Pesquisadores da USP encontram lixo no mar profundo brasileiro
Pesquisadores do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) queriam estudar a vida marinha em locais profundos do oceano, utilizando uma rede de pesca para coletar material de 200 a 1.500 metros de profundidade. Nas várias passadas de rede, trouxeram mais de 13 kg de lixo encontrado nas profundezas da costa brasileira, provenientes de 28 pontos diferentes. Isto aconteceu ao largo da costa sudeste, a cerca de 200 km do litoral paulista e catarinense. Não poderia ser diferente. Todos os oceanos estão repletos de rejeitos humanos. Até mesmo nas profundidades abissais da Fossa das Marianas, 11 mil metros abaixo da superfície, já encontraram lixo plástico e radioatividade.
Deep-Ocean, financiado pela Fapesp
Os pesquisadores fazem parte do Projeto Deep-Ocean, financiado pela Fapesp. No site da Fapesp eles explicam o motivo de buscarem mais informações no mar profundo.
‘O oceano profundo é o maior ecossistema na terra, e tem condições extremas para vida devido à baixa temperatura, alta pressão e redução gradual da luz do sol. Isso impossibilita a produção de fotossíntese a partir de 200 m até a escuridão total de 1.000 m em diante. Estima-se que entre 10 e 15% da diversidade de peixes marinhos ocorra abaixo dos 500 metros. No Brasil, o projeto REVIZEE (1994-2004) criou um conhecimento básico sobre a diversidade de peixes de oceano profundo brasileiros. Foram registrados 734 espécies de Myxini, Chondrichtyes e Osteichthyes’.