Mergulhadores, Povo de Bajau, um grupo que literalmente nasceu para isso
O povo de Bajau, mergulhadores do arquipélago malaio, passa quase toda a vida no mar. Eles vivem em barcos ou em cabanas em palafitas sobre recifes rasos. Além disso migram de um lugar para outro em flotilhas carregando clãs inteiros. Eles sobrevivem com uma dieta quase inteiramente de frutos do mar. E para coletar, gastam 60% do seu dia de trabalho embaixo d’água. Fonte básica, The Economist.
Povo de Bajau, mergulhadores: habilidades prodigiosas
O wikipedia informa que “os Sama-Bajau são tradicionalmente das muitas ilhas do Arquipélago de Sulu nas Filipinas. Ou então, em áreas costeiras de Mindanao, norte e leste de Bornéu, no mar de Celebes e, finalmente ao longo das ilhas indonésias orientais.”
Não é novidade que suas habilidades de mergulho são prodigiosas. Eles às vezes descem mais de 70 metros e podem permanecer submersos por até cinco minutos. Usam nada mais do que um conjunto de pesos para reduzir a flutuabilidade. E um par de óculos de madeira com lentes feitas de sucata resistentes à distorção pela pressão.
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Como os Bajau têm vivido assim por muito tempo (evidências históricas sugerem pelo menos 1.000 anos), pesquisadores especularam que carregam características genéticas que os adaptam ao seu estilo de vida. Agora Melissa Ilardo e Rasmus Nielsen, da Universidade da Califórnia, mostraram que isso é verdade.
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Site news.com.au: “crianças de até quatro anos pescam peixes, polvos e lagostas de barcos artesanais na costa leste de Sabah, Malásia. Junto com suas famílias, moram em cabanas de madeira sobre palafitas e trocam seus frutos do mar por necessidades com ilhéus na cidade de Semporna.
O povo Bajau é refugiado das Filipinas. Assim, escolheu viver no mar por toda a vida. Todos os dias as crianças pegam suas pirogas artesanais e, equipadas com uma rede e lança, partem em busca de comida. As crianças não têm oportunidade de ir à escola, portanto sem perspectivas futuras.”
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Imergir o rosto em água fria e exigir que prenda a respiração, diz a Economist, aciona o que é conhecido como a resposta do mergulho. Isso envolve redução da frequência cardíaca para economizar oxigênio.
O redirecionamento do sangue dos tecidos superficiais para os órgãos mais sensíveis ao oxigênio, como o cérebro, coração e os pulmões; e contração do baço, um órgão que atua como uma reserva de emergência de glóbulos vermelhos oxigenados. Desse modo, um suprimento aumentado dessas células é liberado na corrente sanguínea.
A prova das mudanças genéticas destes mergulhadores
Melissa Ilardo, pesquisadora, viajou para a Indonésia. Recrutou 59 nativos dispostos a dar amostras de saliva para análise de DNA. E também para medir os baços. Para agir como controle, ela igualmente recrutou 34 membros do Saluan, grupo de moradores de terra, contudo vizinhos próximos.
As varreduras do baço mostraram que os de Bajau são 50% maiores que os de Saluan. Esta diferença, entretanto, não está relacionada ao indivíduo mergulhador, ou um outro que passasse a maior parte do tempo trabalhando acima das ondas em um barco. Isso sugere que é a linhagem, e não a atividade do mergulho, a responsável por um baço maior.
Juntando os resultados, Ms Ilardo e Dr Nielsen argumentam que a necessidade de coletar alimentos por meio do mergulho realmente levou à evolução. E, no caso dos Bajau, de um grupo que definitivamente nasceu para mergulhar. Você já pensou como seríamos se fôssemos adaptados a viver embaixo d’água?
Fontes: https://www.economist.com/news/science-and-technology/21740737-meet-bajau-group-people-amphibious-life-have-evolved-traits?fsrc=scn/fb/te/bl/ed/agroupofpeoplewithanamphibiouslifehaveevolvedtraitstomatchhumanevolution; http://www.news.com.au/travel/world-travel/asia/bajau-people-of-malaysia-are-refugees-banned-from-living-on-land/news-story/c0173eea5bbaf9315e93d49d19dbe65f; https://en.wikipedia.org/wiki/Sulu_Archipelago.
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