Santuário de tubarões em Fernando de Noronha: uma ótima ideia
O Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha foi criado em Setembro de 1988. Sua área é de 10.927 hectares. Trata-se de um arquipélago, de formação vulcânica, com 21 ilhas . É um dos locais mais bonitos e ricos da costa brasileira. Como todas as Unidades de Conservação federais do bioma marinho não há praticamente nada em relação à fiscalização de seu entorno.
Na Brasil é assim que funciona. Cansamos de denunciar ao longo da última série de documentários. Este site repete à exaustão: nosso litoral está ao deus-dará. O Parna de Noronha, apesar de seus quase 30 anos, não é exceção.
Alguns problemas do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha
Um deles, na visão deste site, é o excesso de turistas para a deficiente infra-estrutura. A coleta de lixo é sofrível. Turistas reclamam da quantidade de lixo nas ruas e bueiros abertos. Apesar de ser um Parque Nacional, objeto de desejo de turistas nacionais e internacionais, não há coleta seletiva.
recebeu 91 mil visitantes, alta de 0,75% em comparação a 2015
Em Setembro de 2013 o jornal O Estado de S. Paulo trouxe notícia sobre a interdição da Praia do Cachorro, outro cartão postal do PARNA, por causa de um vazamento de esgoto na estação elevatória da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). E pensar que o local é um Parque Nacional Marinho…
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Pensou que era tudo? Engano. Em algum período dos anos 60 foram introduzidos ratos com a chegada de navios. Para acabar com eles um soldado do destacamento sediado na ilha à época, deu a brilhante sugestão de se introduzir lagartos, os Tejus. A ideia era que o Teju seria um bom predador para os ratos. Acontece que estes têm hábitos diurnos, e aqueles, noturnos. Os dois nunca se encontraram. Resultado? Uma incrível proliferação dos Tejus (e ratos…) que descobriram nos ovos de tartaruga um excelente alimento. Hoje eles são um problema ambiental talvez maior que os ratos.
ICMBio diz que o PARNA protege tartarugas e tubarões ameaçados de extinção
O site da autarquia que toma conta (??) de nossas áreas marinhas (des)protegidas diz que o PARNA protege algumas espécies ameaçadas de extinção, entre eles as cabeçudas, as de pente, e as tartarugas- verdes; além do tubarão-limão.
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Estas três espécies desovam no local. E seus ovos alimentam parte dos Tejus, enquanto restaurantes, e o Museu do Tubarão, servem hambúrguer de…carne de tubarão! Calma. Como disse o grande Tom Jobim, o Brasil não é para amadores. Tá pensando o quê?
Quando questionados, o pessoal do PARNA e outras ‘autoridades’ de Noronha dizem que os tubarões não são pescados no arquipélago. Pode até ser, mas eles compram a carne em Recife… das frotas pesqueiras que estão limpando o mar no entorno de Noronha, Rocas e São Pedro & São Paulo, logo estão promovendo o fim dos tubarões dali mesmo!!!
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Arre égua! Finalmente uma boa ideia. O Divers for Sharks enviou carta ao secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, Sérgio Xavier, sugerindo a transformação de Fernando de Noronha em polo internacional de mergulho e conservação de tubarões e raias, com a criação do primeiro Santuário de Tubarões do Atlântico Sul. Ufa, até que enfim…
O Divers for Sharks explicou ao secretário:
Santuários de Tubarões não são apenas áreas decretadas para a conservação desses animais, essenciais ao equilíbrio ecológico marinho, e seu ambiente; em anos recentes a designação tem sido usada fundamentalmente para promover, junto a mergulhadores e praticantes de Ecoturismo no mercado internacional, áreas específicas como destino de observação dos mesmos.
Santuário de tubarões em Fernando de Noronha: dia 3 de fevereiro, do dia “D”
No próximo dia 3 de fevereiro o Secretário de Meio Ambiente de PE estará promovendo uma reunião com autoridades do governo de Fernando de Noronha, técnicos e ambientalistas para retomar a conversa sobre a proposta apresentada a ele faz tempo, ainda em 2015.
Secretário Sérgio Xavier, não desperdice esta oportunidade, ela pode ser a última
Pense, secretário, com o santuário Noronha ganharia projeção internacional no cenário do mergulho, permitindo que a gente propagandeasse o arquipélago como destino de mergulho com tubarões – aliás o ÚLTIMO lugar do Brasil onde se pode mergulhar regularmente com tubarões.
Com isso, e um melhor uso dos recursos gerados pelo PARNA, talvez seja possível melhorar a infra e fazer de Noronha um parque com ‘P’ maiúsculo. Que tal? E o senhor ainda levaria os louros. Pense nisso.
Conheça, enquanto ainda é tempo, o fundo do mar de Noronha no Google Street View.