Despoluição dos oceanos: ‘a inexistência de saneamento diminui a probabilidade de uma Nação habitada por pessoas conscientes de seu protagonismo na conservação ambiental’
Despoluição dos oceanos. Artigo de Luiz Augusto Pereira de Almeida, DIRETOR DA FIABCI/BRASIL E DIRETOR DE MARKETING DA SOBLOCO CONSTRUTORA
Saiu no Estadao.com.br ,julho, 2017. Um excelente motivo para reflexão. Luiz lembra que a Conferência da ONU sobre os oceanos, em Nova York, na Semana do Meio Ambiente, em junho, “suscita reflexão sobre as causas da poluição e da grande concentração de plásticos e outros materiais nas águas, apontadas no evento”.
E o que diz o articulista?
Bem, que no Brasil, e em países em desenvolvimento, a questão crucial seriam as…
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“Caso o desafio não seja enfrentado com eficácia pelos governos, o movimento global pela limpeza dos mares morrerá na praia”.
E por que?
Ele responde: “É notório que a ocupação urbana das nações se dá principalmente em suas regiões litorâneas. No Brasil, 85% dos habitantes vivem ao longo dos 8,5 mil quilômetros de costas”.
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O Mar Sem Fim lembra que 60% dos 7.4 bilhões de habitantes do planeta também escolheram este espaço para morar.
Investimentos em drenagem, saneamento básico e gestão de resíduos
No Brasil, lembrou bem Luiz Augusto, “esse adensamento populacional não é acompanhado dos necessários investimentos em drenagem, saneamento básico e gestão de resíduos. Tal descompasso é determinante no incremento da poluição”.
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Luiz ressalta que, “somente 42,6% dos esgotos são tratados e mais de 100 milhões de pessoas não têm acesso ao serviço”. E assinala: “as capitais brasileiras lançaram 1,2 bilhão de metros cúbicos de esgotos na natureza em 2013. O problema repete-se todo ano. Os investimentos são insuficientes”.
Rápido e gigantesco crescimento urbano do País: responsável pela situação do saneamento
Esta é a opinião de Luiz Augusto sobre os motivos pelos quais o saneamento é tão deficiente no Brasil.”As cidades cresceram, na maioria das vezes, sem planejamento urbano, optando pelo espalhamento em vez do adensamento, com duplo efeito negativo: oneraram-se muito os custos per capita em saneamento, comprometendo a capacidade de investimentos dos governos nesse setor; e provocaram imensos danos ambientais. Resultado: estima-se que o custo da universalização do saneamento no País seja de R$ 313,2 bilhões, montante inviável ante a crise fiscal!”
Despoluição dos oceanos: ‘Inexistência de saneamento, algoz da saúde e educação’
Bem lembrado, Luiz, bem lembrado.”Sem condições mínimas de habitabilidade e higiene, diminui-se a probabilidade de construirmos uma Nação habitada por pessoas conscientes de seu protagonismo na conservação ambiental. É no conforto e segurança do lar que se constrói a família e a dignidade dos indivíduos. Se os cidadãos não cuidam e se orgulham de seu entorno, sua casa e sua escola, de nada adianta pedir-lhes que preservem o Planeta.”
E qual seria a solução?
‘A inteligente lei do Zoneamento Ecológico-Econômico da Baixada Santista’
Luiz Augusto diz que “nunca foi tão importante priorizarmos o crescimento com planejamento urbano, principalmente no litoral”. E acrescenta: “já existem boas iniciativas, como a inteligente lei do Zoneamento Ecológico-Econômico da Baixada Santista, que classificou os nove municípios dessa Região Metropolitana por tipos de ocupação.”
“Foram anos de análise dos órgãos públicos das particularidades urbano-ambientais de cada área, para se concluir quem, onde e o que se pode fazer”.
‘Projetos de desenvolvimento urbano sustentáveis são dificultados’
Este é outro ponto lembrado no artigo. “O Brasil tem milhares de quilômetros de costa, mas não consegue tirar proveito dessa riqueza natural, pois projetos de desenvolvimento urbano sustentáveis são dificultados e até impedidos, sob diversas alegações, principalmente de cunho ambiental. Porém o que polui de fato é a crescente ocupação irracional e desordenada do solo”.
‘Ainda é tempo de reconstruir o futuro’
Esta foi a última frase do belo artigo de Luiz Augusto Pereira de Almeida. Ele fez um chamamento: “As nações desenvolvidas já têm cidades planejadas, com meio ambiente equilibrado, segurança, educação, saúde, transporte e riqueza. É hora de nos juntarmos a elas, incentivando e multiplicando iniciativas de projetos e empreendimentos sustentáveis, sob o risco de legarmos às novas gerações um país carente de infraestrutura, ecologicamente desequilibrado, pobre, inseguro e poluidor dos oceanos. Ainda é tempo de reconstruir o futuro”.