Exploração dos oceanos deve ser repensada, dizem cientistas
Exploração dos oceanos deve ser repensada: pesquisadores de diversos centros científicos se reuniram no encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência. Ideia: alertar sobre o atual ritmo de exploração dos oceanos e pedir por uma nova administração dos recursos marinhos.
Nos últimos 50 anos a população mundial dobrou
Segundo os cientistas, nos últimos 50 anos a população mundial dobrou. A demanda global de energia quadruplicou, o que acabou por levar a uma industrialização em massa de diversos setores, exercendo uma pressão muito maior sobre os oceanos e seus recursos.
Setor pesqueiro aumentou uso de práticas altamente nocivas
Um exemplo disso é o setor pesqueiro, que aumentou o uso de práticas de pesca altamente nocivas, como redes submarinas, para elevar sua produtividade, levando diversas espécies de peixes e outros animais marinhos à ameaça de extinção.
Exploração de petróleo: exploração dos oceanos deve ser repensada
Outro setor que também prejudica fortemente os oceanos é o de exploração de petróleo e gás natural no fundo do mar, já que essa atividade tem o potencial de gerar grandes catástrofes, como vazamentos de petróleo em ecossistemas marinhos.
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Declínio do berçário da baleia-franca e alerta aos atuais locais de avistagemVanuatu leva falha global em emissões à HaiaCafeína, analgésicos e cocaína no mar de UbatubaTratado do plástico é bombardeado pela Arábia Saudita“A exploração de petróleo e gás tem como alvo rotineiro o leito dos mares a mais de mil metros de profundidade”, observou Lisa Levin, que lidera o Centro para Biodiversidade Marinha e Conservação do Instituto Scripps de Oceanografia na Califórnia.
Existem duas mil plataformas de perfuração em leitos de oceanos
Atualmente, há cerca de duas mil plataformas de perfuração em leitos de oceanos, “trazendo consigo o potencial para desastres ambientais do tipo que vimos com a Deepwater Horizon”, continuou Levin, se referindo ao vazamento da BP em 2010 no Golfo do México (imagem).
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Contudo, os cientistas afirmam que há setores potencialmente prejudiciais aos oceanos, como o de metais e minérios, que, por serem incipientes, ainda têm a chance de desenvolverem abordagens menos danosas para explorar os recursos oceânicos.
Leito dos oceanos é alvo da exploração de metais e minerais
Atualmente o leito dos oceanos é alvo da exploração de metais e minerais. Em parte devido à grande demanda dos dispositivos de tecnologia moderna, como celulares e carros híbridos. Grandes áreas submarinas foram licenciadas para permitir a prospecção de manganês, cobalto e sulfuretos para esse fim.
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Acidificação do oceano está à beira da transgressãoApreendidos 230 kg de barbatanas de tubarões no CearáLeticia Carvalho, da ISA, conversa com o Mar Sem FimLevin comentou:
O fundo dos oceanos é um vasto repositório de recursos, e olhando em longo prazo – as próximas centenas de anos, digamos – nós quase certamente iremos até lá para minerar. Mesmo se alguns depósitos não sejam atualmente economicamente viáveis, eles provavelmente o serão daqui a 50 anos
E acrescentou:
O que estamos tentando dizer é que precisamos fazer isso de uma forma responsável, e se vamos extrair esses recursos, precisamos fazê-lo com o mínimo de danos aos ecossistemas, e agora é a hora de começar a pensar como faremos isso
Cooperação internacional
A pesquisadora sugere que haja cooperação internacional para isso. E que entidades científicas desenvolvam uma nova forma de gestão do fundo dos oceanos. “O momento mais eficiente de fazer uma gestão ambiental é antes que a mineração comece. Essa mineração ainda não começou. Se queremos ter regulamentações ambientais realmente progressistas, precisamos fazer isso agora”, argumentou Levin.
19/02/2014 – Autor: Jéssica Lipinski – Fonte: Instituto CarbonoBrasil