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Exxon Mobil prevê impossibilidade para limitar aquecimento a 2ºC

Exxon Mobil prevê impossibilidade para limitar aquecimento a 2ºC até o fim do século

A Bloomberg publicou uma matéria que está dando o que falar. A Exxon Mobil prevê que o mundo não conseguirá reduzir as emissões com rapidez suficiente para limitar o aquecimento global a 2ºC. Para a empresa, que tem fama de acertar em suas previsões, isso acontece devido ao contínuo crescimento econômico, particularmente nos países em desenvolvimento. Por falar em previsões sombrias, saiba que a demanda global por petróleo, segundo a Agência Internacional de Energia, atingiu um recorde histórico de 103 milhões de barris por dia em junho deste ano.

Relatório anual Energy Outlook

De acordo com a Bloomberg, a empresa diz em seu relatório anual Energy Outlook ‘que as emissões de dióxido de carbono relacionadas com a energia serão de 25 bilhões de toneladas métricas até 2050. Isso significa mais que o dobro dos 11 bilhões de toneladas necessárias para cumprir o cenário de 2ºC do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas.

Embora isso represente uma queda de mais de 25% em relação ao pico de 34 bilhões de toneladas esperado para esta década, está muito longe do que é necessário para cumprir os objetivos do Acordo de Paris de 2016.

O relatório elenca uma série de dados para sustentar a previsão. Entre eles, que em 2050 haverá mais 2 bilhões de pessoas no planeta. Ou seja, um aumento de 25%, além  da melhoria dos padrões de vida. Para a Exxon, isso vai alimentar o consumo de todos os tipos de energia.

De maneira idêntica, prevê-se que o produto interno bruto global per capita, uma medida do poder de compra, aumente 85% até 2050, acirrando a procura de produção, transporte comercial e outras atividades industriais, especialmente na Ásia.

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“A capacidade do mundo de reduzir estas emissões em 25%, mesmo quando a economia global cresce mais de 100%, é uma prova do progresso significativo que se espera que seja feito. Mesmo assim, é necessário mais para atingir os níveis de redução de emissões necessários para manter o aumento da temperatura global abaixo dos 2ºC.”

A utilização de petróleo “diminuirá significativamente” no transporte pessoal. Entretanto,  continuará a ser “essencial” para o transporte marítimo, rodoviário de longo curso e aviação, cuja procura deverá aumentar, disse a Exxon.

Novos postos de extração de petróleo

A previsão da empresa bate com a quantidade de novos postos de extração de petróleo recentemente abertos, ou em licitação. Por exemplo, no início de 2023, a administração Biden deu sinal verde ao projeto Willow.

Trata-se de um megaprojeto de perfuração no Alasca, ao custo de US$ 8 bilhões de dólares. O projeto, segundo o New York Times, é liderado pela petrolífera ConocoPhillips, e terá potencial para produzir mais de 600 milhões de barris de petróleo bruto ao longo de 30 anos.

Enquanto isso, o Reino Unido recebeu mais de 100 licitações para novos postos de petróleo e gás no Mar do Norte. Para não falar na produção dos países Árabes. Se serve de consolo, o Brasil não será cobrado se o governo decidir pela exploração de petróleo da Margem Equatorial.

Muitos cientistas hoje pensam como a Exxon, no sentido de que, provavelmente, o aquecimento será de no mínimo 2ºC.

Nos últimos tempos, muitas matérias do exterior  sobre clima  citam cientistas alertando para o fato. Até agora a temperatura já subiu 1,2ºC.

‘A Exxon enquadra a sua perspectiva como uma “projeção” realista, em vez de outros cenários que “trabalham retroativamente a partir de um resultado hipotético para identificar os fatores necessários para alcançar esse resultado”, disse a empresa.

Para a Bloomberg, ‘Embora tal abordagem possa ser benéfica para uma empresa que comprometeu o seu futuro com o petróleo e o gás, é também uma verificação da realidade e um aviso de que os governos e a indústria precisam acelerar a redução das emissões se o mundo quiser evitar os piores efeitos do clima.’

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As previsões da Exxon

Elas estão provocando certo alvoroço porque são muito bem consideradas. De acordo com a Bloomberg, ‘Os estudos climáticos da Exxon provaram ser extremamente precisos no passado.’

‘Uma revisão das projeções da empresa de 1977 a 2014, feita por acadêmicos da Universidade de Miami, incluindo Geoffrey Supran, descobriu que os cientistas da Exxon previram corretamente o aumento das temperaturas globais devido às emissões de CO2, com um estudo de 1985 apresentando uma classificação de precisão de 99%.’

Quem parece acreditar na Exxon e suas previsões é o secretário-geral de ONU, António Guterres, que não para de dar puxão de orelha nos membros do clube. Até agora, em vão.

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