Derrame de petróleo no mar, ranking dos piores acidentes

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Derrame de petróleo no mar – um ranking dos piores acidentes no mundo

Os acidentes com petróleo são sempre gravíssimos. Infelizmente, a nossa dependência do combustível fóssil está sufocando o planeta. O aquecimento é responsável pelo  aumento do nível do mar, a acidificação dos oceanos e, a cada dia que passa, outras das consequências são os eventos extremos cada vez mais destrutivos. Aproveitamos o acidente no litoral do Brasil para uma pesquisa na net. Derrame de petróleo no mar, quais seriam os piores do mundo?

O maior derrame de petróleo no mar não foi provocado por acidente, mas pela guerra

Para o site www.marineinsight.com, o maior derrame do mundo não foi resultado de um acidente. Durante a guerra do Golfo em 1991, quando as forças iraquianas se retiraram do Kuwait, o exército  de Saddan Houssein abriu oleodutos e válvulas de poços de petróleo e depois tocou  fogo como uma medida para impedir que as forças dos Estados Unidos aterrissassem na área. O incêndio começou após a abertura do primeiro poço, em janeiro de 1991. Só três meses depois, em abril, conseguiram  fechar o último poço. Como resultado, acredita-se que cerca de 240 milhões de galões de petróleo foram lançados no Golfo Pérsico, matando centenas de peixes, aves e mamíferos marinhos. O site www.cleanerseas.com/  diz que “cerca de 330 milhões de galões de óleo foram derramados no mar, cobrindo mais de 4.000 quilômetros quadrados com uma mancha de óleo de 10 cm de espessura.”

Assista ao vídeo da apocalíptica devastação provocada pelos soldados de Hussein

Kuwait oil fields burning Gulf War 1991

Derrame de petróleo da BP no Golfo do México, o segundo pior

O derramamento de óleo Deepwater Horizon é considerado o maior derramamento de óleo na história da indústria de petróleo. E, este sim, provocado por um acidente. Aconteceu em abril de 2010. O problema começou após um derrame de um jato de óleo no fundo do mar, levando à explosão da plataforma de petróleo da BP, Deepwater Horizon. O óleo fluiu continuamente por mais de 85 dias até ser estancado em 15 de julho de 2010.

imagem do acidente da BP n golfo do México
O pior acidente no mar foi provocado pela BP. Imagem, US Coast Guard/wikimedia.org.

O acidente matou 11 trabalhadores da plataforma. Estima-se que 53.000 barris fluíram  para o Golfo do México todos os dias. Os danos ao meio marinho foram catastróficos. 572 milhas da costa ficaram cobertas de manchas de óleo. Segundo o Centro de Diversidade Biológica, o derramamento matou mais de 82.000 aves, 25.900 mamíferos marinhos, 6.000 tartarugas marinhas e dezenas de milhares de peixes, entre outros.

Baía de Campeche, outro derrame de petróleo no Golfo do México, o terceiro maior

O famoso golfo não tem tido sorte quando se trata de catástrofes marinhas.  Em junho de 1979, na Baía de Campeche, Golfo do México, um poço de petróleo operado pela companhia mexicana Pemex colapsou. Cerca de 140 milhões de galões de óleo – quase 10.000 a 30.000 barris de petróleo jorraram diariamente por  durante um período de dez meses. O resultado foi uma mancha de óleo medindo em torno de 1100 milhas quadradas.

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Mar do Caribe, costa de Tobago, o quarto pior

No Mar do Caribe aconteceu o quarto pior acidente com petróleo no mar. Durante uma tempestade tropical dois navios-tanque, o Atlantic Empress e o Aegean Captain, colidiram. Foi em julho de 1979. Imediatamente após o acidente, os superpetroleiros  começaram a perder sua carga que pegou fogo. Segundo relatos, cerca de 88,3 milhões de galões de petróleo foram despejados no mar, tornando o acidente o maior derramamento de petróleo produzido em navios do mundo. Além disso,  também matou 26 membros da tripulação quando o Atlantic Empress explodiu.

Golfo Pérsico, vítima de mais um grande acidente

Durante a guerra Irã-Iraque, em 1983, um petroleiro atingiu a plataforma do campo Nowruz, situada no Golfo Pérsico, causando um grande derramamento de óleo. Estima-se que cerca de 80 milhões de galões de petróleo – cerca de 1500 barris por dia – foram despejados no Golfo Pérsico durante um período de sete meses após o acidente. Este acidente provocou a morte de 11 pessoas, e mais uma catástrofe para a vida marinha.

Costa de Angola, o sexto no ranking

O sexto pior acidente neste ranking macabro aconteceu na costa do país africano. Em 28 de maio de 1991, a cerca de 700 milhas náuticas da costa de Angola, um petroleiro chamado ABT Summer sofreu uma explosão  e pegou fogo. Cerca de 51 milhões de galões de petróleo foram para o mar.

imagem do navio ABT Summer que sofreu uma explosão  e pegou fogo
O ABT Summer. Imagem, www.marineinsight.com.

A mancha de óleo resultante do derramamento foi medida em torno de 80 milhas quadradas. O navio-tanque queimou durante três dias até naufragar matando cinco dos 32 tripulantes a bordo.

Cidade do Cabo, África do Sul, o sétimo pior acidente

Para o site https://www.marineinsight.com/, este foi o sétimo pior acidente com petróleo no mar. O navio-tanque espanhol Castillo de Bellver estava a caminho da Espanha a partir do Golfo Pérsico, quando pegou fogo a cerca de 112 quilômetros a noroeste da Cidade do Cabo. Foi em agosto de 1983. O navio transportava 250.000 toneladas (cerca de 79 milhões de galões) de petróleo bruto. O navio pegou fogo e foi abandonado. Posteriormente, partiu-se em dois e afundou com 110.000 toneladas de óleo dentro de seus tanques.

Costa da Bretanha, França, o oitavo pior acidente

Em 16 de março de 1978, um navio petroleiro chamado Amoco Cadiz encalhou e iniciou um grande derramamento de óleo na costa da Bretanha. O petroleiro  muito grande (VLCC) encalhou ao perder o rumo durante uma tempestade. Mais tarde, a embarcação partiu ao meio e afundou, deixando sua carga de 246.000 toneladas de petróleo leve cair nas águas do Canal da Mancha.  A mancha se espalhou rapidamente, cobrindo uma área de 30 quilômetros de largura por  80 quilômetros de comprimento. Segundo consta, 76 praias da região foram atingidas. E mais uma vez, a vida marinha foi a grande vítima.

imagem do desastre do navio Amoco Cadiz
O fim do Amoco Cadiz.

Gênova, 1991, o nono pior acidente

Mais uma vez, o litoral da Europa foi a grande vítima. O MT Haven, transportando cerca de 144.000 toneladas de petróleo bruto, explodiu na costa de Gênova  em 1991. O navio-tanque estava descarregando suas 230.000 toneladas de carga para a plataforma flutuante Multedo no momento do acidente. Imediatamente após a explosão, o navio afundou, matando seis pessoas. Além disso, 45 milhões de galões de petróleo foram descarregados nas águas do Mediterrâneo. Durante os 12 anos seguintes o óleo continuou vazando, segundo o site www.cleanerseas.com/.

Mar do Norte, costa do Canadá, o décimo pior

O derramamento de óleo do Odyssey é considerado o décimo pior segundo o www.marineinsight.com. O navio-tanque liberiano estava carregado com 43 milhões de galões de petróleo bruto. O navio afundou 700 milhas da costa da Nova Escócia após uma explosão. Todos os 27 tripulantes morreram. Já, para o site www.cleanerseas.com/, o décimo pior acidente teria sido o derramamento de óleo do navio Torrey Canyon, perto de Scilly Isles (Reino Unido).

Imagem do desastre do navio Torrey Canyon
O fim do Torrey Canyon.

Aconteceu em 18 de março de 1967. O superpetroleiro colidiu com um recife na costa da Cornualha, derramando cerca de 36 milhões de galões de petróleo no mar. O derramamento poluiu 180 milhas de costa. E a mancha de óleo se expandiu por mais de 270 milhas náuticas, matando mais de 15.000 aves e prejudicando a vida marinha em toda a região. Saiba também quais as petroleiras mais poluídoras.

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Derrame de petróleo no mar, os piores acidentes no Brasil

O Brasil foi a grande vítima de derrame de petróleo em 2019. De acordo com David Zee, pesquisador e professor da Faculdade de Oceanografia da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), este acidente se alastrou pela maior área do mundo. Dois mil quilômetros dos litorais do Nordeste e Sudeste foram atingidos. E quatro mil e quinhentas toneladas de óleo foram retiradas. Desde a primeira aparição nas praias, em agosto de 2019, e até pelo menos 14 de novembro, o Ibama  havia registrado a presença de óleo em 779 locais de 126 municípios e onze estados do Nordeste e do Sudeste (Saiba mais).

Depois deste, o segundo pior acidente aconteceu na Bacia do rio Iguaçu, Paraná, em julho de 2000. Houve vazamento na refinaria da Petrobrás, em Araucária, o que provocou derrame de mais quatro milhões de litros.

Agosto de 2000, rompimento de duto da Petrobrás, ligando a refinaria Duque de Caxias ao terminal Ilha Dágua, provoca o vazamento de 1,3 milhão de óleo na Baía de Guanabara. E, em novembro de 2011, uma sonda de perfuração da Chevron provocou derrame estimado em 3,7 mil barris de petróleo na Bacia de Campos.

Extração de petróleo no mar e seus riscos: uma reflexão

Quando, onde, e quais as consequências do próximo acidente da lista? Assim como quem mexe com fogo se queima, quem mexe com petróleo…

Imagem de abertura: US Coast Guard/wikimedia.org

Fontes: https://www.marineinsight.com/environment/11-major-oil-spills-of-the-maritime-world/; https://www.cleanerseas.com/10-worst-oil-spills-in-world-history/; https://aosfatos.org/noticias/o-que-se-sabe-ate-agora-sobre-o-derramamento-de-petroleo-no-nordeste/.

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