❯❯ Acessar versão original

Pernambuco dos Olhos Meus, um olhar social, cultural e ambiental

Pernambuco dos Olhos Meus ,um olhar social, cultural e ambiental

Pernambuco dos Olhos Meus: o repórter do mar, Rogério Monteiro, é também fotógrafo e proprietário do Flat Hostel Backpacker – Asa Norte/DF, e neto do pernambucano José Monteiro e de Conceição Aparecida Monteiro

Amor pela terra natal

Pernambuco é um paraíso !

Belíssimo, encantador, vários biomas, muita cultura, terra de gente lutada, terra de gente sofrida.

Culturalmente, Pernambuco se destaca no cenário mundial – nas artes plásticas, no cinema, na cultura que vem do canavial, o “Maracatu” (único, fantástico, ímpar), o coco de roda, as cirandas, o movimento manguetown e o maior carnaval do mundo – indiscutível, Galo da Madrugada.

O que pega hoje é a questão ambiental, fruto do tripé capitalista sustentável – o social, o ambiental e o econômico interferindo negativamente na paisagem local – sustentabilidade é fruto do capitalismo.

As praias mais bonitas

Entre as cidades do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, litoral sul do estado, encontram-se as praias mais significativas, maravilhosas,  e deslumbrantes de Pernambuco:  Maracaípe, Porto de Galinhas, Cupe, Muro Alto, Praia de Suape, Paraíso, Calhetas, Gaibú, Enseada dos Corais, Xaréu, Itapoama, Paiva e outras infinitamente fantásticas.

Pernambuco dos Olhos Meus

Complexo Portuário e Industrial de Suape

A implantação do Complexo Portuário e Industrial de Suape trouxeram impactos não só ambientais como também culturais e sociais. Ilhas paradisíacas como Francês e Tatuoca simplesmente estão sumindo. Transformadas em estaleiros em função da ampliação do porto. Isso compromete toda uma demanda turística. Além da cultura e da tradição de um povo. E o mais importante, comprometendo toda uma dinâmica no ecossistema da região. Interferindo inclusive na cadeia alimentar de várias espécies da fauna marítima. Desestabiliza um ciclo natural e harmonioso onde alguns indivíduos destas populações venham a atacar o próprio ser humano, como no caso dos ataques de tubarões.

Protegidas pela Legislação Federal

Protegidas pela Legislação Federal, estas ilhas e toda sua biodiversidade (áreas de mangue são consideradas áreas de preservação permanente) estão desaparecendo. Sendo suprimidas e devastadas – e algumas espécies como o mangue preto (Avicennia schaueriana), dentre outras, já não são fáceis de encontrar na região. Além da fauna sobre explorada e ameaçada de extinção. Isso impacta também em toda uma cadeia alimentar comprometida em função de espécies interdependentes com influência nos biomas aquático marinho e doce. E do bioma terrestre, e de todas as espécies que nele se desenvolvem.

Os primeiros navegadores europeus arribam em Pernambuco

Pernambuco tem uma história ímpar. Desde sua colonização, ali aportou Vincent Yánês Pinzón e, segundo dados históricos, pisou onde hoje está a cidade do Cabo de Santo Agostinho em 26 de janeiro de 1500. 86 dias antes de Cabral. Na Vila de Suape, na praia do Paraíso, encontra-se um marco registrando tal façanha – até hoje isso não foi esclarecido.

Pernambuco dos Olhos Meus

O significado da palavra de origem indígena “SUAPE”

Suape significa, na língua dos indíos Caetés que aqui viviam, mar sem fim. Riquíssima em momumentos históricos pouco preservados. Ainda podem se encontrar ruínas da época do descobrimento e depois dele. Destacam-se na região a antiga Casa do Faroleiro. Baterias de Calhetas, Castelo do Mar, resquícios da antiga Fortaleza na praia de Suape. Baterias de Gaibú, e, segundo historiadores, na Ilha do Francês (Cocaia) existem relatos da existência do primeiro observatório construído por holandeses.

Pernambuco dos Olhos Meus

A região é belíssima – suas ruínas, seus fortes, suas igrejas, sua geologia, sua etnogeografia, sua história e sua cultura. Um dos locais onde se situam os maiores sítios históricos do país está o Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti. Área tombada pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, localizado na Vila de Nazaré, próximo da Vila de Suape. Tem seus encantos e uma atmosfera única que deixa clara a vida do povoado e nos faz imaginar a região na época que estes navegantes ali estiveram. A Casa do Faroleiro  é um marco desta colonização. Dali pode-se iniciar inúmeras trilhas e se aventurar num mundo inimaginável. O 14° Batalhão Logístico do Exército Brasileiro faz a manutenção e a proteção da localidade.

Plano Diretor de Cabo de Santo Agostinho

Recentemente foi discutido o Plano Diretor do Cabo de Santo Agostinho, em sua revisão (fevereiro de 2016). Sem a presença de nenhum vereador da cidade, alguns grupos organizados  estiveram presentes e fizeram seus relatos e críticas acerca do manejo de suas comunidades nas áreas de interferência do Complexo Portuário e Industrial de Suape. Alguns povoados foram retirados de sua localidade e criadas vilas totalmente fora de suas realidades. É o caso de Tatuoca, vila de gesso que foi construida para abrigar pequenos pescadores que eram nativos da lha de Tatuoca. E que está sendo suprimida para dar abrigo a novos estaleiros e indústrias. Esta comunidade foi uma das mais severamente castigadas pela ampliação do porto. Inúmeros moradores hoje estão vivendo vagando na Vila de Suape e arredores, vítimas de uma desestrutura social e cultural trazida pela situação em que hoje se encontram.

Complexo Portuário: vantagens e desvantagens

O Complexo Portuário trouxe seus benefícios para o estado. Como no caso da geração de empregos e arrecadação fiscal para alguns municípios. Do ponto de vista ambiental, alguns impactos foram mitigados. E programas de educação ambiental foram desenvolvidos com algumas comunidades. Boa parte da mata atlântica da região foi recuperada, agora, inúmeros problemas chegaram através desta atividade portuária na região – um descompasso cultural e social. Do lado ambiental, arrecifes foram implodidos, supressão de vegetação nativa e protegida e algumas espécies predatórias foram introduzidas pelas águas de lastro de navios.

 Jõao Cabral de Melo Neto, Nelson Rodrigues, Lenine, Francisco Brennand, e outros, personagens ilustres de Pernambuco

Conhecer a terra de Jõao Cabral de Melo Neto, Nelson Rodrigues, Lenine, Francisco Brennand, Ariano Suassuna (Paraibano declarado por si mesmo Pernambucano), Reginaldo Rossi, Antônio Nóbrega, Robertinho do Recife, Manuel Bandeira, Guel Arraes, Lia de Itamaracá, Selma do Coco, India Morena, Fernando Spencer, Zezinho de Tracunhaém, Mestre Nuca, Zé do Carmo e uma imensidão de personalidades que ali viveram, nasceram ou aportaram, é se sentir um patrimônio vivo da humanidade.

Faça como Rogério Monteiro, seja um repórter do mar ( do site mar sem fim)

Sair da versão mobile