Recifes de corais profundos descobertos em Galápagos
Em meio a notícias devastadoras sobre o aquecimento global, e com a superfície da água dos oceanos batendo recordes de calor, uma notícia auspiciosa entre os pesquisadores: a descoberta de um novo banco de recifes de corais profundos, ainda prístino, em Galápagos com 2 km de extensão. A novidade é especialmente bem-vinda acima de tudo se considerarmos que os corais estão ameaçados em todo o mundo devido ao aquecimento. O Guardian ouviu Michelle Taylor, bióloga da Universidade de Essex e colíder da expedição: “Eles são imaculados e cheios de vida – polvos-rosa, peixes-morcego, lagostas e uma variedade de peixes de profundidade, tubarões e raias.”
Banco de recifes a 600 metros de profundidade
O jornal informa que ‘Mergulhando a profundidades de 600 metros, até o cume de um monte submarino não mapeado na parte central do arquipélago, os cientistas testemunharam uma mistura da vida marinha de tirar o fôlego. Desse modo, aumentaram-se as esperanças de que recifes saudáveis ainda possam prosperar em um momento em que os corais estão em crise devido às temperaturas recordes da superfície do mar e à acidificação dos oceanos.’
O arquipélago ficou mundialmente conhecido depois da viagem de Darwin e das descobertas que levaram à teoria da evolução. O site da UNESCO, assim descreve a reserva marinha (aproximadamente 51.352 milhas quadradas) e Patrimônio Mundial: ‘A área das Ilhas Galápagos no Pacífico dista cerca de 1.000 km da costa equatoriana. Este arquipélago e a sua imensa reserva marinha são conhecidos em primeiro lugar como o único ‘museu vivo e mostra da evolução’. Além disso, sua localização geográfica na confluência de três correntes oceânicas o torna um dos ecossistemas mais ricos do mundo.’
Já o site galapagosconservation.org.uk informa que foi apenas em meados da década de 1970 que os recifes de coral foram descobertos em Galápagos. Contudo, em 1982-3 houve um grande evento El Niño trazendo fortes danos por meio do branqueamento dos corais. Cerca de 95% dos corais de águas rasas foram atingidos. Logo depois, em 1997-98 novo evento do El Niño que, entretanto, não deixou tantas cicatrizes.
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Segundo o Guardian, Operado por Michelle Taylor e pelo Dr. Stuart Banks, da Fundação Charles Darwin no Equador, o HOV Alvin explorou regiões desconhecidas usando recursos de amostragem de última geração e atualizações visuais que incluíam fotos de alta qualidade e ultra-alta definição.
Antes de mais nada, a descoberta mostra que as comunidades protegidas de corais de águas profundas provavelmente persistiram por séculos nas profundezas da reserva marinha. Assim, sustentaram comunidades ricas, diversas e potencialmente únicas.
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Para Michelle Taylor, “Esses recifes são potencialmente de importância global – um ‘canário na mina’ para outros recifes globalmente – locais que podemos monitorar ao longo do tempo para ver como os habitats intocados evoluem com nossa atual crise climática.”
Enquanto isso, Stuart Banks disse que o recife ajudou os cientistas a “reconstruírem os ambientes oceânicos do passado para entender as mudanças climáticas modernas”.
Antes de mais nada, para se ter uma noção da importância, saiba que antes da descoberta da nova estrutura de recife, Wellington Reef, na parte norte do arquipélago de Galápagos, Ilha de Darwin, era considerado um dos únicos recifes de coral rasos a ter sobrevivido ao El Niño de 1982 e 1983.
O ecowatch.com repercutiu outra declaração de Banks, “A coisa cativante sobre esses recifes é que eles são muito antigos e essencialmente intocados, ao contrário daqueles encontrados em muitas outras partes do mundo. Desse modo temos pontos de referência para entender sua importância para o patrimônio da biodiversidade marinha, conectividade com áreas protegidas regionais, bem como seu papel no fornecimento de bens e serviços, como ciclagem de carbono e pesca.”