Guaecá, nas memórias de Irineu Nalin
(Foto de abertura: seasport)
Quando conheci o Guaecá não havia vendedores ambulantes na praia, nem mesmo os carrinhos de sorvete. Hoje tomaram a faixa de areia com suas barracas e o mais incrível manipulam alimentos sem qualquer higiene. Ao largo, observa-se uma média de doze navios fundeados aguardando a entrada no canal.
Guaecá e a sujeira de navios
Constantemente a faixa de areia está tomada por manchas de resíduos de lavagem de tanques. Isso sem falar nos inúmeros acidentes no Tebar e no oleoduto trecho Guaecá-Toque Toque (três de grande monta), sem que se saiba de imposição pelo Ministério Público de Termo de Ajustamento de Conduta para ressarcir esses danos ambientais.
Guaecá: ocupação desordenada
Nesses últimos vinte anos a ocupação desordenada espalhou-se por toda costa sul. No centro não há mais aquele ambiente de outrora, quando era agradável a convivência na bucólica Rua da Praia. Um novo perfil de usuário tomou conta do espaço que é constantemente estimulado pelo poder público com shows superfaturados de qualidade duvidosa. Esse é um programa que certamente não faço pelo menos nas últimas duas décadas. Mas, o mais importante é relembrar que os investidores que vieram para cá na fase inicial do processo imobiliário foram atraídos e tinham uma sede em desfrutar das belezas e recursos naturais.
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Na última década, principalmente, um novo perfil foi atraído e que certamente não é esse o fator determinante. Um cenário projetado para o futuro como será? Com o pré-sal, ampliação do porto, novo acesso de contorno, mais fluxo migratório, etc. No país com mais Ministérios do Planeta, mas que colocou o Planejamento Urbano embaixo do tapete teremos provavelmente um caos regional. Mais ocupações irregulares, degradação da diminuta faixa que restou de Mata Atlântica e políticos mais ricos à custa das incompetências administrativas.
Um alerta…
Apenas um alerta, pois prefiro recordar minhas tranquilas velejadas pelas águas do canal, caminhadas pela mata, banhos em mar limpo e duchas nas cachoeiras. O tempo passa e novas gerações virão adaptadas ao cenário projetado, que não aceitaríamos conviver da mesma forma como ainda se ressentem os caiçaras que aqui habitavam antes do desencadeado processo imobiliário, pois a história é muito pouco considerada no nosso deficiente sistema educacional.
Irineu Nalin
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