África lidera banimento de plástico no mundo

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África lidera banimento de plástico no mundo, enquanto São Paulo bane os canudinhos…

Enquanto São Paulo se esforça para banir os famigerados canudinhos, a África lidera banimento de plástico no mundo. A partir de 01 de junho de 2019, os viajantes para a Tanzânia terão que embalar suas bagagens com muito cuidado. O país anunciou a implementação da segunda fase da sua proibição de sacos de plástico em maio. Os visitantes são aconselhados a evitar a embalagem ou transporte de sacos de plástico, pois eles terão que deixá-los em uma mesa designada no aeroporto. Matéria a partir do site https://qz.com.

imagem de menino africano recolhendo plástico
África lidera banimento de plástico no mundo. Imagem,ANDREW KARTENDE/CREATIVE COMMONS.

Tanzânia, África

A primeira fase da iniciativa anti-plástico começou em 2017 para “proteger os jovens e o meio ambiente”, com uma proibição inicial da fabricação de sacolas plásticas e distribuição no país. A segunda fase se estende aos turistas. “O governo não pretende que os visitantes da Tanzânia considerem sua permanência desagradável”, disse um comunicado do escritório do vice-presidente Samia Suluhu. Há exceções à nova regra para embalagens médicas, industriais, de construção, agrícolas e de gestão de resíduos. Bem como para os pequenos sacos “ziploc” usados ​​para transportar produtos de higiene pessoal (desde que saiam do país quando os visitantes o fazem). Ainda assim, a Tanzânia pretende ser livre de sacolas plásticas. E é apenas um dos 34 países africanos que lutam contra plásticos de uso único com tais proibições.

África subsaariana, a região mais pobre do mundo

O continente africano está liderando o mundo em regulamentações de sacolas plásticas. Notavelmente, 31 dessas proibições foram aprovadas na África subsaariana, a região mais pobre do globo, como Laura Parker relatou para a National Geographic em abril.

Quênia – multas e quatro anos de prisão

Os esforços do Quênia, iniciados em 2017, levaram a um país “visivelmente mais limpo”. “Sacos que antes pendiam como mortalhas de galhos de árvores são menos numerosos. Assim como aglomerados de sacolas que entupiam sistemas de drenagem e criavam criadouros para mosquitos portadores de malária”. No Quênia, as penalidades por ignorar a proibição são as mais punitivas do mundo. Fabricantes, importadores, distribuidores e usuários encontrados com sacolas plásticas enfrentam multas de US$ 38 mil ou quatro anos de prisão. A proibição enfrentou resistência, e a fiscalização também é um problema. É irregular, o que significa que as sacolas plásticas continuam circulando apesar das possíveis penalidades. Ainda assim, em um país que já usou cerca de 100 milhões de sacolas plásticas por ano, de acordo com estimativas da ONU, os esforços de redução são notáveis ​​e parecem eficazes.

Ruanda

Ruanda tem o objetivo de ser o primeiro país livre de plástico do mundo. Suas proibições parecem estar funcionando. As Nações Unidas nomearam a capital do país, Kigali, a cidade mais limpa do continente africano, graças em parte a uma proibição de 2008 de plástico não biodegradável. Este mês, um estudo ambiental da ONU concluiu que as proibições de sacolas plásticas estão funcionando e são especialmente eficazes em nações africanas onde os resíduos são freqüentemente queimados.

40% dos resíduos são queimados

Cerca de 40% dos resíduos do mundo são queimados, o que causa poluição tóxica. A queima de plásticos libera gases tóxicos que ameaçam a saúde da vegetação, dos seres humanos e dos animais. A queima de resíduos de plástico aumenta o risco de doenças cardíacas, agrava doenças respiratórias, como asma e enfisema e causa erupções cutâneas, náuseas ou dores de cabeça. E danifica o sistema nervoso, observa o estudo. A redução do uso de sacolas plásticas tem dois efeitos: minimiza a criação de resíduos, muitos dos quais se acumulam e acabam nos oceanos do mundo, prejudicando a vida marinha e reduzindo a poluição do ar causada pela queima de plásticos descartáveis. Em lugares sem tais proibições, o desperdício é um grande problema.

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Gana

Gana é a economia que mais cresce no mundo, por exemplo, mas os esforços para atrair investimentos e turismo são frustrados por uma questão de gestão de resíduos que deixa grandes cidades como Acra lutando com pilhas de lixo desagradáveis ​​e insalubres. As calhas de Acra (Assim como as de São Paulo…) estão entupidas de forma persistente. Uma queixa comum na cidade é que, quando as pessoas limpam as calhas, os resíduos ficam em uma pilha próxima e acabam encontrando o caminho de volta. Pilhas de lixo se acumulam nas esquinas, atraídas pelos pássaros. Depois de uma tempestade, as garrafas plásticas levadas com a chuva voltam para as praias, escreve Stacey Knotts para Quartz. E em Gana, um empresário está convertendo sacos de plástico em uma forma barata de asfalto. Não é o único…

Costa do Marfim, Egito, e outros…

Ativistas na Costa do Marfim organizaram limpezas de praia para combater a poluição do oceano, e militantes no Egito estão tentando livrar o plástico do rio Nilo. Vários outros países, incluindo Camarões, Mauritânia, Nigéria, Eritreia, Botswana e Etiópia, promulgam campanhas semelhantes para reduzir o desperdício de plástico, segundo o PNUMA (Deveriam nos ensinar para evitarmos cenas como as praias dia primeiro do ano).

Palavras do chefe da Organização das Nações Unidas (ONU) para o meio ambiente

Erik Solheim:

O mundo está despertando para o fato de que a poluição plástica é uma das questões ambientais mais urgentes do nosso tempo, mas isso também é algo que podemos resolver

As proibições ao plástico

Em março, a Assembléia das Nações Unidas para o Meio Ambiente aprovou uma resolução  intitulada “Abordando a poluição por produtos plásticos descartáveis”, que incentiva os governos e o setor privado a “promover projetos, produção, uso e gerenciamento de recursos de plástico mais eficientes em termos de recursos”. Insta os Estados membros a “tomar medidas abrangentes, no que diz respeito aos produtos plásticos de uso único, para tratar os resíduos através de legislação apropriada, implementação de acordos internacionais, provisão de infra-estrutura adequada de gestão de resíduos, melhoria de práticas de gestão de resíduos e apoio à minimização de resíduos. ”

Bangladesh e outros países que ouviram a recomendação

Os governos parecem estar ouvindo. Em 2002, Bangladesh tornou-se o primeiro país do mundo a proibir sacos de plástico mais finos, o que sufocou o sistema de drenagem durante enchentes devastadoras. Depois disso, a África do Sul, Ruanda, China, Austrália e Itália seguiram o exemplo. Agora, em todo o mundo, uma variedade de proibições foi instituída em vários níveis governamentais. O uso de canudos de plástico, talheres, sacolas e muito mais foi questionado.

Parlamento Europeu

O parlamento da União Europeia tomou medidas para proibir plásticos (paywall), incluindo bolsas, canudos, pratos, talheres e cotonetes até 2021. Nos EUA, no mês passado, Nova York tornou-se o segundo estado após a Califórnia a proibir sacolas plásticas. O Havaí também tem uma proibição das sacolas plásticas. Os municípios decidiram bani-las localmente (saiba mais sobre o plástico no Havaí). As proibições de sacos de plástico são imperfeitas. As bolsas de algodão que muitas vezes substituem os plásticos de uso único também causam problemas ambientais. Mas enquanto os críticos questionam a eficácia desses esforços, há evidências de que tais proibições funcionem para reduzir o desperdício e a poluição.

Lista de países que baniram parte do plástico

Banir totalmente, de uma hora para outra, é impossível. O plástico continua sendo fundamental em nossas vidas. Mas há esforço mundial em acabar com eles. Aqui você tem uma lista dos países que estão nesta luta, é surpreendente!  O site www.globalcitizen.org diz que “Nos últimos anos, mais de 60 países adotaram políticas para limitar o uso de plástico, empresas multinacionais investiram em alternativas, e as pessoas comuns se desafiam mutuamente para embarcar em zero desafios de plástico.” Ainda há muito o que fazer. Apesar da consciência mundial ter aumentado, também aumentaram as vendas de garrafas plásticas e embalagens plásticas.

Enquanto isso, em São Paulo…

Quem sabe estes exemplos tenham inspirado Bruno Covas que finalmente, em janeiro de 2020, “sancionou lei que proíbe estabelecimentos comerciais de fornecerem produtos descartáveis feitos de plástico em São Paulo”, como informou o Estadão. Segundo o jornal, “O texto da lei discrimina os utensílios que passam a ser proibidos na capital paulista. Segundo a redação, fica vedado o fornecimento de copos, pratos, talheres, agitadores para bebidas e varas para balões.”

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Faça sua parte. Jogue lixo, no lixo!

Imagem de abertura – ANDREW KARTENDE/CREATIVE COMMONS.

Fontes – https://qz.com/africa/1622547/africa-is-leading-the-world-in-plastic-bag-bans/?fbclid=IwAR3SXEP2mK4rMOZmivjj36_fD8lWkNrdSl2mFvnUuiNkMIfXmowzeh7Z3Xk; https://www.globalcitizen.org/en/content/africa-campaigns-against-plastic-pollution/; https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,covas-sanciona-lei-que-proibe-plastico-descartavel-em-bares-e-restaurantes,70003156436?fbclid=IwAR2ggG6DL9TVmUM5ZZSgg5V9UQOjlxX1icu8BRxHvcck-C_oun1JeEwGP4Y.

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Comentários

10 COMENTÁRIOS

  1. Aprecio todas iniciativas ao redor do mundo que permitam redução do consumo de plástico. Mas o que me faz falta na maioria delas é a proibição de garrafas PET. Estas representam provavelmente a maior fonte de lixo plástico que se encontra em rios, florestas e no mar. E, na minha opinião, são facilmente substituíveis imediatamente por garrafas de vidro retornáveis. Ou será que ninguém se lembra do bom e velho “vasilhame”?

  2. Sou morador de Sao Paulo, SP, o descarte correto é a solucao para uma cidade e um mundo melhor, procuro em casa separar tudo que é descartavel de um lado e organico de outro, somos em 4 em casa. Uma vez por semana no meu bairro passa um caminhao da coleta seletiva.. O lixo organico representa 20 a 30% de todo o lixo que produzimos, o restante é reciclavel, faco isso com prazer, uma pena que meus vizinhos na grande maioria nao pensam assim, é uma questao cultural , um dia isso mudara para todos!

  3. Em vez de ficar só reclamando e opinando, sigo outro caminho: levo sacos de tecido tule para compra de hortifrutis e não me preocupo com o peso de alguns gramas a mais na hora da pesagem; carrego sacola retornável; sou vegana; compro sempre produtos em embalagens econômicas; opto por produtos não embalados em plástico como farinha de trigo e açúcar; tenho sempre um copo de silicone na bolsa para beber água ou café fora de casa; sou minimalista; os resíduos são limpos e separados para a reciclagem e … ainda aceito sugestões para melhorar cada vez mais.

  4. Pois é, o caminho é esse e não tem volta. Além do projeto de lei para banir canudinhos, já aprovado, existe outro para plástico de uso único. São Paulo assinou, em março, o Compromisso Global da Nova Economia do Plástico liderado por ONU e Ellen MacArthur Foundation. Bom ter quem seguir nesse caminho. Parabéns aos países africanos q estão no rumo certo.

  5. Estive em Dakar e com certeza e’ mais limpa do que a Rio de Janeiro—O maior problema ambiental do Brasil nao esta’ na floresta como Joao Lara Mesquita esbraveja aos quatro ventos—-O maior problema ambiental brasileiro esta’ nas cidades que sao as mais imundas do planeta—–

  6. Incrível, e nós, aqueles povos dos ditos/chamados povos civiizados, somos incapazes sequer de reconhecer que o plástico não é só um problema de lixo, mas tbm de saúde… e a África , na contra-mão da história, dando um show de percepção….incrível..

    • Acho que falar da África requer uma pouco de reflexão: será que lá os paises tem as ofertas de produtos e será que os consumidores tem poder de compra?

  7. Incrível, e nós, aqueles povos dos ditos/chamados ovos civiizados, somos incapazes sequer de reconhecer que o plástico não é só um problema de lixa, mas tbm de saúde… e a África , na contra-mão da história, dando um show de percepção….incrível..

  8. Já se vão mais de vinte anos que voltei do Japão, mas enquanto vivia naquele país em primeiro lugar todas as cidades já tinham coletas de lixos seletivos e se espantem a maioria dos supermecados mantinham na entrada dos estabelecimentos enormes engradados feitos de hastes metálicas onde se solicitavam aos clientes depositarem as bandejas e outras embalagens de isopor e plásticos comuns das compras anteriores.
    No Brasil, mais especificamente em Belo Horizonte todas as manhãs as estúpidas e desnecessárias lixeiras instaladas por acordos com a prefeitura estão destruídas e seus conteúdos esparramados por toda a área e o prefeito, um tal de Kalil, sempre aparece nas TVs falando como se fosse homem que peitaria tudo e todos, mas deve ficar escondidinho em algum canto da Prefeitura ou do Atlétido. Na Estação Rodiviária tudo é plásticos e os honraveis passageiros agem como se estivessem nos chiqueiros em que vivem além de ambulantes nas áreas de embarques gritando: “água, água, água….” em garrafas plásticas e de conteúds duvidosos.
    Quanto aos países africanos, tivemos um idiota na presidência, que em visita por aqueles países teve a “gentileza e elegância” de afirmar: “apesar de África, o páis é limpo”. Certamente o pobre idiota não sabia nada de geografia.

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