguezais, no entanto, depois de examinar o caso, o Supremo Tribunal Federal declarou a medida inconstitucional e restabeleceu a proteção.
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A carcinicultura no Brasil
A carcinicultura cresceu rapidamente no Nordeste no final dos anos 80 e início dos 90. Imensas áreas de mangue foram destruídas para dar lugar à criação de camarões. A FAO aponta a perda de habitats como a principal causa da redução da biodiversidade marinha.
A carcinicultura explodiu no Nordeste no final dos anos 80, começo dos 90. A criação de camarões levou à destruição de imensas áreas de mangue. A FAO identifica a perda de habitats como a principal causa da redução da biodiversidade marinha.
Notícia mais recente no Brasil: perda de 20% dos manguezais em 15 anos
O Estadão trouxe matéria com o seguinte título: “Manguezais perdem 20% de sua área em 15 anos.” Diz o texto de Giovana Girardi:
“O trabalho, conhecido como MapBiomas (Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil), revela que os manguezais, perderam, entre 2001 até 2016, 20% de sua área em parte por causa da expansão urbana.”
Serviços prestados pelo manguezal
Eles também são extremamente importantes para a diminuição dos gases do efeito estufa. O título da matéria do Nature World News, já diz tudo… ” Dióxido de carbono e manguezais: equivalente a tirar carros das ruas”. No corpo de texto vem a explicação: “a conservação de manguezais não apenas previne a perda de habitats, mas também ajuda a regular as emissões de carbono”.
Já o site da Conservation diz que eles também são chamados como “ecossistemas de carbono azul (manguezais, gramas marinhas e outros). E podem ser até 10 vezes mais eficientes do que os ecossistemas terrestres na absorção e armazenamento de carbono a longo prazo, tornando-os uma solução crítica na luta contra as mudanças climáticas.”
A proteção da linha da costa pelo manguezal
Ficou provado, depois do tsunami que aconteceu na Indonésia em 2004, que as áreas onde havia mangues foram menos danificadas. Por quê? Porque os manguezais agem como uma barreira, diminuindo a força das águas que invadiram a parte continental. Mais um serviço prestado: a contenção da erosão natural que ocorre em regiões costeiras.
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35.594 acres de mangue equivalem a menos 13 milhões de toneladas de dióxido de carbono!
De acordo com pesquisadores da Universidade de Duke, áreas protegidas na Indonésia mantiveram 35.594 acres de habitats de mangue. Isso impediu a libertação para a atmosfera de cerca de 13 milhões de toneladas de dióxido de carbono.
Como funciona? Pela fotossíntese. Ao produzir o fenômeno, as folhas dos manguezais sequestram dióxido de carbono da atmosfera e os depositam em suas raízes.
Manguezal e o carbono azul
Os manguezais crescem em áreas costeiras. Quando produzem a fotossíntese o dióxido de carbono é armazenado nos sedimentos debaixo dos manguezais. Eles também são conhecidos como “carbono azul”. Quando os níveis de água abaixam, ou quando o mangue é destruído, este sedimento oxida, e o dióxido de carbono é libertado de novo para a atmosfera.
Os manguezais sequestram mais de 50% do dióxido de carbono da atmosfera
De todo o carbono biológico, também denominado ‘carbono verde’, capturado no mundo, mais de metade (55%) é produzido pelos mangues, óleos marinhos (sea grasses), salinas, e outros organismos marinhos vivos, que são igualmente conhecidos como carbono azul.
Assista ao vídeo que mostra as belezas dos mangues
Fontes: estadao.com; natureworldnews.com; recoftc.org; https://www.google.com.br/?gws_rd=ssl#q=Panorama+da+Conserva%C3%A7%C3%A3o+dos+Ecossistemas+Costeiros+e+Marinhos+do+Brasil; http://www.mapbiomas.org/; https://oceanservice.noaa.gov/facts/mangroves.html; https://www.conservation.org/stories/11-facts-you-need-to-know-about-mangroves
Você sabia que a oceanografia é a mais recente disciplina científica?