Golfinhos são vistos na Baía de Guanabara

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Podendo ser um primeiro sinal de despoluição, golfinhos são vistos na Baía de Guanabara próximos à Ponte Rio-Niterói.

golfinhos na baía de guanabara

Considerado pelos biólogos um dos animais mais vitimados pela poluição, os golfinhos voltaram a ser atração na Baía de Guanabara.

Pesquisadores viram os golfinhos-de-dentes-rugosos próximos à Ponte Rio-Niterói. No final de julho, a presença de cavalos-marinhos também pôde ser notada na região. Para especialistas, esses são os primeiros sinais de que a baía pode estar se despoluindo.

Wagner Victer, presidente da Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto) afirma: “A presença dos botos na Baía de Guanabara, que já vem também recebendo tartarugas e diversas espécies de peixes que haviam sumido há décadas, assim como os cavalos-marinhos, é um indicador, melhor do que qualquer tabela ou número, que comprova a melhora ambiental das águas”.

O projeto Maqua, do Departamento de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que estuda a população dos botos-cinza há quase 20 anos, vem mapeando a presença dos botos na Baía de Guanabara. A técnica permite reconhecer cada boto por meio de fotos das marcas naturais presentes nas nadadeiras dorsais dos animais. As marcas funcionam como impressões digitais.

De acordo com informações do projeto Maqua, a péssima qualidade ambiental da Baía de Guanabara fez a população de botos ser reduzida de forma acentuada. Com isso, eles foram empurrados a viver nas proximidades da Área de Proteção Ambiental de Guapimirim, que ainda tem uma boa qualidade ambiental. A área de proteção é a mais conservada de toda Baía de Guanabara, apresentando características ecológicas e biológicas compatíveis com os manguezais isentos de intervenção humana e agressiva.

Além da presença dos animais próximos à Ponte, cerca de 40 botos estão concentrados atualmente na ESEC Guanabara, que abrange os municípios de Guapimirim e Itaboraí.

De acordo com Pedro Belga, presidente do Instituto Guardiões do Mar, a limpeza de toda a área, que possui principalmente resíduo sólido de origem residencial, como plástico, é fundamental, já que ao ser depositado nos manguezais, impede que a vegetação e o caranguejo cresçam. A Baía de Guanabara funciona como um grande ecossistema em que a recuperação dos manguezais tem um papel fundamental, reunindo nutrientes e temperaturas necessárias praticamente a todas às espécies marinhas.

Os pesquisadores acreditam que os golfinhos estejam procurando as águas da baía para se alimentarem de lulas, polvos e, principalmente, de peixes-espadas, que migram nesta época do ano.

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