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Carlos Nobre: alta de fundos do clima ‘de US$ bilhões para trilhão’

Carlos Nobre defende elevação de fundos climáticos ‘de bilhões para trilhão de dólares’

O cientista Carlos Nobre, referência mundial em estudos sobre mudanças climáticas, e novo integrante do grupo Planetary Guardians,  que reúne pesquisadores e ativistas em prol de estudos e análises sobre ação climática e proteção de comunidades vulneráveis, defendeu a ‘elevação de fundos climáticos de bilhões para trilhão de dólares e necessidade de zerar emissões até 2040’. Vamos recordar que a COP29, em Baku, Azerbaijão, termina sexta-feira, 22 de novembro. A próxima cúpula, como se sabe, será em Belém, em 2025. E, até o momento, nenhum país se dispôs a pôr a mão no bolso. A continuar assim, a conta será paga pela Humanidade.

A biodiversidade e o clima, na visão do cientista

Carlos Nobre diz que na COP16 a CPO da biodiversidade, em Cali, Colômbia, ficou muito claro que as mudanças do clima provocam risco para a biodiversidade, e como manter a biodiversidade para manter igualmente a estabilidade do clima. Ambos os riscos para o planeta são muito grandes, acrescentou.

Imagem, divulgação / IEA.

Mudança climática e a biodiversidade da Amazônia

Como se sabe, o Brasil é o país com a maior biodiversidade entre todos do mundo, e a Amazônia joga um papel essencial nas duas pontas, ou seja, na nossa biodiversidade, e no clima mundial.

Sobre a COP29 que está no fim, Carlos Nobre diz que ‘otimista seria se a COP29 definisse metas muito mais ambiciosas de reduzir o risco, e também como aumentar muito os fundos do clima. O Fundo Verde para o clima já devia estar na casa do trilhão de dólares. Este é o desafio: aumentar as metas de reduções de emissões e aumentar muito os fundos para redução e adaptação.

Carlos Nobre alerta que os eventos extremos explodiram, secas, ressacas, ventos, e a pergunta é, as populações estão preparadas? E ele mesmo responde, não, em nenhum lugar do mundo.

O Mar Sem Fim sente-se gratificado ao ouvir sobre a falta de preparação mundial para enfrentar o ‘novo normal’. Há anos que vimos repercutindo estes alertas de cientistas, chamando a atenção para o fato de que até hoje o Brasil não tem tal plano.

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Ainda em setembro, quando grande parte do País pegava fogo, o presidente Lula declarou “Hoje, no Brasil, não estávamos 100% preparados para lidar com isso.”

O Brasil e as mudanças do clima

A declaração de Lula foi a segunda vez que ouvi um homem público de alto escalão admitir a inação dos políticos. A primeira foi durante um podcast que gravei com Fernando Henrique Cardoso, em agosto de 2020.

Em outras palavras, como disse Carlos Nobre, nenhum país parece preparado para enfrentar o que vem pela frente, e que deve se agravar muito caso persista a demora na drástica diminuição dos gases de efeito estufa.

Finalmente, já fizemos amplas pesquisas na internet sobre o que aconteceria se, por um milagre qualquer, as emissões cessassem completamente hoje?

Voltaríamos ao clima de outrora? A resposta simples é não. Quando libertamos o dióxido de carbono armazenado nos combustíveis fósseis que queimamos, este acumula-se e move-se na atmosfera, nos oceanos, na terra e nas plantas e animais da biosfera. O dióxido de carbono libertado permanecerá na atmosfera durante milhares de anos. Só ao fim de muitos milenios voltará às rochas, por exemplo, através da formação de carbonato de cálcio – calcário – as conchas dos organismos marinhos depositam-se no fundo do oceano.

Pense sobre isso, e faça sua parte. Todos, sem exceção, precisam participar. Esta não é uma questão de governos, é uma questão para os 8 bilhões de inquilinos do planeta Terra.

Assista ao vídeo de Carlos Nobre, uma produção de Jorge Olavo/Fundação Grupo Boticário

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