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Porta-aviões brasileiro São Paulo, barrado no baile

Porta-aviões brasileiro São Paulo, barrado no baile

A compra do porta-aviões brasileiro São Paulo foi um erro grosseiro da Marinha do Brasil. Ele chegou ao País no ano de 2001. E operou por pouco tempo. Já em 2004 um duto da rede de vapor explodiu matando três tripulantes e ferindo outros sete. Sem condições de passar por reforma ofereceram-no ao mercado como sucata. Por R$ 10,5 milhões o estaleiro Sök Denizcilik e Ticaret Limited o arrematou. Mas, ainda assim, foi barrado no baile e recusado pela Turquia onde seria desmantelado no maior cemitério de navios do mundo.

porta-aviões brasileiro São Paulo
Imagem, Marinha do Brasil.

Vexame internacional brasileiro

De acordo com matéria do www.redebrasilatual.com.br a engenheira de segurança Fernanda Giannasi declarou  ser este um “vexame internacional em que estamos metidos com a proibição do governo turco do porta-aviões São Paulo, exportado de forma irregular para desmanche.”

Por quê? Bem, o imenso navio é ao mesmo tempo um enorme depósito de material cancerígeno, recusado até mesmo por  cemitérios. Explico melhor: o porta-aviões está repleto de amianto.

Amianto, ou asbesto, proibido em mais de 70 países

Segundo o Instituto Nacional do Câncer, ‘Amianto (ou asbesto) é uma fibra de origem mineral amplamente utilizada no setor de fibrocimento, além de produtos para saneamento ambiental e produtos têxteis não combustíveis’. Contudo, ‘é responsável pela maioria dos cânceres de pulmão ocupacionais e por um terço de todos os cânceres relacionados ao trabalho’.

Por último, a utilização do amianto é proibida em mais de 70 países. No Brasil, em 2017, o Supremo Tribunal Federal igualmente proibiu o material no território nacional. De maneira idêntica, a Convenção de Basileia sobre controle de movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos e seu depósito considera os resíduos de amianto como perigosos.

Todo mundo sabe, menos, aparentemente, o Ibama

Todo mundo sabe disso. Menos, aparentemente, o Ibama atual. O órgão deu autorização à venda da sucata cancerígena para, 6 mil milhas depois, voltar atrás.

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Segundo a www.redebrasilatual.com.br, Fernanda Giannasi declarou que ‘o Ibama chegou a autorizar a saída da embarcação, mas agora “manda o navio voltar para ser ‘desamiantizado’ no Brasil”. E acrescentou: “Atestado da mais alta incompetência e irresponsabilidade dos órgãos ambientais do (DES)governo brasileiro.” (Grafia original da engenheira).

Sucata rebocada em alto-mar volta pra casa

Próximo do Estreito de Gibraltar, rebocado (pelo rebocador holandês ALP CENTER), e simultaneamente monitorado por ONGs ambientais como o Greenpeace, o navio cuja autorização teve aprovação do desnorteado (desde que Ricardo Salles por lá passou a boiada) Ibama em julho de 2022, teve que fazer uma longa volta pra casa expondo o País mais uma vez (data prevista de chaga, 2 de outubro).

A rota monitorada pelo Greenpeace.

‘Violando as Convenções de Basileia e Barcelona

Segundo a ONG shipbreakingplatform.org,o São Paulo  foi rebocado em uma viagem de cerca de 6.000 milhas para Aliaga, Turquia, onde seria desmantelado. Grupos ambientalistas em todo o mundo denunciam os planos de exportação e descarte do Brasil na Turquia como ilegais e inseguros’.

A mesma ONG informou que ‘o São Paulo tinha 760 toneladas de amianto. Enquanto isso, o relatório encomendado pelo governo brasileiro à empresa Grieg Green (cujo site apregoa serviços genuinamente verdes para a indústria marítima) estimou em pouco menos de 10 toneladas’. Não foi apenas um vexame mas, da mesma forma, uma mentira internacional de calças curtas.

É por estas e outras que não cansamos de alertar que a indústria marítima mundial é uma espécie de mistura entre o Legislativo, o Executivo, e o Judiciário tupiniquins atuais, com generosas pitadas de cinismo e mentiras das indústrias de petróleo e do tabaco.

Já o newsbulletin247.com, O governo da Turquia decidiu nesta sexta-feira (26 de agosto) vetar o acesso do porta-aviões brasileiro São Paulo ao país, em resposta a denúncias de entidades ambientalistas sobre a exportação ilegal de resíduos tóxicos da embarcação, vendida pela Marinha para uma empresa desmanteladora de navios’.

Disse mais, ‘O Ministério do Meio Ambiente da Turquia informou que a decisão foi tomada depois que o governo brasileiro se recusou a realizar uma nova análise da existência de amianto e outras substâncias perigosas no navio’.

Quem sabe agora um Museu?

O Instituto São Paulo-Foch, associação criada pelo ex-militar Emerson Miura, tentou disputar o navio, com o objetivo de transformá-lo em um museu flutuante, inspirado no porta-aviões USS Intrepid, ancorado em Nova York.

Segundo o newsbulletin247,com,  ‘Miura diz que conseguiu financiamento para o projeto, mas a Marinha não permitiu que o instituto participasse do leilão. “Estaríamos preservando o último porta-aviões do Brasil e o único da Marinha”, defende’.

‘Contudo, o navio deixou o Brasil no dia 4 de agosto. No mesmo dia, Miura obteve liminar da Justiça Federal do Rio de Janeiro impedindo a viagem. Notificada, a Marinha do Brasil entretanto informou que o pedido não poderia ser acatado porque a embarcação já estava em águas internacionais’.

Quem sabe agora, depois do vexame internacional, Miura consiga realizar seu sonho que comentamos no post Porta-aviões São Paulo será sucateado.

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