Finalmente chegou a hora da partida. Depois de passar, e repassar, a função de cada um assim que chegarmos na Antártica, em sucessivas reuniões a bordo do Felinto Perry, chegou o momento tão esperado.
Nesta quarta, 16 de janeiro, às 10 horas da manhã, “ suspendemos” , como se diz no jargão da Marinha, em direção a Antártica.
Está tudo pronto, contratos assinados, a documentação do Mar Sem Fim preparada para receber “baixa” na baía Fildes, por parte da autoridade naval chilena para, em seguida, o barco ser rebocado de volta para Punta Arenas.
É muito duro contar o que estou prestes a dizer, mas não posso omitir: ao contrário do que muita gente pensa, via recados que recebo através de meu site, ou nas redes sociais, o Mar Sem Fim não navegará outra vez. Depois de quase um ano debaixco dágua não há muito o que se possa fazer. De volta a Punta Arenas aquele lindo barco, tão querido, será vendido como sucata.
Então será o momento de fechar esta página marcante de minha vida e, ao mesmo tempo, abrir outra. Neste novo capítulo outro barco está contemplado, e muitas outras viagens virão.
Pretendo continuar a fazer documentários com foco na costa brasileira, como o que já comecei a gravar para a TV Cultura, cuja estréia está prevista para Março. Desta vez vou mostrar todas as Unidades de Conservação Federais da zona costeira. São 62, espalhadas desde o Rio Grande do Sul, até o Amapá.
Mas agora o momento é outro. A história do Mar Sem Fim está em seu epílogo mas ainda não terminou.
É hora de eu, e meus companheiros, nos concentrarmos na tarefa para a qual viemos: gravar documentários mostrando o resgate do Mar Sem Fim.
Amanhã às 10hs saímos de Punta Arenas e descemos pelo estreito de Magalhães até a beirada do Pacífico. Então seguimos pelos canais da Patagônia até atingirmos o Beagle, que nos levará ao través do Cabo Horn. A partir daí iniciamos a travessia do Drake até chegarmos na ilha Rei George, 500 milhas depois.
A previsão de chegada é para a tarde de sábado. Durante este período não sei se terei condições de alimentar o site. É possível que eu possa mandar textos, mas fotos, não.
Uma vez na Antártica voltaremos a ter contato.
Até lá.