El Niño, La Niña – esquentam e esfriam o Pacífico

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El Niño, La Niña, brincam com o Pacífico, criam caos no clima, e prejuízos no mundo inteiro

O El Niño é  um fenômeno meteorológico que provoca o aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico na região equatorial. O fenômeno tem duas fases: uma quente, El Niño, outra que esfria mais que a média normal histórica as água do Pacífico,  o La Niña. Esse esquentamento ou esfriamento da enorme área do Pacífico causa mudanças nas correntes atmosféricas, e muda o padrão de vento a nível mundial, o que afeta o clima global. No caso do El Niño há mais chuvas em regiões tropicais e latitudes médias. Já no La Niña os impactos tendem a ser opostos. El Niño, La Niña-esquentam e esfriam o Pacífico, saiba porquê.

Frequência e características do El Niño

O fenômeno ocorre irregularmente em intervalos de 2 a 7 anos, e se caracteriza pela diminuição da potência dos ventos alísios (provocados pela rotação da Terra).

Como a rotação ocorre no sentido Oeste-Leste, os ventos em contato com o planeta sofrem um atrito. Isso faz com que  soprem no sentido contrário (de Leste para Oeste) na faixa equatorial do planeta.

A temperatura da água na superfície da América do Sul esquenta, porque há menos ressurgência da água fria por baixo para resfriar a superfície.

Este fenômeno produz massas de ar quentes e úmidas que geram chuvas na região do entorno, com a diminuição de chuvas em outros locais como a Amazônia, o Nordeste brasileiro, além do Centro-Oeste, Sudeste e Sul, e em outras partes do mundo.

Entenda o porquê do nome

O nome foi dado por pescadores peruanos no século 19. Eles notaram que em alguns anos, nos meses de novembro e dezembro época do Natal, a quantidade de pescado diminuía drasticamente. O nome é uma referência ao menino Jesus.

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Características do La Niña

É o oposto. As águas do Pacífico esfriam anormalmente em razão do aumento da força dos ventos alísios. No Brasil o fenômeno intensifica as chuvas na Amazônia, Nordeste e partes do Sudeste. Já na América do Norte e na Europa há quedas de temperatura.

O vídeo abaixo resume o que procuramos explicar

O que desencadeia o fenômeno?

Os cientistas ainda não entendem em detalhes o que desencadeia um ciclo. O que se sabe é que nem todos  são iguais, muito menos a atmosfera e o oceano seguem sempre os mesmos padrões de um El Niño para outro.

Vários cientistas acreditam que a interferência humana na atmosfera tem culpa nessa alteração. Outra teoria, recentemente anunciada, afirma que o aquecimento das águas do Pacífico é causado pelo calor do magma vulcânico liberado no fundo desse oceano.

ilustração mostrando el niño, la Niña
Ilustração: www.gazetadopovo.com.br

Consequências do El Niño no mundo

A maioria perde, mas tem quem ganhe com o fenômeno. As consequências, para quase 200 países diferentes, são complexas.

Pinçamos, na net, alguns resultados. “Uma pesquisa do Fundo Monetário Internacional tem medido os impactos macroeconômicos de El Niño no período 1979-2013: Entre os países mais afetados, direta ou indiretamente, temos a Indonésia, com um impacto negativo de 0,91% do PIB real, quem se beneficia mais é a Tailândia com um aumento de 1,5% do seu PIB.”

imagem de mulher no deserto
Grandes áreas da Etiópia sofrem com a seca, agravada pelo fenômeno. Na foto, Lule Dubet caminhou 30 quilômetros com seus dez filhos para procurar comida. Ela perdeu 25 cabeças de gado por conta da seca e os últimos dois estão morrendo. Foto: PMA/Melese Awoke

60 milhões de pessoas ameaçadas

Durante o último, e até agora mais forte episódio do El Niño, em 2015 – 2016, a Organização Mundial da Saúde alertou que “o fenômeno ameaçava  60 milhões de pessoas em países em desenvolvimento.”

E explicou: “As implicações para a saúde das populações mais vulneráveis serão grandes devido à menor capacidade de reação frente às consequências do fenômeno.”

Consequências do El Niño no Brasil

O clima, que já anda ressentido conosco, aquecendo-se e mudando suas características, causando prejuízos difíceis de calcular, muda de vez. Em regiões úmidas, como a Amazônia, a seca entra em cena. Drena rios, isola comunidades, prejudica a navegação e a economia.

Ao mesmo tempo,  provoca temperaturas mais altas no Sudeste, Centro-Oeste, e parte do Nordeste. E mais chuva no Sul. Isso tudo em conjunto prejudica especialmente a agricultura (em 2016, último El Niño que tivemos, “a produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas decresceu 11,4% face ao período homólogo”), motor da economia brasileira.

Fontes: https://www.todoestudo.com.br/geografia/el-nino; https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/44524/1/Nino.pdf; https://moneytimes.com.br/fast/chance-de-el-nino-ocorrer-ate-marco-de-2019-e-de-70/; https://sandcarioca.wordpress.com/2015/08/20/o-alarme-de-el-nino-para-a-economia-global/; http://www.cpc.ncep.noaa.gov/products/analysis_monitoring/lanina/enso_evolution-status-fcsts-web.pdf; https://www.livescience.com/3650-el-nino.html; http://www.observatoriodoclima.eco.br/wp-content/uploads/2016/02/ValorandoTempestades-Vfinal.pdf; http://150.162.127.14:8080/atlas/atlas.html; http://www.brasil.gov.br/governo/2013/10/ibge-lanca-mapa-de-densidade-demografica-de-2010.

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Comentários

2 COMENTÁRIOS

  1. …se está havendo um aquecimento global por conta da intervenção negativa do ser humano, não sei…, mas que tem seres humanos ganhando muito milhões de verdinhas, por conta desse mito…isso eu tenho certeza…

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