Esta noticia da Folha me deixa triste. Até que ponto vai a burrice humana!? Praias têm uma dinâmica própria. Elas sofrem erosão natural causada por correntes, ventos, ondas, ressacas, etc. Por isto é proibido construir na areia da praia. É muito triste saber que a prefeitura de uma cidade localizada numa ilha fez uma obra destas. Só podia dar nisto: mais dinheiro público jogado fora, e mais dano ambiental ao sofrido litoral brasileiro. Lamentável é o único comentário que posso fazer (joão Lara Mesquita). Leia agora a nota da Folha.
NATÁLIA CANCIAN
DE SÃO PAULO
Alvo de protestos, a obra de uma ciclovia em plena faixa de areia de Ilhabela, no litoral norte de SP, foi destruída pela maré antes mesmo de ser inaugurada e ameaça o futuro de algumas praias, de acordo com moradores e ativistas ambientais.
As obras, nas praias do Perequê, Barra Velha e Itaquanduba, integram o projeto de uma ciclovia ininterrupta nos sete quilômetros entre a balsa e o centro histórico. Mas, segundo moradores, as praias estão sendo afetadas.
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“Acabou. A praia sumiu”, reclama o instrutor Marcelo Dias, 37, que dava aulas da modalidade no local. “Agora, tenho que velejar só na ponta que restou da praia.”
O problema chamou a atenção de associações e movimentos ambientais, que planejam recorrer à Justiça para pedir uma revisão da obra e a realização de estudos de impacto. Um protesto foi marcado para as 18h30 desta quarta-feira (20).
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Segundo Luciano Bottino, presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Ilhabela, órgão que já fez vistorias no local, em alguns trechos a ciclovia vai estar “praticamente dentro do mar”.
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Polo Turístico Cabo Branco, obra controversa em João PessoaCondomínio em falésia na Bahia com elevador panorâmicoLitoral Paulista Ganha Representação no Conselho Estadual de Mudanças Climáticas“A maré já destruiu alguns trechos e, para conter a destruição, estão jogando restos de pedras dentro do mar. Isso está mudando toda a dinâmica de correntes da orla marítima”, afirma.
De acordo com a gestora ambiental do Instituto Ilhabela Sustentável, Gilda Nunes, ninguém é contra a ciclovia, mas era mais fácil fazer a ciclofaixa na rua neste trecho. “Do que adianta criar uma ciclovia e acabar com o resto?”, questiona.
OUTRO LADO
A Prefeitura de Ilhabela negou, em nota, que os trechos da obra tenham sido destruídos pela maré e disse que o sistema de contenção segue normas técnicas. A administração afirmou ainda que parte dos danos ocorreu em um quebra-mar que não faz parte da ciclovia –o que moradores contestam.
Ainda segundo a nota, a faixa de areia diminuiu em parte da orla no Perequê “devido à mudança das correntes marítimas”.
A prefeitura disse que tem autorização dos órgãos competentes para fazer a obra e que realizou audiências públicas antes do início, mas não respondeu se foi feito estudo de impacto ambiental.