O Mar Báltico está sendo sufocado
O mar Báltico já tem problemas demais por ser um mar quase todo fechado. Por isso, ele lidera o ranking de Zonas Mortas no mar. A maior delas, com 49.000 Km2, fica neste mar. A zona morta, sem oxigênio para sustentar a vida, resulta da eutrofização que ocorre devido aos altos níveis de nutrientes—nitrogênio e fósforo—na água do mar. Além disso, despejaram no Báltico e no Mar do Norte nada menos que 1,6 milhão de toneladas de armamentos nazistas. As Zonas Mortas continuam a aumentar em todos os oceanos e já somam 700 atualmente.
Fertilizantes e agrotóxicos, e esgotos não tratados são frequentemente causadores de zonas mortas. Quando despejados no mar esses resíduos servem de alimento para certos tipos de algas, como as cianobactérias, que então proliferam de maneira descontrolada. As algas acabam por morrer, afundam e se decompõem. À medida que isso acontece, o processo consome o oxigênio da água, sufocando outras criaturas marinhas ou levando-as a fugir da área, e dão origem às “zonas mortas”.
Comissão de Proteção ao Meio Marinho do Báltico (HELCOM)
A comissão é formada por todos os países banhados pelo Báltico e, uma de suas funções, é produzir relatórios sobre as medidas tomadas para acompanhar o estado do mar. Segundo o site finlandês, ymparisto, as concentrações de nutrientes no Mar Báltico atingiram o pico nas décadas de 1980 e 1990. Desde então, eles estabilizaram ou diminuíram, mas ainda não o suficiente. A Finlândia está particularmente preocupada com o Mar do Arquipélago, onde a poluição por nutrientes é um dos pontos quentes da Comissão de Proteção ao Meio Marinho do Báltico (HELCOM) – um dos piores problemas do mar.
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‘Esta deterioração põe em risco a utilização sustentável das espécies no mar Báltico, e afeta igualmente as funções dos ecossistemas que são de importância vital para os seres humanos’.
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Espécies invasoras, dragagens e desenvolvimento costeiro
O estado da natureza marinha é particularmente afetado pela eutrofização, mas também por espécies invasoras, dragagens e desenvolvimento costeiro. Os fundos marinhos e a cadeia alimentar são os pontos fracos do Golfo da Finlândia, sem sinais de melhoria. Entre as aves marinhas nidificantes, os mergulhões que se alimentam no fundo do mar são os que se encontram em pior situação, enquanto as aves de pasto prosperaram.
Espécies invasivas representam um risco
Segundo o ymparisto, ‘cerca de 220 espécies invasivas chegaram ao Mar Báltico – animais e plantas que os seres humanos trouxeram, deliberada ou acidentalmente. Algo em torno de 30 destas espécies estão presentes nas águas costeiras da Finlândia.
Atualmente, a zona morta do Mar Báltico se estende por 70.000 km 2 – uma área quase o dobro do tamanho da Dinamarca, diz Jokinen. A equipe diz que a falta de oxigênio nas águas no fundo é sazonal, relacionada a camadas de água resultantes do aquecimento da superfície no verão. Os pesquisadores dizem que ficaram surpresos ao descobrir que a queda acentuada nos níveis de oxigênio começou antes do pico do pós-guerra na urbanização e na agricultura intensiva na região na década de 1950.
Para o Global Citizen, os cientistas afirmam que os níveis de oxigénio no Mar Báltico são os mais baixos dos últimos 1500 anos.