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Petróleo nos mares da China: maior derrame em décadas

Petróleo nos mares da China: maior derrame em décadas. E mesmo assim, ó, a imprensa brazuca não dá sequer uma linha

A imprensa do mundo inteiro comenta. Cientistas estão alarmados com o potencial destruidor do acidente de um mês atrás envolvendo um petroleiro . Até 111 mil toneladas métricas vazaram para o oceano, invadindo uma área que inclui alguns dos ecossistemas mais importantes do mundo: o arquipélago que surge onde o rio Yangtze flui para o Mar da China Oriental, em  Zhoushan. Mesmo com muito petróleo nos mares da China, nenhum veículo de comunicação do Brasil, a “grande imprensa”, noticiou o fato. Assim, fica muito difícil que a elite brasileira, aqueles que ainda leem a mídia, possa se informar e trabalhar em favor da preservação do “coração da Terra, como diz Sylvia Earle: os oceanos. A crise da imprensa mundial, em especial a brasileira,  contribui para que os oceanos continuem sendo a ‘lata de lixo do mundo’.

imagem de mapa mostrando vazamento de petróleo nos mares da China
O local do acidente.

China, um dos maiores produtores mundiais de pescado

A China está entre os cinco maiores produtores mundiais de pescado. E o país não respeita fronteiras, muito menos, regras adotadas em foros mundiais. De acordo com o mundialmente respeitado pesquisador Enric Sala,  “a China é uma das maiores predadoras dos mares do planeta.”

O local do acidente

Ele aconteceu numa área que, no ano passado, produziu cinco milhões de toneladas de frutos do mar, com até 12 espécies diferentes, só para consumo da China  Entre elas estão caranguejos, lulas, corvinas amarelas, cavalas e o favorito local, ‘hairtail’. Se as projeções estiverem corretas, as toxinas logo se se espalharão para áreas pesqueiras japonesas. Segundo o diretor do Prestine Seas, Enric Sala, ambos os países são predadores dos mares e corruptos em reuniões internacionais que discutem a pesca. O pior é que os dois são os maiores consumidores. Como farão depois deste acidente? Quais mares pilharão? Aumentarão o esforço de pesca em santuários marinhos como já vêm fazendo?

O resultado do acidente com o petroleiro iraniano (Foto: New York Times).

O acidente aconteceu em 6 de janeiro

“O derramamento começou na noite de 6 janeiro. O Sanchi, um petroleiro de bandeira panamenha e iraniana, colidiu com um navio de carga a 160 milhas náuticas a leste de Xangai. O Sanchi explodiu e queimou por mais de uma semana antes de afundar. Todos os 32 membros da tripulação estão mortos.”

O tipo especial de óleo que vazou

Segundo o New York Times “um tipo de petróleo quase invisível contaminou alguns dos mais importantes ecossistemas na Ásia, China, Japão e além…” Trata-se de “um condensado, um subproduto tóxico e líquido da produção de gás natural.” Diz o jornal: “ao contrário do óleo cru de acidentes como os do Exxon Valdez e Deepwater Horizon, “o condensado não se aglomera em células que podem ser descobertas, ou produzem imagens de animais impregnados de óleo. Não há nenhuma mancha visível que possa ser bombeada. Especialistas disseram que a única solução  é deixar evaporar ou dissolver. Absorvido na água, permanecerá tóxico por um tempo, embora também se espalhe mais rapidamente no oceano do que o petróleo bruto.”

Exposição pode ser fatal ao ser humano

O NYT explica que “a exposição ao condensado é extremamente insalubre para os seres humanos e potencialmente fatal. Os efeitos de comer peixes e frutos do mar permanecem não testados, mas os especialistas aconselham a não fazê-lo.”

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Paul Johnston, cientista da Greenpeace Research Laboratories da Universidade de Exeter, disse:

Este é um derramamento de um tipo de petróleo que não vimos antes. Dimensionar o impacto é  uma tarefa enorme – provavelmente próximo ao impossível

Petróleo nos mares da China: ‘um terremoto para suas ambições’

Para a China, diz o Times, “o terremoto é uma prova para suas ambições como  “Master”  dos mares, especialmente no momento em que está reforçando suas reivindicações territoriais, incluindo territórios disputados com o Japão. Dada a sua proximidade, a China assumiu a liderança na investigação do desastre e monitorização do derrame, mas enfrentou críticas.

A reação de Pequim

“Em Pequim, as autoridades estão ansiosas para demonstrar que o governo faz todo o possível para proteger a economia pesqueira e seus 14 milhões de empregos.

E agora, vão pescar veneno? (Foto: New York Times)

Em briefings, informaram que o naufrágio está  a 115 metros de profundidade. Acredita-se que ainda esteja vazando condensado e outros combustíveis. Han Xu, vice-diretor do departamento de pescas do Ministério da Agricultura, disse a repórteres no final do mês passado que o acidente teve “um certo impacto na densidade de recursos pesqueiros“, mas que o governo ainda não conhecia a extensão da ameaça. “Atualmente, a investigação e monitoramento ainda estão pendentes e aguardam resultados sobre a poluição e os recursos pesqueiros”, disse ele.

Petróleo nos mares da China: o tamanho da área afetada

“O tamanho da área afetada expandiu-se e contraiu-se. Em um ponto em janeiro, havia três derramamentos diferentes na superfície, cobrindo uma área que medeia mais de 128 milhas quadradas.”

Apesar disso, diz o jornal, até agora as autoridades chinesas não impediram a pesca nas proximidades. Mais veneno para a mesa chinesa?

Fonte: https://www.nytimes.com/2018/02/12/world/asia/china-condensate-oil-spill-tanker-cleanup.html.

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