Homo sapiens, assassinos em série da ecologia! Registro implacável da história
Homo sapiens, ‘assassinos em série da ecologia’, é frase cunhada por Yuval Noah Harari, doutor em História pela Universidade de Oxford e professor da Universidade Hebraica de Jerusalem. Além disso, autor do best seller “Uma breve história da humanidade‘ traduzido para cerca de 40 línguas com 19 edições.
Uma breve história da humanidade… e do Homo sapiens
O livro recebeu boas críticas do Guardian; Wall Street Journal, bem como, L’Express. Enquanto isso, tipos como Bill Gates derreteram-se em elogios. Unanimidade. Resultado? Cinco estrelas nas livrarias e milhares de cópias vendidas.
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Yuval é um exímio criador de frases implacáveis. Por exemplo, “A Revolução Agrícola foi a maior fraude da história”, ou, “as plantas domaram o Homo Sapiens e não o contrário”.
Mais uma: “se a culpa é do Homo sapiens ou não o fato é que tão logo chegavam a um novo local a população nativa era extinta”.
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Apesar disso, ainda tem quem acredite no mito do bom selvagem ou, em nosso caso, ‘extrativistas’ em plena harmonia com a natureza.
Homo sapiens, um assassino em série da ecologia: breve resumo das teses do livro
Para Yuval o mundo foi habitado por várias espécies humanas ao mesmo tempo ao contrário da crença que, para surgir uma nova espécie, uma antiga deveria desaparecer.
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O Homo sapiens teria surgido há 300 mil anos, especificamente, no Marrocos. Mas, a data pouco importa no caso, mas sim, as consequências.
Ao contrário do que se pensava os grupos não conviviam em paz. ‘O Homo sapiens exterminou todas as outras espécies’.
Para Yuval, a mola da humanidade teria sido a Reforma Cognitiva, a princípio, entre 70 e 30 mil anos atrás. A mesma data assinala a saída de cena dos neandertais. Pouco depois, há 13 mil anos, desaparecia o Homo florensin, assim, partir daí o único que sobra é nosso ancestral Homo sapiens.
Reforma Cognitiva
Com ela veio o que o autor considera fundamental:
a capacidade de transmitir informações sobre coisas que não existem, é a capacidade verdadeiramente única da nossa linguagem. Não sua capacidade de transmitir coisas sobre homens e leões
‘Este método de subsistência ocupou 90% da história dos denominados caçadores coletores’.
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A foto abaixo mostra um tipo de caçador coletor atual.
A ação dos caçadores coletores ao meio ambiente segundo Yuval Noah Harari
“Turistas que visitam a Tundra siberiana, ou a floresta tropical amazônica acreditam que adentraram paisagens inexploradas, intocadas, contudo, é uma ilusão. Os caçadores coletores estiveram lá e provocaram mudanças drásticas mesmo nas florestas mais densas e desertos mais desolados”.
Mas, o pior estava para acontecer…
Homo sapiens e a ocupação da Austrália, 45 mil anos atrás
“Os Homo sapiens da Indonésia, descendentes dos macacos da savana tornaram-se marinheiros. Consequentemente, construíram barcos e aprenderam a navegá-los”.
Colonizaram não só a Austrália e, entre outros, uma série de ilhas isoladas ao norte, Buka e Manus, diz Yuval, que arremata,
A jornada dos primeiros humanos à Austrália é um dos acontecimentos mais importantes da história, pelo menos, tão importante quanto a viagem de Colombo à América ou a edição da Apolo 11 à Lua.
A espécie mais mortífera do planeta
E a parte ruim…
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O momento em que o primeiro caçador coletor pôs os pés no litoral australiano foi o momento em que o Homo sapiens subiu ao topo da cadeia alimentar num território específico e, a partir daí, tornou-se a espécie mais mortífera da Terra
Resultados da colonização da Austrália
Segundo Yuval, “os colonizadores da Austrália não simplesmente se adaptaram; mas, transformaram o ecossistema de tal forma que já não seria possível reconhecê-lo”.
Assim, naquela época a Austrália foi habitada por estranhos animais, entre eles, um canguru de 200 Kg com 2 metros de altura; um leão-marsupial grande como um tigre; coalas imensos para serem fofinhos; e aves com o dobro do tamanho de avestruzes corriam pelas planícies.
Enquanto isso, lagartos similares a dragões e cobras com 5 metros se arrastavam pelo solo O diptrotodonte, com 2,5 toneladas vagava pela floresta, assim,
em alguns milhares de anos, virtualmente, todos desapareceram. Das 24 espécies animais australianas pesando 50 Kg ou mais, 23 foram extintas.
O registro histórico faz o Homo sapiens parecer um assassino em série da ecologia
Antes de mais nada, o mesmo extermínio foi verificado no Ártico onde os caçadores coletores deram cabo de mamutes. Em Madagascar o pássaro elefante com 3 metros de altura era incapaz de voar, enquanto, lêmures gigante maiores primatas do globo, desapareceram de maneira abrupta há 1,5 mil anos. Precisamente, quando humanos botaram os pés na ilha e,
no oceano Pacífico a principal fonte de extinção começou por volta de 1.500 a.C, quando agricultores polinésios se estabeleceram nas ilhas Salomão, Fiji e Nova Caledônia
Conclusão do autor
O Homo sapiens levou à extinção cerca de metade dos grandes animais do planeta muito antes do humanos inventarem a roda ou ferramentas de ferro.
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