Representação de herói da Guerra de Troia encontrada no fundo do mar
Mais uma surpresa da arqueologia submarina foi encontrada no fundo do mar, na baía de Salamina. Desta vez encontraram uma representação do herói da Guerra de Troia, Ajax, em um prédio submerso há 1.800 anos. A cidade de Salamina entrou para a história quando a marinha grega venceu a Batalha de Salamina, 480 anos antes de Cristo. A Batalha foi das primeiras escaramuças que colocariam o Ocidente representado pela “Grécia europeia, síntese do pensamento progressista da antiguidade”, em rota de colisão com o Oriente; “a Pérsia, pomposa, lúbrica e primitiva”, assim Heródoto adjetivou os contendores.
A cidade clássica de Salamina
Segundo o Live Science, a cidade clássica da ilha de Salamina parece ter desmoronado no século II d.C., quando o geógrafo grego Pausânias escreveu: “Ainda existem os restos de um mercado, um templo de Ajax e sua estátua em ébano”. Salamina se vangloriou do herói da Guerra de Troia, Ajax, como seu filho nativo mais famoso.
Os arqueólogos têm investigado os restos submersos da cidade há vários anos. Assim, em 2021, descobriram o paredão que servia de sistema de fortificação para o sítio.
Agora, anunciaram a descoberta de um enorme edifício chamado Stoa. Trata-se de uma passarela coberta, que muitas vezes cercava um espaço público aberto.
Mais lidos
Declínio do berçário da baleia-franca e alerta aos atuais locais de avistagemA mídia e o pernicioso vício dos ‘paraísos do litoral’Vicente de Carvalho, primeiro a dizer não à privatização de praiasVírus da gripe aviária mata milhões de aves mundo aforaO Stoa em Salamina tem cerca de 6 metros de largura e 32 metros de comprimento. Contudo, há apenas uma ou duas camadas de pedra restantes em altura. Seu interior inclui uma série de seis ou sete salas, mas os arqueólogos não conseguiram investigar todas.
Enquanto isso, o Ministério de Cultura da Grécia informou que a pesquisa de 2022 foi realizada com sucesso por uma equipe de 12 membros. Ela ocorreu no lado noroeste da atual Baía de Ampelaki, onde, nos últimos anos, restos submersos da cidade foram sistematicamente explorados.
PUBLICIDADE
Os métodos de escavação
Segundo o Ministério de Cultura os métodos foram inovadores. A investigação do edifício consistiu numa área com quadrados de 4 x 4 m. A procura usou um processo de escavação ‘anfíbio’, que combina meios e técnicas de arqueologia terrestre e subaquática. Para tanto, foi necessária a instalação de uma barragem e da utilização de 2 bombas de água para a drenagem diária de um campo marítimo com área total de 60 m2.
Entre os variados artefatos que encontraram, informa o Live Science, há cerâmica de vários períodos de tempo, muitos dos quais podem simplesmente ter vindo do mar. Os arqueólogos descobriram mais vestígios do passado clássico do Stoa (século IV a.C.). Entre eles objetos de argila, como rolhas de ânforas, algumas dezenas de moedas de bronze e fragmentos de objetos de mármore.
Leia também
Projeto Ocean of Things, o futuro da exploração marinhaLaboratório subaquático em 3D para estudar os oceanosData Centers Submersos: A Revolução Tecnológica que Abraça os OceanosJá o Ministério de Cultura da Grécia dá outros detalhes: Os achados relacionados com a função do edifício incluem abundantes fragmentos de vários tipos de vasos e cerâmicas do período Clássico-Helenístico. Mais importante, porém, é o conjunto de vasos e conchas coloridas atenienses do período clássico tardio (século IV a.C.).
‘A mão direita nua e musculosa de uma grande figura’
Ambas as fontes destacam que a parte superior do Stoa, que certamente ostentaria uma resolução honorária, destaca a mão direita nua e musculosa de uma grande figura, possivelmente o herói Ajax coroando um homem barbudo.
A identificação do Stoa, informa o Ministério de Cultura, é um novo elemento muito importante para o estudo da topografia e organização residencial da cidade antiga. Está aberto a oeste e provavelmente marca o limite oriental da Ágora da cidade clássico-helenística, em vez do porto, estendendo-se em terreno geralmente plano do edifício. Suas ruínas foram vistas e descritas, literalmente, pelo viajante Pausânias.
Para saber mais, assista ao vídeo