Criaturas marinhas venenosas crescem com aquecimento

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Criaturas marinhas venenosas têm seu número aumentado em razão do aquecimento global

Recentemente o IPCC divulgou um relatório sobre os dramáticos problemas que teremos pelo aquecimento global. Ele  chegará antes do tempo esperado, diz o IPCC. Agora, novo estudo divulgado simultaneamente diz que os seres humanos ficarão sujeitos a um aumento de picadas e ferroadas pestilentas, e outros encontros com criaturas marinhas venenosas devido às mudanças climáticas.

imagem de peixe, mais uma das Criaturas marinhas venenosas
O peixe-agulha listrado, do Indo-Pacífico, deve ser manuseado com cuidado porque sua coluna caudal é venenosa. Foto: National Geographic

Estimativas da quantidade de criaturas marinhas venenosas hoje em nossos mares

Os cientistas acreditam que os mares contêm cerca de 1.200 espécies diferentes de peixes venenosos. Eles estimam que ferem cerca de 50.000 pessoas por ano. Mas o veneno de peixes também pode trazer grandes benefícios. Eles são úteis no desenvolvimento de novos medicamentos. Mas vamos saber como fica esta contagem com os efeitos do aquecimento global...

Espécies perigosas podem se tornar cada vez mais comuns

A National Geographic publicou matéria sobre a nova ameaça.”Segundo uma nova análise abrangente sobre animais aquáticos venenosos ou pestilentos, as espécies perigosas podem se tornar cada vez mais comuns em novas regiões. Algumas das espécies cuja distribuição pode se deslocar para os polos em razão do aquecimento das águas são o peixe-leão, as serpentes marinhas, a estrela-do-mar-coroa-de-espinhos e uma série de diferentes tipos de águas-vivas venenosas.

imagem de cobra do mar de barriga amarela uma das Criaturas marinhas venenosas
A cobra do mar de barriga amarela. E se os últimos anos são alguma indicação, seu alcance pode estar ficando ainda maior – graças à mudança climática.FOTO: NT

A serpente do mar de barriga amarela é a única cobra marinha que vive em mar aberto, alimentando-se de pequenos peixes de superfície e flutuando em correntes, segundo o biólogo Harvey B. Lillywhite, da Universidade da Flórida.

Interesse humano nas espécies venenosas

Isabelle Neylan, aluna de PhD em ciências marinhas da Universidade da Califórnia em Davis e coautora do estudo recém-publicado no periódico Wilderness and Environment Medicine, declarou:

Há interesse humano nessas espécies por serem venenosas. Mas também por refletirem padrões mais amplos que estão sendo observados — o deslocamento de distribuições populacionais, alterações em populações, sejam declínios ou aumentos —isso está perturbando o equilíbrio do que observaríamos normalmente no ecossistema

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Ela e seus coautores examinaram pesquisas médicas, ambientais e ecológicas a respeito do efeito das mudanças climáticas sobre criaturas venenosas e pestilentas, bem como diversos estudos de modelagem e dados de centros de venenos.

Criaturas marinhas venenosas, sua distribuição mudará à medida que as águas aquecem

Isabelle Neylan afirma que a maioria das espécies pode não passar necessariamente por um aumento populacional.  Mas sua distribuição mudará à medida que as águas na região do equador aquecem, expulsando-as para o norte ou para o sul atrás de seus nichos de temperatura ideal. No entanto, nem todas as espécies sofrerão por igual. Algumas não conseguirão sobreviver a essas mudanças de distribuição.

Peixes-leão, águas-vivas e estrelas-do-mar

O grupo de animais mais propenso a aumentar em distribuição e população devido ao aquecimento e alterações no nível de acidez do oceano são as águas-vivas, que contemplam a mortal irukandji e as vespas-do-mar, responsáveis pelos números crescentes de mortes na Austrália, que podem estar se deslocando para o sul em áreas mais populosas, em razão do aquecimento climático.

As medusas de Irukandji são normalmente encontradas apenas nas águas do extremo norte de Queensland, mas com duas capturadas ao longo do sul do estado nos últimos dois anos, há temores de que mais pessoas possam ser colocadas em risco. À medida que as águas oceânicas se aquecem, muitas espécies marinhas tropicais foram observadas em águas subtropicais, como a Irukandji sendo observada até o sul em Hervey Bay e Fraser Island, em janeiro de 2018.

Situação desfavorável

Nem todas as espécies aquáticas tóxicas serão beneficiadas com as mudanças climáticas. Embora serpentes marinhas também tenham sido encontradas em novas regiões ou tenham aumentado a população na Coreia do Sul, Califórnia e Havaí, os pesquisadores relatam que as populações de algumas das serpentes mais venenosas do mundo, sejam terrestres ou aquáticas, estão diminuindo  como um todo. Assista ao vídeo:

Banded Sea Snake - Fiji

Hospitais despreparados

Timothy Erickson, é médico do Hospital Brigham e coautor do estudo com Neylan. Ele diz que com a propagação de criaturas venenosas para novas regiões, os hospitais e sistemas de saúde podem não saber como lidar com a grande quantidade de possíveis vítimas. Isso poderia levar a um aumento dos custos de saúde. “Alguns dos antídotos são bem caros”, explica Erickson. Ele destaca ainda a necessidade de melhorar as informações públicas sobre o tipo de medidas imediatas que devem ser tomadas, como colocar vinagre em queimaduras de águas-vivas ou água quente para ferroadas de arraias e peixes-leão. Segundo os pesquisadores, o problema só tende a agravar futuramente pelo fato de que cada vez mais pessoas se mudam para áreas costeiras.

imagem de blue ringed octopus
Este é o blue ringed octopus, pequeno, e mortal.Foto:oceanconservancy.org

Assista ao vídeo:

Blue ring octopus eating crab

Fontes: https://www.nationalgeographic.com/environment/oceans/photos/dangerous-sea-creatures/?user.testname=lazyloading:1#/16651.jpg; https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2018/10/cresce-o-numero-de-criaturas-marinhas-venenosas-devido-mudancas-climaticas.

Imagem de abertura: National Geographic

Ostras, molusco é a nova vítima das mudanças climáticas

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