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Começa a operaçao de resgate do Mar Sem Fim – 10/1/2013

 

Desde o dia 7 de janeiro estamos em Punta Arenas, hospedados a bordo do navio Felinto Perry, da Marinha do Brasil, que vai nos levar até  a Antártica para a operação de reflutuamento, e posterior reboque, do Mar Sem Fim.

Felinto Perry no porto de Punta Arena

Vieram comigo Plinio Romeiro Jr., amigo de longa data que participou dos últimos momentos do barco, no verão passado, na ilha Rei George; o cinegrafista Alessandro Taques, e o editor e cinegrafista Alexandre Nogueira. Pretendemos resgatar o Mar Sem Fim e, ao mesmo tempo, registrar tudo em forma de documentários.

Plinio, Alexandre e Alessandro.

Esta manhã tivemos uma reunião com o Comandante do navio que nos informou sobre as condições no Drake. O “bicho está pegando na área”. Ventos muito fortes e ondas altas atrasam nossa saída. O Drake impõe respeito mesmo para um navio do porte do Felinto Perry. Não vale a pena afrontá-lo. Vamos aguardar no porto de Punta Arenas até que as condições melhorem.

Praça de Punta Arenas e a estátua de Fernão de Magalhães, nauta português que descobriu o estreito que leva seu nome, às margens do qual nasceu a cidade.

O Felinto Perry foi construído na Noroega, em 1979, e incorporado a Marinha do Brasil em 1988. O navio tem 78 metros de comprimeito, por 18 de largura. Ele leva cerca de 100 tripulantes e tem uma autonomia média de 30 dias no mar. A velocidade de cruzeiro é de 9 nós. Este é um navio especializado em socorro a submarinos. Este verão ele foi enviado para a Antártica para ajudar no trabalho de remoção da antiga base brasileira, Comandante Ferraz, que pegou fogo no ano passado sendo parcialmente destruída. As regras do Tratado Antártico, do qual o Brasil é signatário, exigem que todos os destroços sejam trazidos de volta para a América do Sul. É o mesmo caso do Mar Sem Fim, que naufragou na ilha Rei George, mesmo local da base brasileira, dia 7 de abril deste ano.

O Felinto Perry no porto. Atrás, o Estreito de Magalhães.

Tudo que não for originário da Antártica deve ser retirado. O continente foi consagrado à pesquisa. Há grande preocupação com a presença humana, seja dos pesquisadores dos cerca de 80 países que têm bases na região, seja por parte dos turistas que todos os verões visitam a área. Infelizmente, onde chega o ser humano, chegam também os problemas…

Está quase tudo pronto para nossa partida. As condições do Drake para os próximos dias parecem melhores. Falta apenas acertar  um rebocador para trazer de volta o Mar Sem Fim, depois de reflutuado, para podermos deixar Punta Arenas.

Esta é a minha cabine

Ainda no dia de hoje devemos resolver esta questão. Possivelmente saímos amanha para uma viagem de cerca de 4 dias até a ilha Rei George.

Cabine, e sala de edição, de meus três companheiros: Plinio, (deitado), Alessandro e Alexandre.

Vou informando sempre que puder. Fique atento ao site.

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