Concentração de CO2 na atmosfera é a maior em 800 mil anos, diz o IPCC
A concentração de CO2 na atmosfera da Terra é a maior em pelo menos 800 mil anos. A advertência sobre o grau de contaminação pelo principal gás causador do efeito estufa foi divulgada pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).
Quinto relatório do IPCC desde 1990
Foram necessários cinco dias de diálogos para que os representantes da comunidade científica e de governos encerrassem a nova edição de seu relatório sobre o estado do planeta – o quinto desde 1990.
Atmosfera e oceanos aqueceram
O o relatório sintetiza:
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Declínio do berçário da baleia-franca e alerta aos atuais locais de avistagemPirataria moderna, conheça alguns fatos e estatísticasMunicípio de São Sebastião e o crescimento desordenadoFrota de pesca de atum derruba economia de MoçambiqueO aquecimento do sistema climático é inequívoco. Desde os anos 1950 muitas das mudanças observadas não têm precedentes em décadas ao milênio. A atmosfera e o oceano aqueceram. A quantidade de neve e gelo diminuiu. O nível do mar subiu e as concentrações de gases de efeito estufa aumentaram
Concentração de CO2 na atmosfera aumentou 40% desde a era pré-industrial
De acordo com o documento voltado para formuladores de políticas apresentado por experts e delegados governamentais, a concentração de CO2 na atmosfera aumentou 40% desde a era pré-industrial. Isso em razão das emissões oriundas da queima de combustíveis fósseis. Deste total, 30% foram absorvidos no período pelos oceanos. Por essa razão se tornaram mais ácidos e menos capazes de regular o clima.
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Como efeito, a temperatura média da Terra vem se elevando – já subiu 0,85°C entre 1880 e 2012. E vai atingir no mínimo mais 1,5ºC até o final do século em relação à média diagnosticada entre 1850 e 1900. E esse será o melhor dos cenários, advertiu Thomas Stocker, um dos coordenadores do relatório sobre as bases físicas das mudanças climáticas.
Ela provavelmente vai subir 2ºC nos dois piores cenários”, advertiu. “Ondas de calor muito provavelmente ocorrerão com mais frequência e durarão mais tempo. Com o aquecimento da Terra, nós esperamos que regiões úmidas recebam ainda mais chuva, e regiões secas ainda menos.
Andrei Netto, enviado especial – O Estado de S. Paulo