Ilha artificial para produzir energia limpa na Dinamarca
Cresce no mundo a pressão por energia limpa. Depois da tragédia da covid-19, a humanidade finalmente se deu conta de outro flagelo que atinge a todos indistintamente: o aquecimento global. Uma série de fatores, entre eles a própria pandemia, e a eleição de Joe Biden que recolocou os Estados Unidos no Acordo de Paris, contribuiu para o mundo acordar para a necessidade de um combate efetivo ao aquecimento. Diversos países prometeram a neutralidade na emissão de gases de efeito estufa para breve. Neste contexto, a Dinamarca anuncia a construção de uma ilha artificial para ajudar na matriz energética do país.
Ilha artificial para produzir energia limpa na Dinamarca
O Mar Sem Fim já comentou a criação de ilhas artificiais. Mas por motivos bem menos nobres. A China, por exemplo, construiu uma série de Ilhas artificiais no Mar do Sul da China por motivos geopolíticos, e a um enorme custo ambiental já que aterrou inúmeros recifes de coral para formar suas novas ilhas.
Não é este o caso da Dinamarca. No início de fevereiro o país aprovou plano para construir uma ilha artificial no Mar do Norte e usá-la como centro de energia limpa. Quando construída, a ilha fornecerá energia limpa para residências e hidrogênio verde para uso em navios, aviação, indústria e transporte pesado.
A decisão veio no momento em que a UE divulgou planos para transformar o fornecimento de eletricidade do bloco. A União Europeia pretende contar principalmente com energia renovável dentro de uma década, enquanto aumenta a capacidade de energia eólica offshore em cerca de 25 vezes até a metade do século.
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Dinamarca ainda explora petróleo
A Dinamarca é um dos maiores produtores de petróleo da União Europeia, mas a meta do país é que a ilha ajude no processo gradativo de renovação da matriz energética.
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A Dinamarca já anunciou que pretende encerrar a exploração de petróleo em 2050. O país já não oferece novas licenças para a exploração de combustíveis fósseis.
Pioneirismo da Dinamarca
O país nórdico, com suas velocidades de vento favoráveis, foi um pioneiro em energia eólica onshore e offshore, construindo o primeiro parque eólico offshore do mundo há quase 30 anos.
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O Bloomberg Green relata que a Dinamarca obtém 40% de sua eletricidade da energia eólica. E também abriga o maior produtor de turbinas eólicas do mundo, a Vesta Wind Systems, e o maior desenvolvedor mundial de energia eólica offshore, Orsted AS.
A ilha de energia é uma parte importante da meta legalmente obrigatória do país de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 70% dos níveis de 1990 até 2030.
Segundo a Deutsche Welle, ‘Ainda não há data para o início da construção. A ilha será controlada pelo governo que já anunciou planos para uma segunda ilha de energia no Mar Báltico.
O local da nova ilha
Situada a 80 km (50 milhas) do mar, a ilha artificial seria pelo menos metade de propriedade do estado, mas parte do setor privado. Segundo a Lei do Clima da Dinamarca, o país se comprometeu a uma ambiciosa redução de 70% nas emissões de gases de efeito estufa de 1990 até 2030 e a se tornar neutro em relação ao CO2 até 2050.
Uma ilha menor de energia já está sendo planejada ao largo de Bornholm, no Mar Báltico, a leste da Dinamarca continental. Já foram assinados acordos para o fornecimento de eletricidade de lá para a Alemanha, Bélgica e Holanda.
Em novembro passado, a União Europeia anunciou planos para um aumento de 25 vezes na capacidade eólica offshore até 2050, com um aumento de cinco vezes até 2030. A energia renovável fornece cerca de um terço das necessidades atuais de eletricidade do bloco. A nova ilha forneceria 3 gigawatts iniciais, aumentando para 10 ao longo do tempo. A ilha de energia menor de Bornholm forneceria 2 gigawatts.
Imagem de abertura: BBC
Fontes: https://www.bbc.com/news/world-europe-55931873; https://www.dw.com/en/denmark-to-construct-artificial-island-as-a-wind-energy-hub/a-56458179.