O relatório “Global Methane Budget”, ainda não revisado por pares, conclui que as emissões de metano causadas pelo homem cresceram até 20% entre 2000 e 2020. Com isso,  agora representam pelo menos um terço do total de lançamentos anuais. O maior crescimento veio da expansão dos aterros sanitários. Depois, pela ordem, produção pecuária em expansão, do aumento da mineração de carvão e do aumento do consumo de gás natural.

O Brasil participa com os aterros, e com a criação de gado. Um levantamento inédito elaborado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe) aponta que, mesmo com a determinação legal da extinção dos lixões, o Brasil tem hoje quase 3 mil em atividade.

Este ranking é da Ceva.

Quanto ao gado, estamos ‘bem’ na foto. O Brasil segue os EUA com uma produção de 10,35 milhões de toneladas de carne bovina produzidas em 2022. O País tem um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, com cerca de 193 milhões de cabeças em 2024.

O Washington Post revelou que cerca de um terço das emissões causadas pelo homem vem da agricultura animal, particularmente carne bovina e laticínios. Bactérias nos estômagos de aproximadamente 1,5 bilhão de cabeças de gado (da Terra) geram grandes quantidades de metano à medida que ajudam os animais a digerir. Mais gás é liberado por micróbios à medida que quebram os bilhões de toneladas de resíduos que o gado produz a cada ano.

Metano liberado de lagos, pântanos e outros ecossistemas

Há muito já se sabia que o arroto do boi produz metano, portanto, isso não foi novidade. Contudo, o relatório traz uma novidade que preocupa: evidências de que as perturbações humanas aumentaram a quantidade de metano liberada por lagos, pântanos e outros ecossistemas.

Segundo o Washington Post, as medições de satélites dos últimos anos revelaram que as emissões cresceram mais 5% entre 2020 e 2023. Os maiores aumentos aconteceram na China, sul da Ásia e no Oriente Médio. Entre os principais emissores, apenas a União Europeia restringiu significativamente as emissões de metano nas últimas duas décadas.