Águas-vivas invadem o litoral gaúcho neste verão; saiba por quê
A cada verão, algumas situações se repetem na costa brasileira. O excesso de turistas aumenta exponencialmente o descarte incorreto de lixo, refletindo o vício egoísta que evidencia a falta de educação de grande parte da população. Fenômenos físicos típicos da estação também impulsionam a proliferação de águas-vivas em várias partes do litoral, especialmente no Rio Grande do Sul. Dados da Operação Verão Total, do Corpo de Bombeiros Militar do RS (CBMRS), mostram que, entre 20 de dezembro de 2024 e a última quinta-feira, ocorreram 18.388 lesões causadas por águas-vivas em todas as praias do estado, abrangendo os litorais norte e sul. Esse número representa um aumento de 256,8% em relação ao mesmo período da temporada anterior, quando registraram 5.153 casos.
Águas-vivas, saiba mais
Existem cerca de 2.000 espécies de medusas, ou águas-vivas, catalogadas. Grande parte delas têm os oceanos como habitat. Algumas espécies vivem também em ambientes de água doce. Apenas cerca de 70 dessas espécies têm picadas fortes o suficiente para prejudicar os seres humanos.
Elas utilizam os tentáculos para capturar suas presas e cerca de 98% de seu corpo é formado por água. Algumas são tão raras que poucos no mundo conseguiram vê-las, e deve haver muitas outras ainda desconhecidas pela ciência. A maioria é transparente e tem o formato de um sino. Normalmente se locomovem com as correntes. O animal não tem forças para ir contra a correnteza, exceto algumas que nadam lançando um jato de água.
Segundo o Sea Life, do Aquário de Londres, ‘as medusas não têm ossos, então os fósseis são difíceis de encontrar. Contudo, os cientistas têm evidências de que essas criaturas habitam os oceanos do mundo por cerca de 650 milhões de anos ou até mais. Isso significa que elas antecedem os dinossauros por centenas de milhões de anos!’
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‘Nos últimos anos, certas partes do mundo têm visto um aumento problemático nas populações de águas-vivas, chamadas de floração. Os cientistas acreditam que isso tem a ver com nutrientes adicionais na água, mudanças climáticas ou pesca ao longo das costas. Alguns pesquisadores estão preocupados que o aumento do número de águas-vivas possa disputar os recursos alimentares com peixes e outros animais marinhos e, eventualmente, competir com espécies nativas’.
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Algumas delas são tão belas que seus vídeos viralizaram na internet.
Infestação nos mares gaúchos
Segundo o relatório da Operação Verão Total, ‘comparando apenas o Litoral Norte, já houve neste verão 17.835 lesões, contra 4.888 em 2023/2024, um crescimento de 264,8%. No Litoral Sul, mais 108,6%, ou 553 contra 265.
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A SEMA explicou que ‘é um fenômeno totalmente natural, que ocorre devido ao aumento do fitoplâncton, que serve de alimento para estes animais. Apesar de natural, alguns fatores podem estar contribuindo para um maior número de avistamentos dessas espécies nas últimas décadas. Entre esses fatores, destacam-se o aumento da temperatura das águas oceânicas e alterações nos ambientes praianos’.
Finalmente, a orientação da área técnica do governo de Estado é de que o primeiro atendimento seja realizado pelo salva-vidas na praia, o que já é o suficiente para casos leves.
Ou ainda, lavar o local atingido com água do mar (não lavar com água doce), remover suavemente os tentáculos aderidos na pele, (não esfregar o local). Também é recomendável banhos e compressas com vinagre, aplicação de bolsas de gelo em gel, restringir o movimento da área afetada, acalmar a vítima e, se necessário, procurar auxílio médico. Não devem ser aplicadas substâncias sem indicação médica, nem pisar ou manipular animais mortos na beira da praia, eles ainda podem causar acidentes.
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