Bilhões de caranguejos desaparecem do Mar de Bering
Antes de mais nada, nos Estados Unidos este tipo de pesca é a mais perigosa de todas, com mais de 300 mortes por 100.00 mil habitantes. As mortes são provocadas por afogamento e hipotermia, quando pescadores são varridos do convés por enormes ondas e caem no mar gelado das regiões polares. A atividade foi popularizada na TV pela série Pesca Mortal. A indústria de frutos do mar é o maior empregador do setor privado do Alasca. A atividade gera aproximadamente US$ 5 bilhões à economia do estado ao ano, empregando 36.000 funcionários. Contudo, agora bilhões de caranguejos sumiram do Mar de Bering.
Perda de oito bilhões de caranguejos das neves
Segundo o www.livescience.com, Em 2018, cerca de 3 bilhões de caranguejos-da-neve maduros (Chionoecetes opilio) habitavam o Mar de Bering, juntamente com cerca de cinco bilhões de caranguejos imaturos, informou o Seattle Times. Mas no final de 2021, esses números giravam em torno de 2,5 milhões e 6,5 milhões, respectivamente – uma perda de quase oito bilhões de caranguejos em apenas três anos.
Já, para o Seattle Times (setembro de 2021), Esse colapso na população ocorre em meio a uma década de rápidas mudanças climáticas, que destruíram um dos ecossistemas marinhos mais produtivos do planeta. De tal forma que os cientistas estão apenas começando a entender. As mudanças estão forçando-os a reconsiderar como se desenvolvem modelos para prever as épocas de pescarias.
Cancelada a pescaria em 2022
O www.livescience.com (outubro, 2022) informa que, Em fevereiro, o Serviço Nacional de Pesca Marinha emitiu um aviso oficial de sobrepesca para a população e, no início de outubro, funcionários do Departamento de Pesca e Caça do Alasca (ADFG) tomaram a difícil decisão de cancelar a pesca de caranguejos-da-neve da temporada por medo de acabar com os crustáceos por completo.
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O ciclo de vida do caranguejo-da-neve
Quem explica é o www.livescience.com: Os caranguejos-da-neve prosperam nas águas frias do norte do Mar de Bering. Para eles, a temperatura da água não é apenas uma questão de conforto, mas desempenha um papel crítico em seu ciclo de vida. À medida que a água do mar esfria, torna-se menos salgada e menos flutuante, fazendo com que afunde no oceano.
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Mas ultimamente, diz a mesma fonte, essa proteção diminuiu. Ondas de calor recorde em 2016, 2018 e 2019 atrofiaram a formação de bolsões frios no Mar de Bering. Isso deixou os bebês caranguejos vulneráveis a predadores, de acordo com um relatório de 2 de setembro publicado pela NOAA.
Provavelmente morreram de fome
O www.livescience.com entrevistou Miranda Westphal, bióloga do Departamento de Pesca e Caça do Alasca. Para ela, as águas mais quentes provavelmente aceleraram o metabolismo dos caranguejos adultos, levando-os a morrer de fome. À medida que as mudanças climáticas antropogênicas progridem, nas próximas décadas esses tipos de ondas de calor devem se tornar mais comuns.
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Para os especialistas, além do aquecimento global que tem se mostrado mais forte no Ártico, algumas práticas de pesca comercial podem ter contribuído para o declínio de caranguejos. Embarcações de arrasto que visam outras espécies marinhas frequentemente encontram, capturam e descartam caranguejos-da-neve indesejados como “captura acidental”.
Cancelamento dramático para a população do Alasca
A pesca de caranguejos é um grande negócio no Alasca. O cancelamento da temporada deste ano e o futuro incerto dos caranguejos do Mar de Bering podem ter implicações dramáticas para a indústria. Só em 2016 ela arrecadou cerca de US$ 280 milhões. Muitos pescadores nativos que dependem dos caranguejos para sua subsistência.
“As pessoas vão simplesmente falir e não conseguirão alimentar suas famílias”, disse Jamie Goen, diretor executivo da Alaska Bering Sea Crabbers, à KIMA-TV, uma estação de televisão em Yakima, Washington.
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