Cães nas praias? Texto do Repórter do Mar Irineu Nalin
Se não bastasse ser uma questão de saúde pública, cães nas praias é também falta de respeito com o semelhante. Tanto quanto, ou pior que transformá-lo em fumante passivo. São agressões que representam total falta de educação. Essa questão de cães na praia se repete e se agrava mais na temporada. E nunca é demais repetir o texto que elaborei em 2008 como forma de chamar atenção de frequentadores e autoridades.
Cães nas praias, falta de respeito
Além dessa falta de respeito o mais absurdo é que pagamos altos impostos ao município e a Prefeitura de São Sebastião sempre protelou a questão alegando a inexistência de um Centro de Controle de Zoonoses. O centro acabou sendo construído na última gestão. Mas é só andar pelas praias da cidade para verificar o problema, que se resume na ausência de fiscalização e aplicação da Legislação existente. Indicador do processo de degradação, dos riscos à saúde, com reflexos até na desvalorização imobiliária.
Cães nas praias e doenças
O hábito das pessoas andarem na praia sem calçado torna-as vulneráveis. A decomposição das fezes caninas além do cheiro desagradável favorece o desenvolvimento de parasitas intestinais e da larva migrans, conhecido como bicho geográfico. isso constitui-se um grave risco à saúde pública. Principalmente às criancinhas que adoram brincar na areia.
Cães nas praias: a fiscalização e educação ambiental
Na praia de Guaecá a comunidade financia campanhas, com enormes faixas, além da distribuição de folhetos, que não funciona, pois se trata de um problema que só se resolverá através de ações conjuntas: educação ambiental e fiscalização. Aplicando as multas previstas e apreendendo os animais, alguns perigosos que avançam nas pessoas, outros doentes. Providência que deveria começar já visando à temporada que se aproxima.
Os donos de cães
Por outro lado, existem proprietários com o hábito de trazer junto o cão para sua casa de veraneio. Mas perdem o controle sobre os mesmos. Outros imaginam que manter esses animais na propriedade aumenta a segurança. Mas não orientam seus caseiros os cuidados que devem ser tomados para não deixar o animal solto infectando o meio ambiente e perturbando a vizinhança que vêm em busca de repouso. E há aqueles que fazem com sentido provocativo meramente para mostrar poder. São infelizes que não sabem usufruir e preservar essa exuberante natureza e certamente não a merecem.
Orkut deu sinal contra cães nas praias
Essa situação de cães e da irresponsabilidade de seus proprietários é tão grave que no Orkut existem inúmeras páginas tipo “cão na praia não”. Recentemente a Rede Globo veiculou extensa matéria sobre o assunto nas praias do Rio de Janeiro. Em Vitória e Vila Velha, ampla reportagem publicada na Gazeta, mostrou que análises efetuadas com a areia indicam sua contaminação com sérios riscos aos seus usuários. Em Nova York a situação ficou tão grave que levou com que uma adolescente sugerisse que a Prefeitura ao expedir a licença fizesse constar o DNA. A ideia era que funcionários da limpeza pudessem ao fazer a coleta enviar amostras ao Laboratório para análise. O infrator receberia a multa pelo Correio.
Quem é pior: cães ou seus proprietários?
Se não bastassem esses riscos, temos a tristeza de depararmos com outras feras piores que os infelizes animais: seus proprietários. Ao ser chamado a atenção, muitos agem de forma irracional, agressiva e com a mais absoluta prepotência como se estivessem na plenitude de seu direito.
Para esses deveria haver uma pena para cada infração cometida pelo seu animal. Além das multas previstas em Lei: fazer um extenso curso de reeducação e cumprir tarefas semanais de limpeza e higienização.
1 Recentemente tivemos o caso de um proprietário que foi atacado por um cão. Além da grave mordida sofrida teve dificuldades para que as autoridades viessem recolher o animal. Ele perdeu muito tempo nessa burocracia que exigiu um atestado médico do Posto de Saúde em que foi atendido no curativo e vacinação contra a raiva.
Doenças encontradas
2 Foram encontrados: Ancylostoma, parasita conhecido como “bicho geográfico”, cujas larvas podem ficar migrando na pele da pessoa infectada e causar coceira, insônia e até diarréia se forem ingeridas; o parasita Strongyloides stercoralis, entrando na pele do homem, ele pode causar crises de diarréia alternadas com constipação intestinal e outros problemas, como explica a médica Daniela Isoton, professora de parasitologia e membro do Complexo de Bio-práticas. Fonte: A Gazeta, reportagem de: Elisangela Bello.