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Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, RJ

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, RJ

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba: os parques  são a mais popular e antiga categoria de Unidades de Conservação. Seu objetivo, segundo a legislação brasileira, é preservar ecossistemas de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas, realização de atividades educacionais e de interpretação ambiental, recreação e turismo ecológico, por meio do contato com a natureza.

CARACTERÍSTICAS do Parque Nacional 

BIOMA: Marinho Costeiro
Municípios: Macaé, Carapebus e Quissamã, no Rio de janeiro.
ÁREA: 14.867,28 hectares.
DIPLOMA LEGAL DE CRIAÇÃO: Dec s/nº de 29 de abril de 1998
Tipo: Proteção Integral.
Plano de manejo: Pronto desde 2006.

CADERNO DE ANOTAÇÕES:

O mapa do Parna Jurubatiba.

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba: uma surpresa agradável

Foi preciso reclamar muito até surgir uma UC que parece ter as condições para exercer o papel que a sociedade espera dela: a preservação do meio ambiente e beleza cênica: o Mona Ilha Cagarras.

Logo depois da visita a essa UC,  nova e agradável surpresa: conheci o Parque Nacional da Restinga do Jurubatiba. Ele  tem tudo para alcançar o sucesso de todos os parques internacionais.

A linda restinga do Parna do Jurubatiba.

Agora, quase no final da região Sudeste, descobrimos outro, semelhante ao do Sul, lindo, muito rico, mas em perfeito equilíbrio financeiro: parece coisa de outro mundo, mas o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba é brasileiro e merece ser mais conhecido.

Espetacular bromélia do parque nacional.

Histórico do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba

O decreto de criação é de 1998. A área de 14.860 hectares, tem 45 km de comprimento por sete de largura. Ele faz fronteira com os municípios de Macaé, Carapebus e Quissamã. E o motivo de sua criação é resguardar a restinga mais bem conservada e mais estudada do Rio de Janeiro.

Uma das 18 lagoas do Parque Nacional.

Existe um projeto de ampliação para que o Parque atinja parte da lâmina d’água (15 milhas ) uma vez que foi detectada a presença de Toninhas (pequeno tipo de golfinho ameaçado de extinção).

O plano de manejo está pronto desde 2006. E as indenizações aos antigos proprietários caminham célere. Trinta e oito por cento  já receberam. No momento discutem valores com os proprietários de Macaé. Os de Quissamã, com problemas de regularização fundiária, foram deixados para o final. O chefe promete liquidar a fatura em 2015.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro foi parceiro “fundamental”, como diz o chefe Marcelo Pessanha, para a criação da UC.

A Sede, assim como o Centro de Visitantes, está tinindo de nova. E é de primeiro  nível, com auditório, e todas as comodidades necessárias a uma empreendimento como este. Até agora é a sede mais bonita e completa que conheci.

A sede do Parna de Jurubatiba. Tinindo de nova! (foto: Marcelo Pessanha)

Macaé é uma das bases da Bacia de Campos. Por isto vem sofrendo um crescimento acelerado e desordenado que põe em perigo até mesmo as virtudes do novo parque, aberto a partir de dezembro.

O auditório do Parna e uma das muitas lagoas (foto: Marcelo Pessanha).

Para deleite dos trinta-réis, deixamos o Mar Sem Fim fundeado no porto de Macaé enquanto visitávamos o Parque.

A proa do Mar Sem Fim virou poleiro para os Trinta- Réis.

Foram 16 anos para sua implantação. Se demorou um bocado, o resultado final é digno de aplauso. Ele está maravilhoso, tem tudo para ser um grande sucesso.

Esta é uma das Metas de Aichi, assinadas por mais de cem países, inclusive o Brasil, em Nagoya, Japão. Neste momento cientistas do mundo todo discutem esta questão.

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba: de onde vem o dinheiro

Marcelo Pessanha, um dos mais bem preparados chefes de UCs federais que encontrei.

O chefe do Parna, Marcelo Pessanha, é um dos mais bem preparados que conheci. Pode-se dizer, no bom sentido, que se trata de um “macaco velho” do Ibama. Ele conhece as entranhas do órgão, sabe de suas limitações, burocracia, vícios, ritmo lerdo. E não perdeu tempo quando houve a separação Ibama, de um lado, ICMbio, do outro. Avançou sobre os TAC.

Hoje o Parna tem todos os equipamentos necessários para cruzar o parque de um lado ao outro, seja com barcos, quadricíclos, ou carros 4×4. Sua equipe é composta por  cinco analistas, incluso o chefe, dois estão de saída, vão se aposentar.

Ameaças ao Parque Nacional

De acordo com Marcelo uma delas está nos quadros herdados do Ibama, onde há uma massa de servidores com 60, 70 anos, prontos para a aposentadoria. Eles serão substituídos? E se forem, virá gente boa, escolhida em razão da meritocracia, ou burocráticos servidores públicos?

Outro problema que afeta o parque é a pressão (dos municípios) para que se abram as barras de várias lagoas (no período das chuvas de verão). Marcelo reluta e impede, apoiado no argumento de que a vida aquática morre ao receber água salgada do mar. E depois de fechada a barra, a vida marinha que passou a frequentar a lagoa também morre devido a evaporação e consequente mudança de salinização da água.

As lagoas são de suma importância para a avifauna que frequenta a restinga. As aves, nativas ou migratórias, se alimentam com as larvas, insetos, e outros pequenos moluscos que habitam as águas das lagoas. Qualquer erro em seu regime pode gerar um enorme prejuízo.

Revoada de marrecas numa das lagoas.

A terceira ameaça já foi citada: o crescimento espantoso, e desordenado, de Macaé. Finalmente, a criação de novos portos é a derradeira ameaça citada pela chefia. Este é o caso do porto que a Queiroz Galvão quer construir a uma distância de três quilômetros do parque.

Marrecas mais perto (foto: Marcelo Pessanha).

Algumas questões

Graças às medidas competentes que Marcelo tomou, hoje a área do Parna conta com apenas um morador de fora, e 30 famílias têm direito à pesca em suas lagoas. Não perdendo estes apêndices de vista para, no momento certo, encerrar as exceções, é a questão mais premente.

Cactos e bromélias, parte da vegetação.

O resto é continuar sempre fazendo melhorias, e descobrir formas eficientes de divulgar o novo Parque.

A questão da fiscalização, sempre um dos pontos fracos das UCs federais, foi resolvida com criatividade: quem fiscaliza são as polícias do três municípios do entorno através de convênios.

O Farol marca o fim da área do Parque.

Vedetes do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba

Em primeiro lugar a vegetação extraordinária da restinga, com suas múltiplas plantas e árvores, e respectivas, e criativas, estratégias para sobreviver ao calor de 70º celsius  do solo em dias de verão.

O mar, de um lado, o Parque, do outro.

Entre a vegetação o destaque fica por conta da Clúsia, com sua rústica e rugosa folhagem, especialmente chamativa na florada, quando dezenas de pétalas se abrem.

A Clúsia é o símbolo do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba.

A clúsia, por sua estratégia vencedora, e sua beleza, é o símbolo do Parna de Jurubatiba. Ela consegue sobreviver ao calor porque suas mudas ficam debaixo de folhagens que, com os ventos, varrem o terreno de um  lado para o outro, refrescando e amenizando a temperatura.

Note a grossura das folhas desta planta. Mais uma estratégia de sobrevivência.

As lagoas também merecem ser exploradas por sua beleza e, especialmente, pela avifauna que atraem.

E ainda é possível passear no Canal Campos-Macaé, o mais longo do Brasil, feito pela mão escrava, em 1872, e que vai do rio Paraíba do Sul até o Rio Macaé o com objetivo de facilitar o escoamento da cana-de-açúcar. Quatro anos depois de aberto chegou a linha férrea. O canal jamais foi usado. Agora os turistas poderão conhecê-lo.

Navegamos em partes do antigo canal.

Há diversas trilhas demarcadas, repletas de bromélias coloridas, cactus de diferentes tamanhos e aspectos, e folhas que se parecem com pedaços de pano, tal sua grossura para sobreviver.

Na volta à navegação, em direção à Vitória (ES), os Trinta-réis escoltaram o Mar Sem Fim.

Trinta- Réis na proa do Mar Sem Fim.
Assista ao documentário que produzimos durante a visita ao PARNA Restinga de Jurubatiba

SERVIÇOS:

O Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba está aberto desde dezembro. A porta de entrada pode ser uma destas três cidades: Macaé, Quissamã ou Carapebus. Todas têm hotéis e pousadas.

No verão é muito quente. Recomendo a visita nas outras estações do ano.

Para mais informações consulte: 

COORDENAÇÃO REGIONAL / VINCULAÇÃO: CR8 -Rio de Janeiro

ENDEREÇO / CIDADE / UF / CEP: Avenida MPM (interseção com a Avenida Atlântica), S/N° – Lagomar – Macaé/RJ, 27970-23

TELEFONE: (22) 2765-6024/VOIP (61) 3103-9905

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