❯❯ Acessar versão original

Temperaturas maiores nos oceanos e mudanças climáticas

Temperaturas maiores nos oceanos e as mudanças climáticas

Pesquisadores estão preocupados com o aquecimento global. O que sentimos na pele também é sentido nos oceanos. Segundo o site da Nasa: “Desde o período pré-industrial, estima-se que as atividades humanas aumentaram a temperatura média global da Terra em cerca de 1 grau Celsius. Este número está aumentando atualmente em 0,2 graus Celsius por década. Temperaturas maiores nos oceanos e mudanças climáticas.

Imagem, https://letsruntherace.com/.

Temperaturas maiores nos oceanos e mudanças climáticas

Não faz muito que publicamos o post Recorde de calor incomoda, prepare-se assim será. No texto, informávamos que muito possivelmente 2020 será o ano mais quente já medido no planeta.

Isso pode ser constatado pela violência das queimadas que acontecem não apenas na Amazônia e Pantanal, mas também em áreas florestais de São Paulo, Paraná, Califórnia, e até mesmo na Síria.

Não passou um mês para a mídia nacional e internacional publicar matérias sobre o aquecimento sem precedentes do oceano Atlântico. E até mesmo nos locais mais profundos dos oceanos.

Os oceanos e o calor na Terra

Os oceanos absorvem o calor produzido na Terra, e isto está matando o mais importante ecossistema marinho, os recifes de corais. Seja no Brasil, onde os corais do Nordeste enfrentam uma grave crise de branqueamento, seja nas maiores formações mundiais, como a Grande Barreira de Corais, na Austrália.

E isso é uma péssima notícia. Três de cada quatro peixes dos oceanos dependem dos corais para se reproduzirem. E a humanidade também depende de peixes para se alimentar.

PUBLICIDADE

Apesar disso, a sobrepesca avança sobre os cardumes que ainda restam. Em breve os preços de peixes e frutos do mar subirão ainda mais, até o momento não distante em que a pesca industrial deixará de existir.

Como já dissemos várias vezes, em razão dos empregos gerados não há força no mundo capaz de brecar a pesca industrial.

O aquecimento do Atlântico Norte

Um novo estudo que acaba de ser publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. A pesquisa foi baseada em análises de sedimentos do Lago Sawtooth no Alto Ártico. Há titânio nestas camadas, o que propicia estimar a temperatura relativa e pressão atmosférica ao longo do tempo.

Usando este sistema, os cientistas estenderam o registro da temperatura da superfície do oceano Atlântico de cerca de 100 para 2.900 anos, e mostram que o intervalo mais quente ao longo deste período foram os últimos 10 anos.

Isso é especialmente trágico para o Ártico, onde a camada de gelo da Groenlândia pode ter atingido um ponto crítico que a colocou em um caminho irreversível para o desaparecimento. O Ártico se aquece a um ritmo considerado o dobro da taxa média do resto do planeta.

Raymond Bradley, do Centro de Pesquisa do Sistema Climático da Universidade de Massachusetts Amherst e Pierre Francus na Universidade de Québec-INRS, um dos cientistas que encabeçaram esta pesquisa disse que  “as águas superficiais do Atlântico têm estado consistentemente quentes desde cerca de 1995.”

“Não sabemos se as condições irão mudar para uma fase mais fria em breve, o que daria algum alívio para o aquecimento acelerado do Ártico.”

Vazamento de metano no Ártico

Com o agora registrado alto calor do Atlântico Norte as geleiras do Ártico parece que caminham céleres para o seu inexorável fim. Acaba de sair o resultado de uma pesquisa, ainda preliminar, que mostra vazamento de gás metano no Ártico em razão do aquecimento. Isso significa ‘mais lenha na fogueira’.

PUBLICIDADE

Quais as consequências? Nem é bom pensar.

Muitas regiões do planeta seriam tragadas pelo mar. Melhor ser otimista e torcer para as eleições norte-americanas que poderiam, caso Joe Biden saia vencedor, fazer com que os Estados Unidos voltem ao Acordo de Paris, e que mais atenção seja dada aos problemas do aquecimento.

Locais mais profundos estão se aquecendo

Na mesma semana em que a matéria e o estudo do aquecimento do Atlântico Norte foram publicados, outra matéria chama a atenção. Ela nos chegou via o jornal The Guardian. 

A matéria mostra que os locais mais profundos e frios do oceano Atlântico Sul também estão aquecendo. “Até as águas escuras, quase congelantes, no fundo do oceano – longe de onde os humanos vivem e queimam combustíveis fósseis – estão esquentando lentamente, de acordo com um estudo de uma década de medições por hora.”

“As temperaturas estão subindo mais rápido do que se pensava, conforme registrado em estações em quatro profundidades diferentes no Oceano Atlântico, na costa do Uruguai.”

“Comparando as temperaturas globais da superfície terrestre e do oceano, estas estão subindo muito mais rápido. Em 2009, elas eram 0,56ºC mais altas do que a média de longo prazo. Em 2019, elas eram 0,95 ° C mais altas, de acordo com dados da NOAA.”

A falta de dados de análises em mar profundo

Os dados acima são preocupantes. Mas não definitivos. É que as pesquisas em mar profundo são raras até hoje. Pelas brutais dificuldades da pressão, falta de luminosidade, e distância, estas pesquisas são pouco frequentes o que pode influenciar os resultados. Não há dados históricos suficientes sobre o oceano profundo.

PUBLICIDADE

Mesmo assim, a comunidade científica está preocupada. Christopher Meinen, oceanógrafo da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) e principal autor do estudo, declarou: “Existem processos nas profundezas do oceano que estão fazendo as coisas mudarem rapidamente e ainda não sabemos o que são esses processos.”

Segundo o Guardian, “Os cientistas também concluíram que as temperaturas profundas do oceano devem ser medidas pelo menos uma vez por ano para entender as tendências de longo prazo. Eles esperam que o estudo leve outros a examinar seus próprios dados de temperatura de instrumentos semelhantes. “

E por que medir as temperaturas é um processo importante? Bem, os oceanos têm profunda importância sobre o clima na Terra. Segundo o Guardian, “Um sistema melhor para observar o oceano – incluindo o oceano profundo – poderia ajudar os cientistas a prever o clima sazonal para que os agricultores possam escolher melhor quais safras plantar.”

Imagem de abertura: https://letsruntherace.com/.

Fontes: https://www.umass.edu/newsoffice/article/recent-atlantic-ocean-warming; https://www.theguardian.com/environment/2020/oct/14/enormous-amount-of-heat-even-deepest-ocean-is-warming-study.

Ricardo Salles perde mais uma: mangues e restingas salvas pelo gongo

Sair da versão mobile