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Painel do Clima cita técnicas do Brasil como alternativa

Painel do Clima cita técnicas do Brasil como alternativa

Painel do Clima cita técnicas do Brasil: efeitos da mudança climática podem ser combatidos com adaptações do ecossistema. Reunião do Painel do Clima da ONU aconteceu nesta semana.

Investir mais em infraestrutura

Além das recomendações usuais para que os países invistam mais em infraestrutura para aumentar sua resiliência às mudanças climáticas, no novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) ganhou espaço uma alternativa mais barata que pode, em alguns locais, conseguir efeitos parecidos: a adaptação baseada em ecossistemas.

O tema aparece em maior ou menor profundidade em cerca de metade dos capítulos. Teve destaque especial no capítulo regional de América Central e do Sul, onde técnicas como criação de áreas protegidas, acordos para conservação e manejos comunitários de áreas naturais são testadas.

Fortalecer serviços ecossistêmicos  fundamentais

Mas o que isso tem a ver com adaptação? De acordo com o ecólogo Fabio Scarano, da Conservação Internacional e um dos autores do capítulo, a ideia é fortalecer serviços ecossistêmicos que são fundamentais. Um ambiente bem preservado tem a capacidade de prover um clima estável, o fornecimento de água, a presença de polinizadores. “Como se fosse uma infraestrutura da própria natureza”, diz.

Como premissa, está a conservação da natureza aliada ao incentivo do seu uso sustentável – a fim também de evitar a pobreza, que é um dos principais motores da vulnerabilidade de populações.

“Normalmente quando se fala em adaptação se pensa na construção de grandes estruturas, como um dique, por exemplo, para evitar uma inundação. Não se trata disso, mas uma adaptação baseada em ecossistemas: conservar a natureza e usá-la bem é uma forma de diminuir a vulnerabilidade das pessoas às mudanças climáticas”, afirmou.

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Painel do Clima cita técnicas do Brasil. Manguezal do rio Itapanhaú, São Paulo.

Mangue: é mais barato mantê-lo de pé

Ele cita como exemplo uma região costeira em que o mangue tenha sido degradado. “Esse ecossistema funciona como uma barreira. Em um cenário de ressacas mais fortes, elevação do nível do mar, a costa vai ficar mais vulnerável. Será necessário construir diques. Mas se mantém o mangue em pé, e se oferece um auxílio para que as pessoas possam ter uma economia básica desse mangue, com técnicas sustentáveis, e elas recebam para mantê-lo assim, vai ser mais barato do que depois ter de fazer um dique.”

Painel do Clima cita técnicas do Brasil. Manguezal e suas raízes aéreas.

O tão falado desenvolvimento sustentável

Segundo o pesquisador, para ser mais resiliente é importante acabar com a pobreza e preservar a natureza. “Se for possível ter os dois, a gente consegue o tão falado desenvolvimento sustentável”, opina.

Veja uma análise das mudanças para a América Central e do Sul.

Giovana Girardi – Enviada especial a Yokohama, no Japão

Canal do Valo Grande, algoz do Lagamar

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